**NOS CONFINS DO ORBE?** - Manoel Ferreira


Sublimíssima fragrância
De flores que se despetalam
À mercê da neblina matutina
Trinados de pássaros
Sibilo de vento
Sons de acalentar segredos
E de re-fletir sonhos e esperas
E de observar as esperanças
Nos recônditos da solidão,
Nos interstícios do silêncio.



Pers de ilusões perpassando o íntimo re-genciado de memórias distantes, lembranças longínquas, re-cord-ações indizíveis re-colhidas e a-colhidas no tempo efemerizado de inocências e ingenuidades, no verbo esvaecido de angústias e náuseas, no in-fin-itivo esquecido de utopias e prazeres.
Res de pectivas de fantasias cor-res-pondidas com as criações extraordinárias, conúbios do belo e do absurdo, síntese da beleza e da facticidade... Onde as circunscrições? Os limites? As fronteiras? Nos confins do Orbe? Nas arribas do Cócito? Aqui? Ou somente em mim? No tempo, nas águas, nos homens? Peripléias - na estrada ouvindo um canto, canto único na solidão do mundo, canto primevo no eterno uni-versal do tempo, "tudo que começa bem eterniza-se", as árvores estão povoadas de cigarras que cantam a beleza do crepúsculo, amanhã os pássaros virão cedo aos seus galhos para trinarem a madrugada, agora é hora de imaginar a coruja em silêncio perscrutando o mistério insondável, o segredo invisível, o enigma in-inteligível da lua sendo a lâmpada de muitos caminhos, das margens de riachos de águas cristalinas, de extensos campos floridos, as estrelas sendo inspirações de cantos dolentes por trilhas estreitas e sinuosas, liberdade total, absoluta, trans-cendente, abstrata. Bailado sereno de fogo místico consumindo velas.
Reluzindo
Brilhando
Estrelando
Constelando pelos campos, pelos vales, pelas florestas, pelos mares,
Universando o in-fin-ito de asas livres, con-templando os horizontes,
Perpetuando o celeste de silêncios claustrais.
A vida é breve,
O tempo, voraz,
E o mistério das montanhas, volátil...



Manoel Ferreira Neto.
(16 de agosto de 2016)


Comentários