**CINTILÂNCIA E LUZ DOS HORIZONTES** - Manoel Ferreira


E havia trevas sobre a face do abismo e um vento impetuoso soprava a superfície das águas. E Deus disse: "Haja luz!. E houve luz...



"(Sou homem-imperfeição:
Viver assim dilacerado
Escravizado a uma ilusão/
(...)
Não seja a vida sempre assim
Como...
A derramar melancolia em mim...!"



"Desço desta solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar/
Fotografias recortadas em jornais de folhas amiúde..."



Pudesse eu dizer a palavra "amar" inteira. A margem de todas as coisas. Quanto exílio em toda a vida. Máscara de amor como a maioria dos homens... Exílio. À busca do amor... Nem mesmo pensei. Não entendo de insistir. Vergonha. Timidez. Sentimento de culpa. Afinal, o que significou viver?
Ilusões, amor projetado ao além de medos, dúvidas,
Esperanças deambulando por universos, iluminando sonhos,
Numinam de cintilâncias de luz dos horizontes
Desejos, vontades,
A-lumbrando miríades do verbo Amar,
Prespectivando no espelho do ser atrás das contingências
Do efêmero
O ser-de-amor-buscas-e-encontros.
Comungando a pétala da rosa que des-abrochará no alvorecer,
Com o húmus das folhas secas que fecundam a nova rosa
Do há-de vir
Haja luz a resplandecer as sendas
- de beleza, versos poéticos emolduram nas imagens,
Flashes do eterno,
Luzes, sons e palavras,
Unificando plêiades de metáforas de plen-itudes
Do "amar-amando-o-amor-do-ser"
Às efígies de símbolos ad-jacentes ao romance
De Cinderela e Don Juan,
Cenas bucólicas trans-figurando panoramas,
Re-fletindo no tempo de alhures,
Inicializando nas travessias do não-ser ao ser,
Do nada ao pleno,
O encontro das mãos, o entre-laçamento, a jornada unidas,
A-colhendo de sendo-em-sendo, nas antíteses e sínteses,
A pureza, inocência
De outras veredas silvestres abertas ao espírito do vir-a-ser
Núncio de por-você, núncio de seu-ser,
Luz houve que revelou você,
Amar-verbalizando-o-ser-de-você-revela-a-verdade-do-amor-
Por-você...



Verdades, amor sentido...
Outrora, medos de amar, inseguranças,
Preso, enclausurado, enjaulado, algemado, acorrentado
Aos desígnios inconscientes do destino vida/morte,
Hoje, liberdade de amar o verbo amor,
Amar, entendi, é libertar o verbo da carne do mundo,
Desejar a essência do corpo à busca dos prazeres
De trilhar os caminhos da vida,
Ser o espírito do eterno-efêmero à eternidade absoluta...



Este amor será alimentado, regado, nutrido,
Sigo os caminhos do campo,
Vou dar fim a tudo, ser o amor que em mim habita...



É algo humano. Pouco da grandeza de evento épico. Helicópteros iluminando as nuvens. Realidade nacional. Trágico exército de forças caprichosas. Amar espalha vozes explícitas. Sou ninguém.



Manoel Ferreira Neto.
(09 de agosto de 2016)


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