POEMA E INTERPRETAÇÃO DA ESCRITORA E POETISA ANA JÚLIA MACHADO SOBRE A ESCULTURA "QUESTIONANDO O IMPOSSÍVEL", DE GRAÇA FONTIS

TÍTULO DA PEÇA DE ESCULTURA: "QUESTIONANDO O IMPOSSÍVEL
Autoria: Graça Fontis




Intempérie
Eu, a intempérie, que sou serenidade e severa,
sou tempestade e aragem que à concessão da existência,
Por ocasiões sou aconchego, outros momentos transtorno.
Em determinadas ocasiões pacificação, ou babel.
Eu, a intempérie, que sou acromo e gélida sou ardor e seiva,
que em benefício da existência,
por vezes sou pesar, às vezes hábito.
Em certos momentos sou fenecimento, em outras, existência.
Eu, a intempérie, que sou abandonada e solitária,
sou ternura e necessitada,
que a favor da existência, por vezes sou recolha,
em outras, plantação.
Em determinadas circunstâncias sou vista, outras, olvidada.
Eu, a intempérie, que sou energia e astenia,
sou prepotente e padecente,
que a favor da existência, por ocasiões sou intempérie, cabalmente.




Ana Júlia Machado


Comentários