#IN CORPORE SANO# Manoel Ferreira Neto: DESENHO GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA SATÍRICO ***

Silvos longínquos, sibilos próximos

Surgem as perquirições, advem as dúvidas

Incertezas vem no alforje de medos inolvidáveis

Auscultar-lhes os sons, ouvir-lhes os silêncios

Empreendendo recursos, tramoias delicados

Sinto-os presentes, ouço-lhes,

Por que não verbalizá-los? Por que verbalizá-los?

Se ritmam fugas das verdades, in-verdades

Se melodiam o que habita profundo as ausências

Se musicalizam os conflitos, complexos, traumas

Ventos de leste sopram as idéias

Nada se mostra que me possa amenizar

As ânsias, os desesperos por compreender

A profusidade das re-velações da vida,

Sempre enigmática, eivada de contrasensos

Possa-me aliviar as dores da existência

Percursar desde a luz do mundo

Estradas sinuosas de tristezas, alegrias

Nada de respostas

Passos deixados por todos os sítios, recantos

Irreverências, rebeldias, arredias condutas

E na ampulheta os grãos de areia

Descem ininterruptamente

Mister não seria ignorar, ser indiferente

Andar a esmo, vadiar?

Saber existir é assinar mistérios

Indecifráveis

Saber não apenas da mente, mas do corpo,

Mente e corpo em uníssono, mente e corpo sãos,

Deixar ao léu as cositas da alma,

Tempo perdido, devaneio, divagação,

Desvario, cogitação,

Dormitar, sonar, adormecer

Ninguém dissera ser assim

Silvos longínquos, sibilos proxímos

Compõem baladas livres

Se dançam as performances no alvorecer de sonhos

Se bailam Mezza Notte das origens,

Fá-lo às ocultas...

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Tempo perdido.... Tempo perdido... Tempo perdido

Silvos longínquos... ausentes os verbos

Que lhes definem, regenciam as declinações

Sibilos próximos... sem voz que lhes comunique,

Expresse, diga

A dor é assim, pensá-la instiga-a a pulsar

Dar pontadas

Sarapalhei palavras à revelia

Amenizou, aliviou, continua presente,

Suporto-a

PSICOSSOMATIZAÇÃO - a palavra é enorme

A liberdade vem no tempo

Pensar-lhe é dar-lhe vida, intensificar as dores

Até quando... Até quando...

Anjo desengoçado dissera não haver cura,

Ausenta-se, retorna-se

Sorriu, dizendo: "È o símbolo de sua cruz",

Dentre outras cositas de excelência importantes,

Isto mostra que investigá-lo, avaliá-lo,

Pensá-lo, será per siempre.

Tão límpido e leve como floco de neve sob ventinho suave,

Não há o que entender, compreender.

#RIO DE JANEIRO(RJ), 11 DE AGOSTO DE 2020, 13:03 p.m.#

 

 

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