#LIMIAR ROSÁCEO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/GRAÇA FONTIS: POEMA AFORÍSTICO


$$$ Vejo os tempos... próximos, longínquos. A ampulheta no colo, mãos segurando-a com finesse, olhar entre sentimentos de tristeza e quereres de vencê-la. Eram de ontem e de sempre ver os tempos rodarem os cataventos de idéias e ideais do destino, redemoinhos de pensamentos de posturas e condutas, roda-viva das sofrências e utopias consumarem hipocrisias, falsidades, reverberarem inteligências e perspicácias à sombra de incertezas, dúvidas, girarem os ventiladores dos princípios, dogmas, preceitos, nos declives de ruas e alamedas, assim as circunstâncias, ASSIM O QUOTIDIANO DAS COISAS... açaimarem as algazarras, palavrórios de toda ordem, sobretudo os de origem na dignidade e falsidades dos interesses, ver os ventos soprarem as ideologias chinfrins e as capitais, as folhas secas dos costumes e hábitos, fantasias e idílios da liberdade serem levados pela poeira das estradas...

***

Hoje... O nada, perscrutando quase que esvaecidas Contingências preliminares e elementares, Das carências, vazios, labirintites, Sente no íntimo a escolha, decisão fortes De mover o destino, abrir-lhe a outras concepções, Acepções de “existir”, Re-colhendo, a-colhendo absurdos, nonsenses, Semente, húmus de inéditos passos, Veredas, sendas da liberdade posta em questão, Vertentes, vestígios da consciência que Se re-nova ao longo dos tempos E da ampulheta que vira e re-vira Na passagem, travessia Das ilusões às visões das mãos A tecerem utensílios, a comporem a Vida, as representações da existência, Deste instante-limite às sensoriais sensações De ser mais estranho que o estrangeiro Que assiste ao alvorecer de nova manhã Surpreso, espantado... Paisagem, panorama a que qualquer atenção dera, Não diziam respeito, não ligava para estas coisas, Há qualquer coisa de interdita na imagem que mostra, Há qualquer coisa de mística na mensagem que manifesta, Instante de observá-las, con-templá-las, Investigar-lhes o cerne.

***

Amanhece à distância, halos Olhares de sempre-vivas No bem-me-quer reincidem Os pulsares frêmitos, de vicissitudes Ao bravo coração benévolo Além, o ontem torrificado Aquém o “so-rir” inibido, ocultador Das dores angustinas, agitação Do ser, comunicabilidade "ente" Do estar ou... ausentar-se Do sonho-trans para o caos... *** O que afina a voz num momento Da poeira da liberdade conciliada À melancolia, tristeza, carência Que pronunciam genitivos e lenitivos Da língua que carece de son-éticas, Esperanças, fantasias, querenças, São sonemas que se a-nunciam na rouquidão De idílios blues da balada que convida o boêmio A dedilhar as cordas da vida, Son-emas, son-éticas aderidos Performando as baladas das honras, Incidindo no peito a esperança de Encontrar de qualquer jeito o cedo de primevos tempos, Emoção que sol-rize os sonhos do verbo De ser a pena que espuma desvarios, devaneios, A tinta que se registra nas linhas Da página carente de constelações A que seguirem os passos do mundo, pensamentos, idéias Este Teatro do Eterno, De ser o som "ex" e presença da alma Espírito...

***

Do sonho-trans para o caos... Fatais, eminente desolação corrobora Oh... não, apenas cogitações simbólicas, Não haverá alinhamento, só refutação Ao impulsor aventureiro, sin-crônico Escancaradouros das sombras, dúvidas, Portões noctívagos prontificados Ao mal, nonsense crucificador Instituído da auto-identificação de covarde Intitulado valente Que na prontidão da noite esvaece-se, Torna-se "ex" das escuras cavernas Onde visões inda ambíguas, turvadas No limiar rosáceo e odores Das ervas-chás aos timbres sonantes, Musicalidades audíveis, fluidos em cores Tangiversam planícies, planaltos, Mares e mares premonitórios Aos muitos jardins contíguos a florirem Os circenses jogos, Jogos que a própria vida contém.... Tergiveram solidões e desolações De a existência não ser argumento das cartas impróprias, Podendo existir o engano...

RIO DE JANEIRO(RJ), 28 DE AGOSTO DE 2020, 11:37 a.m.#

 

 


Comentários