#DIALÉTICA DA CRIAÇÃO E DO AMOR ENTRE OS DIVINOS TRÊS# @@@ (UMA LEITURA DE ‘A SANTÍSSIMA TRINDADE É A MELHOR COMUNIDADE, LEONARDO BOFF) GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: DISSERTAÇÃO EM TEOLOGIA



I PARTE B
Chama-se história a temporalidade do sujeito-no-mundo quando se trata da atividade cultural do homem no sentido mais estrito. A percepção sensitiva já constitui um modo de humanização do mundo, uma atividade cultural, mas isso se aplica por maioria de razão a todas as atividades na vida política, social, econômica, artística, científica e religiosa. Fala-se com mais motivos da história do cristianismo que da palavra “presente”.
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A decisão de nossa inserção na história da salvação fortalece nossa esperança e desperta nosso senso de responsabilidade perante o futuro que se abre diante de nós, e em vista do grande momento da realização plena da história.
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“Dentre as minhas decisões, as que têm a possibilidade de se inserir dentro da totalidade da história, correspondendo à expectativa confiante dos outros, serão, no sentido mais exato, as decisões realmente minhas e as minhas decisões mais livres” (Ayel, V.)
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Em sua atividade cultural o homem deita raízes no passado, constituído por homens que o precederam. Nossos antepassados, sobretudo os realmente grandes, esforçaram-se por humanizar o mundo, e toda atividade cultural de nossos dias se explica como uma retomada de suas intenções. Em sua atividade cultural o homem distancia-se do já instituído, da facticidade, cuidando de captar-lhe o verdadeiro significado a fim de ratificá-lo, rejeitá-lo ou modificá-lo. Desse modo entra em diálogo contínuo com seus semelhantes, e assim a vida passada permanece no presente, que se projeta num futuro. O homem jamais está acabado, como tampouco o seu mundo.
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A revelação de Deus entrou no tempo e na história. Mais, a encarnação de Jesus Cristo realiza-se na “plenitude dos tempos” (Gl 4,4).
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A verdade que Deus confiou ao homem a respeito de si mesmo e da sua vida insere-se, portanto, no tempo e na história. Sem dúvida, aquela foi pronunciada uma vez por todas no mistério de Jesus de Nazaré. Afirma-o, com palavras muito expressivas, a constituição Dei Verbum:
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“Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos, por meio de seu filho (Hb 1,1-1-2). Com efeito, enviou o seu filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus (cf. Jo 1,1-18). Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado como homem para os homens, “fala portanto, as palavras de Deus” (Jo, 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou realizar (cf. Jo 5,36; 17,4). Por isso, ele – ver a ele é ver o Pai (cf. Jo 14,9) -, com toda a sua presença e manifestação da sua pessoa, com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, e enfim, com o envio do Espírito de verdade, completa totalmente e confirma com o testemunho divino a Revelação”.
#riodejaneiro, 26 de janeiro de 2020#

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