#ANTIBIOGRAFIA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
"O sons não cabem no simulacro das perfídias
biográficas#(Manoel Ferreira Neto)
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Anti-biografia
De pensamentos que pensam o pensar
Das contradições e quotidianidades das experiências
Por alinhavar e costurar as circunstâncias
Que aboletam as virtudes e valores da
personalidade,
Caráter, neuroses, condutas de má-fé,
Revelando o homem por inteiro nas
Linhas e entrelinhas do mundo e da terra.
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Anti-biografia
De dogmas a arrefecerem abismos
Onde ventos sibilam os temas do nada
De preceitos a conspurcarem quimeras
Onde os solstícios do tempo engendram
Temáticas inolvidáveis das memórias, lembranças
De ideologias a macularem princípios utópicos
Da liberdade e da consciência,
Quando silêncios enlevados gritam de
arrebatamentos.
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Anti-biografia
De verbos e regências que gerenciam angústias,
Tristezas, temores e tremores das nonadas
Flanando de por baixo de ventos que, a
ziguezaguearem
Entre crepúsculos do tempo e anoiteceres de sonhos,
Delineiam o símbolo do infinito, signo do
infinitivo
De ideais que ajuízam pretéritos à sombra gauche
De lanternas, de velas no candelabro de fardos
sutis.
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Anti-biografia
De sentimentos que se foram acumulando à margem
De volúpias e êxtases,
De sensações do vazio a preencherem as lacunas
Dos dons e talentos em regenciarem as idéias,
De emoções que perpassaram as ordinárias falácias
Das in-verdades e mentiras
Quando o silêncio habitava os restos do tempo
Onde o simulacro não cabe.
#riodejaneiro, 24 de janeiro de 2020#
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