COMENTÁRIO DA AMIGA ANA SOFIA AO TEXTO "OUTRAS SENDAS E VEREDAS PARA A IMAGEM".


Explêndido. A vida, a morte, a noite a alma pensadas filosoficamente mas postas em palavras segundo os termos e as ferramentas da semântica, mais as primeiras que as últimas e mais a alma que a noite, essa apenas poeticamente contada, com os utensílios emocionais apenas da arte...



Ana Sofia Carvalho.



**OUTRAS SENDAS E VEREDAS PARA A IMAGEM**



Colóquios. Monólogos. Falácias.
Cronias de palavras. Tonias de vernáculas metáforas de cujos interstícios abissais re-colheram e a-colheram sêmens do verbo, no tempo, continuidade de esperanças, sonhos, ideais da perfeição e verdade, movendo desejos, vontade, volúpias, re-fazem os idílios e fantasias, realizam o eidos da vida, ultrapassam os pretéritos sentidos da morte, infantilices do nada no além, a vida é eterna e efêmera, a vida são verbos perfeitos e defectivos, a morte é nada, a morte é imbecilidade, lei do menor esforço para não mergulhar nas prefundas do ser, nos recônditos do tempo-verbo. Se se olhasse com os linces dos olhos a morte, o que nela nos incomoda, irrita, angústia, entristece, ter-se-ia muitas dimensões da vida para tecer a vida em toda a sua plen-itude. Olha-se a morte através do prisma do nada, ressurreição.
A noite pervaga na cintilância da lua e estrela, os verbos do ser vagabundeiam nos terrenos baldios, nos becos e alamedas, nos becos sem saídas, idealizando um boêmio dedilhando as cordas do violão, mimo para a amada de quem as saudades são inomináveis, imensuráveis, solsticiando sons de silêncios ad-vindos de alhures, perfeitos sudários que velam as carências, angústias e náuseas, e no amanhecer os raios de sol abrindo as venezianas, concebendo outras sendas e veredas para a imagem, ainda que embaciada de momento, reflita-se no espelho po-emático dos horizontes e uni-versos, o além des-velando os capuzes do desconhecido e misterioso, re-velando a face límpida e trans-parente do inner e thelos do eterno depois de quaisquer perpétuos da eternidade contingente. A contingência do eterno de luzes e sombras, de alvorecer e crepúsculo, de encontros e des-encontros no porto do que há-de verbalizar as dimensões do pretérito protelado ao indicativo do perene.
A alma refestela-se na solidão do uni-verso de notívagas inspirações e volúpias voláteis e volúveis aspirando o cheiro pequeno do orvalho que cobre a natureza com o espírito do sensível, quem sabe até não teça um soneto in-trans-itivo de verbos perfeitos jubilando e re-vereciando as tessituras da estesia em pleno conúbio com a verdade do mais-que-perfeito do prazer seduzindo a felicidade com os brilhos ofuscantes, tremeluzidos de desejos e prazer, vontades e êxtases, no Hotel Safo de peregrinos em direção ao que trans-cende, supera, suprassume o deserto de oásis voltado ao arco-íris, de confins às arribas, de nonadas aos perpétuos efêmeros que esplenderão e in-lumiarão os interditos da sensibilidade, o theos da espiritualidade...



Manoel Ferreira Neto
(13 de agosto de 2016)


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