**ALUSÃO À NÃO-EXECUÇÃO DE SENTIDOS/ILUSÕES NA ORLA DA OMNIPOTÊNCIA** - TÍTULO E PINTURA: GRAÇA Graça Fontis/PROSA FILOSÓFICA/TEOLÓGICA: Manoel Ferreira Neto


Do rebo o divo inegável, o divo indubitável, o divo in-obtuso, credencia-se ou não em Divo, não há consenso, não há incontestes, não há contra-res-postas, porque não credenciar em Divo não habita, não reside, é postura de asno, é extravagância de pateta, de pernóstico, é absurdo de parvo, mesmo que o divo seja o rebo no meio do trilho, no meio do trilho haver uma pedra, para que a expectativa de a pedra se deslocar, andar, no meio da via ou na sua orla se concretize, noutras falas, não há qualquer erudição sem um divo, na Pedra lascada o divo era o fendido da pedra, à luminosidade de incertezas e suspeitas, na Pedra Polida era o polido da pedra o divo incontestável e verídico. Com certeza que o Deus pode ser aquilo em que nós acreditamos para sobrevivermos, saborear o sabor da vivência por intermédio de con-tingências, para uns povos é o porco, para outros o boi, para outros o Alá e assim sucessivamente. São Tomás de Aquino profere que o poder supremo de Divo não encontra-se em construir ações irrealizáveis, atitudes inconcebíveis, comportamentos indescritíves, e sim capacidade de produzir todos os atos exequíveis. Para este sentido de Omnipotência (Omnipotência coerente, que sintetiza na aptidão de produzir todos os factos exequíveis), a elucidação de Tomás de Aquino é razoável para o ilogismo. Logo, há factos que Ele mesmo não consegue conceber, gerar, dar a luz, sem que com isso deixe sua omnipotência, segundo o sentido dado pelo pensador. Conseguir-se-ia aludir outras competências impraticáveis para Divo: Divo não pode conceber alguém estático e acelerando ao mesmo tempo (mesmo físico), Divo não consegue conceber um disco e ser ao mesmo tempo um trilátero. Divo não consegue conceber alguém mais soberano que Ele (declarar que pode é o mesmo que asseverar que Ele não possui autoridade exaltada e que alguém consegue ser transcendente a Ele)
Devem ser ainda a luminosidade, a luminância, a numinância a abrilhantar as lágrimas, a refulgir suas pingas, largar-lhes ao aspecto dos simulacros clandestinos, dos estereótipos modernos, suas ópticas visionárias pelas casualidades do brilhante e do prestidigitador, seus cantos trans-lúcidos, trans-numinosos de colorações e riscos di-versos de sentir e misticismo,de vislumbrar e miticismo, atirar-lhes a cilada, acarretando-lhes suas profundezas aos coriscos do sol, a claridade da lua e das estrelas, sob a claridade das locuções, é quimera, é fantasmagoria secular e milenar, sê-lo-á por eternamente, os seus riscos pintados de vivenciados dédalos - preparativos.
Divo não consegue conceber o ido apartar de ter havido. Já era, se ocorreu, não pode largar de haver ocorrido. Descartes todavia emprega outra significação para Omnipotência (Omnipotência Incoerente), na qual Divo pode confeccionar até realidades absurdas, como um trilátero cilíndrico. Esta significação terminaria com todas as contradições arroladas à sua entidade. Essa acepção, contudo não é admitida pela generalidade dos filósofos e teologistas, por ser excessivamente simplista e evidentemente, absurda. Pois o Deus indiscutível é e será sempre um tema polêmico…..cada um vê o deus à sua maneira e de acordo com seus interesses escusos ou não.
Instâncias e estâncias das pers e pectivas dos mistérios, a ilusão de encontro da verdade, a quimera de o sentido da vida se elevar aos auspícios do brilho e esplendor do in-compreensível dos verbos pré-{s}-entes, das palavras vagando por ruas, alamedas, becos, à busca de sentidos outros da fé, con-templando por quês e quês viáveis, plausíveis, possíveis das esperanças.
Em tempos verdadeiros de travessias de nonadas ao antes era o mistério, depois o desejo da luz, ao antes era o nada, depois a vontade de tudo ser, ao antes era o verbo, depois o verbo se tornou carne, ao antes da bonança, a tempestade, ao antes da tempestade, a bonança, roda-viva de sentidos, pá-lavras, cata-ventos de metáforas, signos, símbolos na lingüística das raízes imanentes e trans-cendentes do ser e do verbo, do verbo e verso.



(**RIO DE JANEIRO**, 28 DE DEZEMBRO DE 2016)


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