#QUE HÁ HÁ!# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA @@@


Há "Malandro" nobre, senhor lídimo das correntezas hipócritas da sociedade, perfeito sociólogo, borrifando ácidos por todas as dimensões sociais, levando o mundo ao caos de todos os princípios e valores.

Há quem esteja desmiolando os neurônios e energias, pois que pensar é entregar-se ao despautério, não possuir qualquer senso

Há lucidez nas trevas de pretéritas magias

Há vertentes do nada ampliando luzes efêmeras

Há velas no castiçal de prata, cujas chamas balançam-se ao sabor dos ventos

Há conceitos metafísicos desovando o eu livre nas profundezas do abismo

Há Nada percorrendo o incógnito do bosque nas trilhas ziguezagueantes rumo à praia onde banhistas assistem ao crepúsculo

Há estranhas idéias e ideais copulando fúteis horizontes da verdade

Há libidos indecentes e indecorosas deflorando as Marias dos arredores, periferias, dizendo os prazeres são sáficos

Há tempos perdidos nas sinuosidades das estradas que levam as utopias além da razão, próximo à consciência do sentido de sonhar as coisas que elevam a espiritualidade

Há "reflexões tormentosas a retalharem-se pelo meu intelecto num sofrimento penetrante, num repleto suplício"

Há águas vivas espraiando-se na areia, enquanto gaivotas se alimentam das dádivas do mar

Há verbos faccionados conjugando e regenciando os eidos extasiados, o imago de uma quimera inflexível

Há sentimentos da verdade mergulhados no abismo re-fazendo a intencionalidade das atitudes e ações

Há revoltas e rebeldias assolando as mentes

Há línguas vorazes rasgando os verbos das injustiças, desrespeitos, indiferenças com os valores inestimáveis da existência, mas as mãos apenas balançando junto com os braços no mover das pernas nas andanças, nada fazem para mudar as cenas deste Teatro de Eurípides

Há vozes silenciosas atravessando as conjunturas da história dos homens, deixando o mundo carente de sua identidade

Há solidões re-constituindo, re-artificiando os interstícios da alma, eivando-lhe de outras visões do Ser

Há silêncio na orla marítima, o brilho da lua cheia incide nas águas num espetáculo de imagem indescritível

Há um "semblante” sem cara e físico sem “silhueta"

Há uma luz nos subterrâneos do espírito, dostoievskiando os âmbitos do abismo da verdade.

RIO DE JANEIRO(RJ), 15 DE MARÇO DE 2021, 11:11 a.m.

 

 


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