#IDIOMA PERENE DA PRESTIDIGITAÇÃO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA



Epigrafe:


E Graça Fontis diz: "Uma obra a ser des-mandingada em centro de candomblé..."
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Previ redigindo um verso no oposto dos fios, os poemas de luminosidades translúcidas alumiavam um delubro, uma fotografia colocada na lauda, onde as falas achavam-se sendo grafadas. Delubro ermo, delubro desabitado...
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Vocábulos,
Poemas e estâncias honestavam o delubro,
Eram as suas representações.
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Ovídias ilusões de destinos trans-parentes cujas travessias tras-passadas de glórias, glórias do pleno, glórias do perpétuo, glórias do ab-soluto, silvestres caminhos permeados de levezas do sublime, linces do longínquo con-templados pelo tempo sob o livre-arbítrio do há-de ser, átimo de segundo eivado de seren-itudes do divino espírito, paráclito do eterno, ascendem ex-tases de sonhos lúdicos, em cujas miríades de essência das estesias da verdade habita solene o verbo do genesis, esplendendo no uni-verso melódico e rítmico das esperanças o orvalho níveo do eterno, os olhos deleitam-se de prazer em con-templar ao longínquo as fulgurações do vir-a-ser pre-figurado de gotículas efêmeras do nada, à soleira da colina dos insurrectos idílios o véu da neblina re-velando o além...
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Ensinamentos se metamorfoseavam em reminiscências, eram florires silváticos, eram agras viçosas, eram arcos-celestes que traçavam o páramo de colorações cintilantes, eram gurias adejando acima serranias, toda a resplandecência e mandinga do Universo, todo o enigma irrepreensível e deífico da natura.
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Poemas eram centelhas
De estado de espírito do resplendor,
Eram zunidos de ímpetos que escutava eu
Como se fosse que o autor produzia no momento,
Trova de querença,
Querença veemente,
Querença incendiada,
Eram espelhos desapertando no horto
As bagatelas medidas do delubro,
Expelindo fragrância ebriática,
Eram sonidos de harpas, rabecas, mencionaras
Examinava eu magnetizado vocábulos e carmes
Sendo idiomas de reflexos, ângulos, pigmentações,
Eram vontades que se apregoavam absolutas de existência, Eram esperanças que revelavam beleza de verbos, Ambicionava combinar com o oposto dos fios dos trechos Perenes em que neles patenteada a sucessão
Do ser na época que é igualmente o ser.
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Ampl-itudes... Deleita-se o vazio circun-vagando as nonadas furtivas que per-vagam de pectivas das travessias do tao-ser ao verbo tao as pers do horizonte divino; re-festela-se o nada deambulando por entre os vestígios do cosmos e do caos, festejando as in-verdades de que fora incólume partícipe, concebendo e iluminando as sendas do não-ser.
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A reminiscência não memorizou as sentenças redigidas, Ressalvou as representações nos seus intervalos que,
Ora,
Logo que desadormeci,
Preteriam os assédios de meu ser
Em zênites fulgentes na escuridão,
Sem disseminar fervor
Largando-me claudicante,
Largando enfeitiçado com a inteligência de compreender Vulnerabilidades que residem nas sentenças,
Idioma do sublime,
Idioma da excelência,
Idioma perene da prestidigitação.


#riodejaneiro, 18 de janeiro de 2020#

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