*UNIVERSOS LIVRES ÀS ESPERANÇAS DOS VERBOS* - Manoel Ferreira


Epígrafe:
“O artista é a origem da obra e a obra é a origem do artista” (Martin Heidegger)



Ser, sendo, sido
In-finitivo, gerúndio, particípio
Nada sendo de ser sido
Sendo nada de sido ser
Sido ser de nada sendo
Nada sido de sendo ser



Horizontes, universos, in-finitos
Efêmeros gerúndios do nada sendo
Fugazes in-finitivos do particípio sido
Querências, desejos, vontades
Eternos particípios do sido inter-ditando
Universos livres às esperanças dos verbos
Abarcarem confins e arribas;
Eternos gerúndios do pretérito particípio
Das nonadas vivenciárias
Do presente in-finitivo das náuseas vivenciais,
Vômitos contingenciais,
Do futuro gerúndios dos vazios ec-sistenciais
De mergulharem no além de todas as dimensões
Trans-cendentes, con-tingentes, divin-entes
Sendo o sido do ser, sendo o ser do sido
Sido do ser o sendo, sido do sendo o ser
Sendo-ser do sido, sido-ser do sendo.
Melancolias
Nostalgias
Saudades
Tempo do sido sendo o ser
Tempo do ser sendo o sido
Tempo do sendo sido o ser
Tempo do verbo sido sendo o ser.



Lembranças,
Recordações,
Memórias
Genesis pretéritas do nada
Concebendo o gerúndio do sido despetalando
O vazio de pontes partidas
O particípio do sendo exalando
O perfume das fantasias, quimeras
Da eternidade do vazio sendo
O in-finitivo do sido obtuso
De imagens, perspectivas, ângulos;



Trevas,
Brumas
Crepúsculos do ocaso
Ocaso de entardeceres
Sendo o arco-íris pretérito do sido,
Sendo os raios numinosos gerúndios do ser,
Sendo a luz da aurora in-finitivo sido
Do in-finitivo sido o ocaso dos pretéritos
Nostálgicos, melancólicos, taciturnos, saudosos
Dos gerúndios do sendo os crepúsculos do genesis
Nada, nonada, travessia
Do particípio ser os entardeceres do há-de vir
Sorrelfas, quimeras, idílios
Idílios do sido
Quimeras do sendo
Sorrelfas do ser.



Medos,
Angústias,
Tristezas
A vida ceifada de seu cerne, o sonho
A vida arrancada de seu eidos, a fé
A vida tirada de seu núcleo, a esperança
Vivendo a vida vivida
Vivida a vida de viver vivendo
Viver o vivido de vivendo a vida
Imagem no espelho
Re-fletida nos sítios das pectivas
Do outrora esquecido no genesis do caos
Do pretérito olvidado no apocalipse do sempre
Re-vestido das moléculas líquidas
Do jamais nascido sem razão,
Prolongando-se por fraqueza,
Morrendo por encontro imprevisto.
O eterno é no sido
O imortal é no ser
A morte é no sendo sido do ser
Ou no ser sendo do sido
Ou no ser sido do sendo
Ser sendo do sido é sendo o sido do ser.



Manoel Ferreira Neto
(**RIO DE JANEIRO*, 08 de dezembro de 2016)


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