COMENTÁRIO DE MINHA AMIGA MARIA FERNANDES AO TEXTO //**NÁUSEA DO NADA**//


O mesmo estilo de linguagem, as mesmas inquietações, a mesma pesquisa do conhecimento da verdade em busca da sua identidade! Personagem determinada, personalidade forte e carácter incorruptível, aquele que coloca os seus valores acima de qualquer utopia ou deslumbramento de grandeza. Foi assim na juventude, continua na maturidade trilhando os mesmos trilhos em senda da Verdade! Parabéns, meu amigo, agora mais que nunca fiquei a conhecer o homem e o escritor. Um abraço, meu Amigo Manoel Ferreira Neto! Noite feliz.



Maria Fernandes.



Felizmentre, que tenho as minhas agendas, pequenos escritos, do passado. Numa delas encontrei este texto, escrito no Restaurante D´Lucas, Edifício Maleta, Belo Horizonte, no dia da aula sobre a Dialética em Hegel, curso de mestrado.



**NÁUSEA DO NADA**



Náusea do nada, sentimentos re-versos da perfeição do absoluto, das verdades, emoções plenas de vazio, in-verdade, inversas de alegrias, felicidade, satisfação, amira-me como se oide nebtur racuibakuzabdim ad0nura0ne inda mais como se pode viver acumulando conhecimentos para se lisonjear, envaidecer-se conversando com amigos da estirpe em alto nível, desgustando as palavras eivadas de sentidos trans-cendentes,
A vida não tem mais sentidos
Nos idos do sense,
A vida não tem mais sense
No há-de vir das perfeições
Sensórias do nada e do vazio,
passando a língua nos lábios para saborear-lhes as delícias, com um lenço branco de seda ensugando a saliva que desce no queixo, aquele néctar delicioso do inter-dito dos ideais e idéias que escorre inevitavelmente, a plen-itude do saber, sublim-itude da sabedoria. E na madrugada silenciosa, angústias, medos, carências - ridícula a vida de conhecimentos, de palavras tecendo de farrapos preteritos seculares e milenares o sudário inaudito do ser que há-de vir, sendo simplesmente o "não ser"" estagnado nos átimos de segundos e minutos, estacionados na mauvaise-foi da natureza humana. O hábito do conhecimentoé uma segunda natureza.
Quê nojo de mim - pudesse vomitaria as entranhas entupigaitadas de "leitinhos" de metaísicas, dialécticas, estruturas do nada na consciência, que legam prazeres e idílios no delírio da perfeição.
Numa aula hoje hoje sobre a Dailéctica de Hegel, levantei-me da carteira, dizendo em tom altissonante: "A léctica do dia a dia é andar numa estrade de poeiras, tergiversando o lhar para a alma do espírito..."
Alguém de meus colegas respondeu: "Algum dia entenderá que os homens somos perfeitos, buscamos, no entanto, a imperfeição do pretérito e do há de ser. Eis a dialética..."
O professorcolocou seus livros dentro da pasta, saiu de sala pisando duro, cri que sentiu bem profundo a sua segunda natureza. Saí tam´bem de sala e fui ao banheiro, enfiei o dedo na garganta e vomitei o café da manhã.
Sentado aqui numa mesa do restaurante D´Lucas, Edifício Maleta, avenida Augusto de Lima, Belo Horizonte, tomando um Gim Seager´s, acompanhado de uma cerveja bem geladinha, atravesso mares, deixo cidades para trás e subo rios sem margens, sem pressa, de águas cristalinas, ou então me embrenho em florestas, e sempre me dirijo a outras cidades. Tive namoradas, agora uma paixão sem limites e fronteiras, quem sabe no futuro me casarei, terei filhos; meti-me em brigas de caráter ideolígoco, o nada brigando com a perfeição absoluta. Nunca pude voltar arás e dizer que não compactuo com o joverm que sou, defendendo conhecimentos e diálectricas do tempo-do-onça, o sonho é a liberdade em questão, "eu diante de mim na imagem do espelho", não eu diante das tradições do não0-ser ciscando o ser no galinheiro das retrógradas culturas.
Minha namorada, ontem, antes da ribalta na aula sobre a Dialética em Hegel, dissera: "O destino que você escolheu e sarapalhar pelas contingências em busca de sua sui-ent-idade..."



Manoel Ferreira Neto.


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