#EFUSÃO DE SENTIRES# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA FILOSÓFICA-POÉTICA ----


POST-SCRIPTUM:

 

Com que alegria e felicidade, prazeres e contentamentos habitam profundo, por aqui, nesta prosa filosófica-literária-poética, estar assumindo categoricamente a aprendizagem fora assimilando ao longo de tempos entregue à busca de “O que é isto – EXISTIR?, o registro de meu Pensamento, de origem filosófica-literária-filosófica, o que penso acerca do Silêncio. É a tese filosófica do Silêncio.

 

Ninguém imagina ou tem noção da responsabilidade que isto traz no bojo na caminhada de um artista das palavras, poeta, escritor, filósofo. Venham as responsabilidades, serão bem acolhidas, a Liberdade está em questão.

 

Ninguém chega a este momento de assumir o Pensamento acerca de um tema filosófico só por ele. Há sempre quem esteja próximo e íntimo contribuindo. Beijos, abraços, a eterna gratidão à minha Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, às amigas e críticas Ana Júlia Machado, Sônia Gonçalves, quem abriram as venezianas para um mergulho profuso no pensamento que pensa o Silêncio.  

 

A liberdade está em questão.

Manoel Ferreira Neto

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O silêncio não se mostra, mostrar-se não é ser e ser não é mostrar-se.

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Silêncio é silêncio, vive de suas vozes íntimas e trans-cendentais da espiritualidade, da divin-idade. Alimenta-se dos pães e trigos do vir-a-ser, alimenta-se da plen-itude de seu ser. No inaudito de si, revela sentimentos e emoções que lhe habitam e são os sonhos da sabedoria, da verdade, utopias do conhecimento,  as estesias do eterno, no deserto onde se re-colhe para a reflexão do verbo-de ser ser cristalino, puro, são os desejos, vontade de tern-itudes.

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Buscar o silêncio - não se lhe encontra. Desejar o silêncio - não se lhe vive. Sentir o silêncio - mergulho profundo no que trans-cende os verbos da con-tingência, quais sejam a suprassunção dos valores imanentes, a superação dos estados de alma, redenção dos pecados, ressurreição, luxúrias da vaidade e do poder. Ser o silêncio no silêncio do ser.  Silêncio, onde as vozes dos querubins sussurram, ausculta as almas de tempos antigos, as hodiernas escutam-lhes com indiferença, negligencia, nelas habitando os sons-vozes do Ser, os ritmos a serem delineados na passagem dos tempos, eras, épocas...

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O silêncio não precisa do amor que direciona o viçoso das sendas e veredas para a felicidade, alegria, prazeres e volúpias da imortalidade. O silêncio não precisa do poder para endossar as suas qualidades, para justificar suas incapacidades, para mostrar sua superioridade . O silêncio não precisa de sudários para lhe aquecer nas noites de inverno, tampouco das chamas da lareira para trans-elevar seu ser aos auspícios da sublim-idade, qual poetas o fazem na esperança de revelar-lhe o abissal eidos de sua espiritualidade. O silêncio não carece de poesia que intenciona inda mais a revelação de seu eidos, a linguagem de interditos conciliada ao estilo da sonoridade das palavras entre metáforas e metafísicas. O silêncio não precisa de ser dito nas linhas e entre-linhas, nos ditos e inter-ditos dos instantes-limites, nos átimos de sua intuição, percepção, diz-se pleno e ab-soluto nas vozes que lhe residem, a-nunciações das pers trans-cendentais da sabedoria.

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Silêncio é silêncio no silêncio. No silêncio do silêncio, o silêncio é a voz suprema do saber a vida na roda-viva das dialéticas do ser e não-ser, no catavento das contradições do efêmero e eterno, no redemoinho das ambiguidades da morte e do nada, no vai-e-vens das dubiedades da in-verdade e da mentira, ambigüidade das lendas e causos. Nos re-cônditos do silêncio, o silêncio é o vernáculo do espírito sem a metáfora do sublime, sem a sin-estesia da leveza, sem a poiética da pureza. Nos interstícios do silêncio, o silêncio é a erudição da alma que perscruta a semântica linguística da solidão do ser, a linguística semântica das melancolias e nostalgias pretéritas das angústias e tristezas, à busca do solstício do alvorecer para lhe guiar, orientar no ser-para a consumação do Ser.

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Silêncio não se verseja de versos e estrofes, trovas, sonetos, poemas livres. Habita-lhe na poética do ser. Silêncio não se prosa, conta causos e lendas de si nas algazarras das conversas à porta de lojas, nos bancos de praça pública, não é prosa que racionaliza a gnose das experiências, vivências, pre-núncio do saber. Silêncio não se vers-ifica das suas reflexões do deserto, meditações do porto, imaginações férteis da alcova, fantasias do parapeito de janelas abertas ao esplendor do mar ou do chapadão. Não se diz o silêncio, não se metaforiza o silêncio, o silêncio se versifica no silêncio que afagamos com as verdades do sonho, das esperanças, das utopias, à busca das palavras sagradas no livro do Ser.

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Amor verdadeiro é silêncio de emoções e sentimentos que se pro-jetam no eidos do ser do outro, revelando-lhe a vida de sua verdade e não a verdade sua vida, é silêncio de fantasias e quimeras que se lançam aos universos versos-unos e horizontes do outro, na outridade de seu ser, desejando-lhe a sabedoria de seu verbo-de amar. Amar verdadeiramente o outro é ser-lhe no silêncio de seu ser. O amor não vive das gritarias e escândalos dos prazeres carnais e ósseos. O amor vive do silêncio do clímax espiritual e divino. Basta imaginar estar sentado na grama de um campo aberto a todas as visões da natureza, da imagem de cidade à distãncia, do mar, fechar os olhos e sentir a efusão de sentires, ao lado do ser amado, do amor cá do coração, do carinho e dedicação cá do sentimento de expressão de palavras sensíveis e espirituais... efusão de sentir no silêncio do silêncio de “mim”....

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Silêncio do silêncio. Efusão de sentires. Fluir de saberes da sabedoria.

 

#RIO DE JANEIRO(RJ), 24 DE AGOSTO DE 2020, 11:47 a.m.#

 

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