#FBI-LIZANDO DÚBIAS INVESTIGAÇÕES POÉTICAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ---

Palavras que brotam longínquas,

Que despetalam tardias, ao sol da meia-noite,

Que sonematizam ritmos futurais,

A canção é tudo

Tem sangue eterno a asa ritmada,

As penas melodiadas,

Canto essa canção

Como todos os bravos escritores fazem

Quando estão sentados no banco do calçadão

Da Praia do Popeye,

Contemplando o oceano,

Distantes os sentimentos a fluírem

De seus desejos da verdade a alma

Dos instantes-limites, limítrofes do vazio

À soleira do genitivo pretérito do além,

Lenitivo gerúndio do abismo,

Em cuja profundidade habitam metáforas,

Lácios linguísticos a conceberem, do

Nada inter-dito, a linha entre

O cristalino da esperança

A trans-parência do sonho inaudito do ser,

A obliquidade do 64th sono do existir pleno,

E os vernáculos se fazem verbo das Línguas e do Tempo,

Lâmina de faca que corta em fatias o eterno,

FBI-liza dúbias investigações e avaliações

Das contingências poéticas,

Condena a interditos insofismáveis as intenções do Ser,

À liberdade perpétua por crime contra as cegueiras do Não-Ser,

Multifacela as utopias res-plandesc-"ent"-es

E esplendorosas do nada,

O nada não ilumina,

Não inspira,

Não aflige nem acalma,

Apenas amplia o vazio

Que cada um traz na sua algibeira,

Alforje no de-curso das utopias e desilusões,

Se algum dia hei-de ser nada,

Que o meu crepúsculo seja um toque de corneta

Ou banda marcial ao alvorecer,

Ou procissão religiosa ao entardecer

Passando à porta do Campo Santo,

Atravesso noites e dias

Auscultando os silvos de ventanias,

Assim nascem as nonadas, religiões, credos,

Cada uma deles projeta ao in-finito

O ad-vir da felicidade perpétua,

O tempo do estar-no-mundo é exíguo

E tudo são mistérios e enigmas, sigilos,

Tudo são dúvidas e inseguranças,

Só no além da vida

As con-tingências são suprassumidas.

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Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza envelado.

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Palavras que brotam nas pectivas,

Res das semânticas ipsis

Do pleno e perpéttuo,

Estendendo ao abismo dos horizontes

De ponta-cabeça

As desilusões e tristezas das contradições,

A verdade é mentira pers-crutada

À luz do que jamais esvaece,

A mentira, verdade con-templada

Na furtiva imagem convexa

Do que sempre está em movimento,

Mo-vente verb-ético, son-ético

Do há-de porvir

Além das fronteiras do inaudito

Réquiem de náuseas da melancolia,

Nostalgia,

Lusitana saudade do pretérito

Nas asas da coruja que,

Após velar as noctívagas vontades

Do alvorecer numinado de cores vivas,

Bem-te-vis trinando seus cantos na galha do abacateiro,

Fecha os olhos,

Em última instância, com olhar fincado no barro...

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Indivíduo do solo. Criatura do Cosmos. Seiva. Alvoroço. Susceptibilidade, mente e causa. Lascívia. Encarniçamento, insânia, quimera e desastre. Carnação.

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Vagidos, ais, refrulhos e berros proparoxítonos do tumulto da consciência à claridade da jurisdição. Respiro bem fundo. Caio de joelhos. Não consigo aguentar algazarras. Nos trens da mercê, desbravando as serras, delicados argumentos. Pejadas e artilhadas, no fosso da rebelião do feito de quem é cidadão, indivíduo, mensagens. Muito pingo e sêmen exsudados com alvoroço do motejo à ira.

#RIO DE JANEIRO(RJ), 17 DE AGOSTO DE 2020, 06:21 a.m.#

 

 

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