POETISA, ESCRITORA, ANA JÚLIA MACHADO, PO-EMATIZA O TEXTO /**HÁ COELHOS ATRÁS DA ERUDIÇÃO**


Magnifico...nesta erudição não há coelho na cartola...tenho a certeza absoluta....e para o hoje eu lhe ofereço este meu escrito que saiu agora da fornada.....Estaquei…



Agora estaquei na aresta da existência
Firmei meramente para enxergar a idade a circular
Agora abanquei na aresta da idade.
Estaquei para contemplar a existência jornadear



Planeava meramente avistar
E por pobremente um instante
Um fugaz momento
Não meditar em coisa alguma



Agora estaquei na aresta da aragem
E aguardei, aguardei que uma aura aprazível
Atingisse meu semblante
Oscula-se serenamente meu físico débil



Agora abancada na aresta da existência
Apercebi-me de todos os meus temores
Não receio retiro, por vezes gosto muito dele
Não receio a enfermidade…já não vivo sem ela,
Alguém não sei quem…assim o pretendeu
Não receio a míngua, pois já provei de tudo na vida



Não receio entender o afecto
O meu receio é de escassos seres o sentirem em toda a sua dimensão
Com seus receios, clássicos, debilidades e regozijos



Agora entendo que receio ser ditosa
Porque poucos enxergam essa sensação
E aventuro ser infectada por tal pobreza de espírito



Mas indago o que é danoso
Entender o afecto e sumi-lo,
Ou idealizar com algo e jamais apreciar.
Ainda não conquistei a réplica



Agora abanquei na aresta da idade.
E por haver temor de ensaiar temor eu lacrimejei.
Agora abancada na aresta da existência
Resfoleguei intensamente e regressei a caminhar
Deliberei ser outra vez a possuidora dos meus andares
Só eu posso ser condenável pelo meu desígnio e dita



Agora ao fazer a aresta da existência
E transitar a quina da idade
Estatuo não possuir mais temor
E cabalmente existir



Ana Júlia Machado



**HÁ COELHOS ATRÁS DA ERUDIÇÃO**



Sin - cronias ad-jacentes aos idílios e ilusões perdidas,
Teo-gonias re-versas de a-gonias in-versas aos ideais da eternidade
Harmonias in-versas às utopias do sublime
(Desconfio re-vestimentos de heresias à luz das ironias fáceis
Nesta egrégia linguagem e estilo,
Há coelhos atrás da erudição)
Sin - tonias ad-versas ao ritmo da música que apresenta
A balalaika e a polka no baile dos desejos da estilística dos sentimentos,
Eivados das maresias das náuseas defronto ao sublime das Angústias, emoções leves, habitam-lhes seren-itudes dos volos,
O tempo passa... Tudo passa... O que houver de ser sê-lo-á
(E não cairia em equívoco inestimável, dizer estar desconfiado,
Contudo vero é que o verso re-verso in-verso ad-virá,
Porém digno é que o re-verso verso in-verso haverá-de ser,
Todavia sábio é que in-verso verso re-verso porvirá,
Ad-versidade de mata-burros, cancelas, porteiras,
Ad-versidade de a-clives, de-clives, curvas,
Ad-versidade de sinuosidades,
Se amanhã houvesse de preterizar o instante-limite de hoje, instante de nonadas efêmeras copulando sorrelfas com os resquícios, vestígios do vazio, as declinações do verbo perpetuar de ontem as travessias do mais-que-perfeito do subjuntivo para o pretérito perfeito do indicativo projetando no além as imagens forclusivas do particípio seduzindo ludicamente o gerúndio na noite nupcial de trovões e tempestade, consumação do tempo de idealizar o perpétuo habitado de ipseidades nauseabundas do uni-verso infinito de voláteis volúpias com a morte na alma, sursis da idade da razão.
Se amanhã houvesse de verbalizar as melancolias do éden perdido no crepúsculo pálido, semblante entrevado de notívagos idílios , pesadelos das chamas hádicas e a luz cristalina , re-flexos límpidos, celestial dialética barroca do eterno, contradição futurista do efêmero iluminado de pectivas das pers e retros das pontes partidas que ad-stringem o solar do raio com a soleira do arco-íris após o dilúvio do eterno.
Se amanhã houvesse de olvidar as lembranças da frincha no auspício do flamboyant por onde ao entardecer costumava olhar enviesado para a longitude do uni-verso, por vezes o azul pleno do céu, pensando nos instantes de querência de glórias, prazeres, de tantos por onde passava, saltitava, entes íntimos deixados à mercê das situações, circunstâncias, sentindo profunda saudade, hoje me entregaria de corpo, alma, espírito às regências nominais e verbais dos caminhos por onde trilho os passos, satisfeito com as conquistas, com as realizações, ainda o mais importante, o nada resultado do efêmero é projeto para outros desejos, vontades, para a vivência de outro amor, ser-lhe em todas as suas dimensões, que encontrei num momento em que a contingência do abismo tomou-me por inteiro, em mim sibilava o vento das ipseidades.
Se amanhã houvesse de in-vestigar, alumbrar os vestígios dos gerúndios de esperanças e sonhos do verbo que plen-erseja a semântica dos sentimentos da cáritas, emoções do nous da verdade, a linguística dos volos do perpétuo, forclusions do perfeito; dos particípios das utopias e idílios do ser que plen-ersifica signos e símbolos do eterno re-vestido dos efêmeros da verdade sempre na estrada sertaneja de raiz rumo à dialética da iluminação que cintila e brilha no nada para a travessia do estar-no-mundo ao crepúsculo dos lírios do genesis de cânticos do revés até o sempre, nos abismos, grutas, cavernas a memória de um "perfect stranger" procurando a metáfora da vida, o sistere do absoluto; hoje estaria eu apenas olhando de viés a continuidade de minha vida desde as sorrelfas da inocência, ingenuidade à consciência, sabedoria da sagrada palavra que silencia o tempo e o verbo do ser.



Manoel Ferreira Neto
(Rio de Janeiro, 09 de julho de 2016)


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