ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA E POETISA COMENTA O TEXTO /**O REENCONTRO**/


Que lindo...e Gracinha tem toda a razão na resposta que lhe facultou...vamos ver o próximo...melhor ou pior? Depende...para uns melhor, outros pior...como em tudo na vida. O reencontro das duas artes e de dois seres...e a luz entre vós e as artes vai fortificar-se, será eterna. Beijinhos.



Como um sigilo
Que eu mesma não revelei
Mas que você entendeu
Retomei o que havia largado
E quis apreciar a pintora a criar uma tela
Feito nunca permitido por mim
Mas a si não neguei
Deleitou-se a ver desenhar cada traço
Fiz uma pintura onde consta uma guitarra
Inspirada em si….
Há sons nesta guitarra que não entoei,
Há margens na minha lezíria que nem palmilhei.
É necessário que me adquira, além do regozijo e do contemplar,
Naquilo que não entendo e decifrei;
É preciso que me instruas a trova do que serei
E me conceba com seu trejeito
O que nem idealizei.



Ana Júlia Machado



**O REENCONTRO**



Esta Peça da Artista-Plástica(Graça Fontis) é um marco importantíssimo. Após longos e longos anos distante da Pintura, nem mesmo um simples "croqui" ou traços rabiscados numa tela, eis que ela retorna à pintura, eis o reencontro.
E como isto aconteceu? Semana passada, precisamente na quarta-feira, 17 de agosto, escrevi eu um texto intitulado À SOLEIRA DO VERSO-UNI, que lhe encantou, o encanto se transliteralizou em inspiração para este quadro. Graça Fontis confessou-me ipsis litteris jamais haver permitido, con-sentido que alguém a presenciasse pintando. Estava eu presente vendo-a esboçar a imagem. Quê coisa linda! Compenetrada, o lápis deslizando na folha de papel, a imagem se revelando, se mostrando. Jamais havia visto alguém pintando. Momento inesquecível, indizível em palavras. Um escritor no momento da criação de uma pintora. A imagem pronta em pouco tempo. Momento de realmente pintar, cores, luzes, contra-luzes, perspectivas. Esse trabalho é mais demorado. Desde quarta-feira com o estojo de Castel sobre a mesa da sala de jantar, à noite, pintando. Nos instantes em que não estava eu não estava revisando textos velhos - estava num momento difícil, nada criando, produzindo - estava lá presenciando a sua criação, sentindo os seus movimentos com os lápis, suas emoções e sentimentos.
Diz o adágio que quem é rei nunca perde a coroa. Não há duvidar. Grande artista-plástica(pintora) que é, o reencontro com a pintura fora simples, tranquilo, suave, calmo, tranquilo... Perguntava-me eu: "Se eu parasse de escrever por tantos longos anos, seria que compusesse um texto ou poema com a mesma facilidade?" E quando, ontem, domingo, à noite, a Peça ficara pronta perguntei-lhe: "Amor, como é terminar uma Peça após tantos anos distante da Pintura?", respondendo, "A mesma coisa". "Então, é como terminar um texto: vamos ver o próximo." Respondeu-me que sim.
Eis a peça de Reencontro da Artista-Plástica(Pintora) Graça Fontis com a Pintura. Quero agradecer-lhe por momentos tão maravilhosos, vendo-a pintar, por seu consentimento de minha presença na hora da criação.
Parabéns, Carissima e Inestimável Pintora Graça Fontis, por seu Reencontro, por esta peça lindíssima. Sinto-me muito orgulhoso em sabendo que este Reencontro teve um dedo de presença minha a partir de meu texto. Quê este Reencontro nos traga à luz muitas e muitas peças, com a marca registrada de seus dons e talentos.
Parabéns!
Um grande abraço!!!



Manoel Ferreira Neto
(22 de agosto de 2016)


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