Manoel Ferreira Neto ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO INTERPRETA O POEMA VERSEJAR, de Ana Júlia Machado $$$


Divina lição para versejar, só poetisa, caríssima amiga, companheira das letras, discípula, como você, Ana Júlia Machado

(Aninha Júlia) para nos ensinar esta lição, mostrar-nos a sensibilidade e o espírito que habitam a arte de traçar em versos e estrofes o que "fascina" a alma, as dimensões dos desejos, sonhos, utopias do Espírito da Vida/Ser, aliás, sendo o eidos da Poesia, a Utopia do Espírito da Vida/Ser. Sentir a poesia na vida, sabê-la existente no regaço da sensibilidade, mister compreender, ter a verdade das carências em mãos, lançar ao universo esperanças, sarrabiscar as sensações, sentimentos, emoções, o registro puro das necessidades profundas. Qualquer obra poética, literária, filosófica de sua autoria reflete o desejo não apenas de traçar versos e estrofes, mas o aconchego no seio da Poesia, sê-la e vivê-la, degustar as suas magias, desfrutar de seus poderes da artificiar o destino, pintar o retrato da sensibilidade. A advertência "Se for para redigir sem sensibilidade, preferível mesmo é renunciar" não serve apenas para a Arte de Escrever, isto é metáfora: se não for para se responsabilizar, colocar a existência em questão, é melhor deitar na rede do tempo, espreguiçar as inutilidades, incapazes, assumir peremptoriamente o oco, o "Em-si. Poemar é ser responsável, é registar o que a vida roga e reclama na moldura do tempo, "... diligenciar pena e folha." Sua obra, inestimável amiga, é o retrato de um destino poético, de um destino construído de contingências e esperanças. Versejar é o caminho de luz na continuidade do tempo de efêmeros e eternos. Este poema "VERSEJAR" é o eidos, interdito de quem compreende as excelências de poemar, as excelências de compreensão e entendimento do ser-no-mundo, estar-no-mundo.

Caminha lá, digníssima poetisa, ide passo a passo diligenciando pena e folha! Vou eu aqui diligenciando a sua caminhada, assimilando as suas lições tão ricas e mágicas.

Beijos nossos a você, à nossa amada netinha Aninha Ricardo, à nossa família! E "PARABÉNS" por esta lição de Poesia e Vida!

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VERSEJAR...

Se sou não sei, mas que não sei simular, isso eu sei!

Se for para redigir sem sensibilidade,

preferível mesmo é renunciar!

Onde já enxergou-se enumerar uma sensação sem compreender?

Versejar é desiludir-se para fascinar

É redigir orações sem meditar

Quem é idealista não pondera daí, quiçá

é que emerge a verseja.

Já mesmo experimentei aos auscultados

um assopradela de inocente

Como aragem branda de vendaval, aprazível,

ciciando-se assim...

Caminha lá trovador, vai diligenciar pena e folha!

Olvida a arte e a metrificação se voltem a cobrar-te

Pois, para versejar ninharia careces planear

Chega ser mélico que nem doçura

e ensaiar-se independente para estimar!

Ana Júlia Machado

 

 

 

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