**PASSOS NAS ANSAS DA ARAGEM** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA



De despovoados distantes, pampas e chapadões longínguos, regressam expectativas (de afeições multíplices, de ternuras di-vers-ificadas) de cantos e estâncias cujas centelhas de sapiências, sabedorias recaem nos trejeitos de contexto dos cunhos prejuízos vagueando pelas planícies diocesanas, repousam à obscuridade de mastros longínquos, de tranquilidade à borda dos flúmens de lágrimas cristalinas, profundeza perceptível, abismo sensível.
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De distantes rasos,
As fedelhas se sustentam de víveres
No que lhes é oferecido confeccionar,
Açular no plano,
Que lhes fortificam o cortiço,
Que lhes aformoseiam as tristezas,
Desolações, nostalgias e melancolias,
Que lhes purgam os rebentos e albumes de zigotos
Que sucederão frescor e genuínos, suavidade e leveza.
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Vou ascendendo, as sémitas contundindo, mesclando; vou içando suso no cerúleo do firmamento, no ocaso da tarde que cessa, as diocesanas apascentam e descaiam, a mirar se acho melodiosas, acervo, patrimônio entre agarrar perda na rua Machado de Assis e as tristezas de fedelhas que cuidam às manias trans-cendentes do contacto simples e carinhoso a afoitar as aurículas a oscilarem os devaneios e sonidos de metrificação, cadência, melodia, qualidade musical nas movimentações incessantes espirituais que sonham o som do in-audito.
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Acervo de Querença, ou ruma de risco, acervo de estilos ou ruma de meditações, reflexões ou simplesmente pensamentos abstratos, perda que acervo Assis, tristezas que trovam os hinos de Atenas, as riquezas gregas. É mais fidalgo o sossego somente da afã imutável, da afã inolvidável e in-audita, é mais altivez flectir aos ferimentos da ofensiva riqueza, da humilhante luxúria, que a perda consentir o outorgamento com as blandícias absolutas da mão. Inércia somente. Cessar, cochilar? Dormitar? Fantasiar, quiça a ânsia de poetar perda com as dores do remanso no esfregar de aurículas, requestando-lhes, movimentações compassadas e cadenciadas em que colocarei término as demoradas tristezas, as aurículas diminutas, olhos ateados alteiam ao elevado, suplicam estâncias e poemas.
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Os lábios meus abalroam
A sensualidade aprazível da perda na verde fase:
Ter olhado de minha tristeza simplesmente o anseio Antiquado obstruo de amofinação...
Que suavidade não larga um amargor de desalento?
Que azedume não larga uma vaticinação de crença?
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Fenecimento, vós podeis aguardar - arredai-vos de mim, afastai-vos de mim ou causai-me esquecer os primitivos ulmeiros que a angústia tênue arruína, a náusea serena desconforta. Pálido ainda me resguardo um imaturo refúgio,
experimento que mora minh´alma um oco, enorme e profundo, me não doa o imaculado, o afável, o débil passo nas ansas da aragem, o fenecer lusco-fusco a encetar a escuridão despida e cruel de “devaneios” e “concepções”, de "idílios" e "saberes" a aformosearem os fulcos e ornatos sobre o gracejador regaço dos amores infrutíferos.
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Da adolescência ensaiada nos vivenciados, vivenciários e vivenciais enlevos do Devaneio e das Palavras inextinguíveis e perenes ao temporal rasgam a claridade da calada, rebentam aos brados, encetam as poetisas de desventura e displicência, patenteiam a constituição de versos e cosmos, estrofes e paisagens in-finitas do eterno. A subtileza insólita sabe embustear as punições que espertam deslocações, ferramenta de que os homens de literaturas se auxiliam para inscreverem nas laudas ebúrneas os caracteres, as perdas que afinam os poemas reais das contrárias aparências, opostas afeições, antagônicos devaneios de palavras eternais e perpétuas, sílabas de mélica esfinge, decifrações harmonizadas às sensações.
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Ao limiar de vanidades e emudecimentos,
Des-povoadas planezas de confianças,
Brados e sabedorias do ultra serem
Dialecto e índole do verbo inacabado, defectivo.
#riodejaneiro, 17 de janeiro de 2020#

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