#POESIA DE BARAFENHUDA SOLIDÃO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA BARAFENHO SATÍRICO $$$

 
Epígrafe: "Sou a poesia da barafenhuda solidão"(Manoel Ferreira Neto) ----- Ainda que tardia a espiritualidade do ser, Precoce o Ser do Espírito, Aquém nostalgias, melancolias, Lareira de chamas-versos do amor pleno Angústias, tristezas, vazios Contingenciam caminhos de luz nas trevas, Trevas nas luzes das constelações, Luzes nas sombras dos planetas, Tangenciam caminhos-da-roça no bosque das mazelas, Pitis de todos os naipes e graus, graduações, Chiliques célebres e universais, Sentimentos re-versos de esperanças e desejos Perpassam dimensões recônditas da alma Sem cafuas, perfilando o não-ser Aléns de nada, performance barroca de in-verdades, Simbolismo de angústias e desesperos do espírito Os mais dilacerantes, Modernismos de ignaros princípios, estilos Obtusos, linguagens obscenas, Estilísticas ridículas, metalinguísticas cegas, E para ornamentar, um arrebique de grife, Pinta de Mário Quintana No encontro com os indivíduos comuns. ---- A noite custa a passar, insônia iluminada De solidão, silêncio a con-templarem o tempo Relógio de pendulum inerte, Por determinação própria, não por coincidência, Ouvindo "Pagan Baby", Ponteiros deslizando sem limites Na inépcia do nada, Oh, inércia De minhas conjunturas todas, Escândalos baratos, shows ridículos De ignorante, bronco mesmo, Em mesas de doutos, intelectuais de brios e calafrios, Degustando vinho francês de idade avançada, de entrada, Bacalhoada, no Canecão, Diálogo percuciente e fino de perspectivas, Olhando de viés, torcendo os narizes aduncos, Pontiagudos, O quanto estes não mentiram na vida! Com que ornamentar um bouquet de rosas?, Com que acender o estopim da bomba do tempo? Com que explodir o mundo, consumando o Apocalipse? Labaredas de fogo Crepitando nas achas a in-eter-itude do destino A in-etern-itice do sublime às estesias dos pensamentos Nada são vazios à luz abissal do jamais Sem o nunca espelhado na perspectiva-retro, O nunquinha refestelado na rede, Fumando um "baseado", Bebendo Jack Daniel´s, Idéias sendo regadas pelas águas do Mississipi River, Do espírito verbalizando as categorias da liberdade, Vazios são nadas às mercês do pleno esquecido Olvidado de nevericadas, retrospectiva de genesis Do caos translucidando os terrenos baldios, Das barafundas alucinogenando os abismos da psique, Nas estrofes e versos de sem-tempo Resplandecendo o subjuntivo dos pretéritos presentes A liberdade plena e plen-ificada Do infinito, nas suas ad-jacências de defectivos verbos, Esplendem imagens múltiplas de estesias e volúpias, As contingências em uníssono, atarracadas aos braços Das condições precárias, feito tamanduás Rolando por todos botequins da nata fina dos boêmios, Pinguços, mulherengos, Quê comédia sem graça!, Contudo tão verdadeira e real que ninguém Dispor-se-ia a contestar, contradizer, Se o fizer, tirar-lhe-ei o chapéu em reverência, Com aquele famoso cumprimento à francesa "Bonjour, monsier"... Na finesse do sorriso, o louvor a princípios tão nobres. ---- Sensações, emoções, sentimentos... ---- Com o que me fora imperfeito nas teias do tempo Teci angústias e náuseas enlaçadas em buscas do eterno. Com o que me fora gerúndio nas performances do destino Escrevi nas tábuas de templos com a pena em riste, Registrei com empáfia os caracteres, símbolos os interditos, Com a língua ardendo à malagueta dos encômios Ad-versos, des-variados, re-versados e "in-viezados", Cogitando a temperatura dos humores, ódios, Se iriam trucidar-me por tanta irreverência, Se iriam dar-me uma medalha de prata ou ouro, Homenagear-me com um Diploma de Colaborador Em tablóide, outros tantos, com direito a Banquete No salão de eventos do Clube Tangará, E agora, podendo sentir que fora reconhecido, Quem o disse teria de algum modo levado a sério Tal disparate, - Ou simplesmente desejarem-me noite de sono ígneo - Para trazê-la suspensa no pescoço, Os mandamentos das in-verdades insofismáveis, Delineei na imagem dos deuses as perspectivas Do in-finito nas magn-itudes etéreas das contingências, O que fora genitivo nas revestidas do tempo Desenhei nas paredes das cavernas assombradas, Das grutas enigmáticas, misteriosas, Ouvindo as asas dos morcegos farfalharem, Compus nobres musiquetas. ---- O que me fora particípio de travessias Nonadificadas de vazios, nadificadas de náuseas Compus a arte da origem do ser sendo, A poesia barafenha do não-ser continuamente, A barafunda do ser não é mostrar-se, A continuidade sendo o não-ser das vaidades, A metamorfose da alma, seduzindo os solipsismos Das contingências a concepção do estético. ---- A noite custa a passar na baldia alma - Ah, e como custa!... Custa a própria alma baldia... - De dialéticas do pleno e efêmero Ser sendo o que me fora, ser sendo o é-me De quem sou, do vazio, o cosmos da esperança, Do nada, a magnitude dos sonhos, Das náuseas e sorrelfas, o divino das querências, Sou quem sou no quem do ser de mim, No aquém do ser de mim a genesis da arte Ser do verbo con-templar as fronteiras da luz, As barafenhezas da poesia que deseja atingir, Alcançar o negrume da alma no espelho da escuridão, Incidindo seus raios no vazio do tempo Kairos, kononia Sereias vislumbram o encontro de cintilâncias e brilhos, Sacis pererês rebolam ao redor da fogueira de achas secas, Mulas sem cabeças encenam a tragicomédia de mendigos Louvando a implosão do Prédio do Fórum, Sem Justiça, A vida lhes garante outros sonhos Nos bancos mais confortáveis, Sem história, sem memória é que se chega lá, Lá onde é que não se sabe, Enquanto os duendes dormitam o sono dos justos, Bruxas fazem o "footing" no espaço em suas vassouras Mágicas, míticas, místicas Conde Drácula curtindo o sol de Ipanema, Degustando um delicioso charuto cubano, Reflete a sua eternidade à luz das trevas e sombras, Quê festança! ---- Na noite opuscular de sentimentos re-versos In-versificando de florestas as estradas silvestres Gnoses e fumaças do espírito da lareira Sou prosaico do ser, Sou erudito do não-ser, Sou poeta de nonadas, Sou a poesia da barafenhuda solidão, À luz de "a morte não me habita" Ainda que tardia a vida pena de ser. ---- Amar a Anima da vida, do coração, Alma, espírito, carne e ossos Realiza o encontro do eidos de estar no mundo, Essência de existir na corrida desvairada, insana Por um lugar no Olimpo dos silenciosos, Tagarelas das virtudes inestimáveis, valores inesquecíveis... #RIO DE JANEIRO(RJ), 20 DE AGOSTO DE 2020, 12:49 a.m.#

 

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