ARTISTA-PLÁSTICA(PINTORA) E POETISA, GRAÇA FONTIS, ANALISA FENOMENOLOGICAMENTE O POEMA /**NO ORNATO DO TEMPO**/


A oralidade com que o escritor ornamentou esse belo Poema vem impregnada de toda sensibilidade a qual o ser é capaz de abrigar no instante reflexivo onde vê-se o encantamento sob um olhar amplo cadenciando tempo,amor e existência numa impressão sublime...Quiçá reflexo do próprio ser na sua total plenitude. Prbns.Poeta...



Graça Fontis



Caríssima Pintora, poetisa e minha mulher e companheira, o grande problema seria, para o mergulho no poema, no interdito, que a priori não se apercebesse, não se intuísse a ORALIDADE DO POEMA.
Com toda a categoria na linguagem, estilo analíticos, você não apenas percebeu, mas verbalizou o que é a "oralidade", a sensibilidade do instante reflexivo "onde vê-se o encantamento sob um olhar amplo cadenciando tempo amor e existência numa impressão sublime..." Eis o conceito de "oralidade" que teço não apenas nesta obra, neste poema, mas em todo o acervo de minha obra.
Conhecendo o conceito de oralidade, o mergulho no interdito do poema será inda mais profundo, sentir-se-á as suas "entranhas", quiçá a imagem do ser refletida no uni-verso da plen-itude.
Parabéns, Caríssima pintora.
Beijos, meu amor.



Manoel Ferreira Neto.



**NO ORNATO DO TEMPO**



No ornato do tempo
Arrebatamentos da querença, trans-elevados
Compulsividades das volúpias, descendidas
O ânimo oral dos devaneios
De defronto e acordo,
Abrigam e albergam do pleno
A veras das sensibilidades,
O âmago das expectativas,
O eidos das querenças
O núcleo das fissuras.



No ornato do tempo
Deleite da satisfação, superiorizar-se
A eloquência das imaginações, devaneios
Do elevado e imortal,
Esboço de pigmentações transparentes do arco-íris,
Abolindo o cosmos de reluzirem e fulgores,
O imago ludica da pulcritude encantamento do amor
Em suas ópticas da dádiva irrestrito
Da entidade, do entendimento,
Viciados da elocução "con-templar" o ultra-[de]-perenes
Júbilos e consolações das reputações e regozijos.



No ornato do tempo
Zinas do juízo da existência, excedendo
De cruzadas a casualidade da mágoa,
Inerência do penar,
Às bondades da harmonia imortal
De entes que se idolatram e se cedem autônomos,
A aragem confidencia solfa, a fragrância oscilante
Extasia o verso, rebento em primor, na sagacidade de primavera,
E na finitude desinteressada de um acção tão encantadora,
Lateja o coração, na cadência de derretimento,
Na cena de luminosidade, onde o estético que flui no reflexo da retina,
Alvorejar o imenso gemido de existência,
Linheiro da sensibilidade.



Manoel Ferreira Neto.
(09 de agosto de 2016)


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