CANCIONEIRO DA CENDÊNCIA DE TRANS E TINGÊNCIA DE CON# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: METAFÍSICA DO NONSENSE @@@@


Cendência de “Trans”

Enamorada, apaixonada por

Vazios abismos de confins,

Seduz Tingência de “Con”

Através de parnasianas imagens

Do campesino e do simples,

Um dos desejos dela, desejo mais que efusivo,

É re-colhê-las, a-colhê-las dentro em si,

Sentir o sabor de preencher-se,

Com muito amor, ternura, carinho,

Seivar-se

“Con”, vice-versa, versa-vice,

Etéreas lingüísticas simbólicas

Da felicidade e do prazer

Comungados, concebendo a espiritualidade

Vazia de nada,

Aquela pitadinha sutil de eternas semânticas

Do Verbo e do Ser,

Não sabendo a Cendência de “Trans”

Que este objeto de sedução

Da Tingência de “Con”

Será o seu ponto frágil,

Pedra de toque,

Aproveitando a sexualidade,

O seu PONTO “G”,

Lugar onde é só tocar e a mulher

Sobe às nuvens com todos os direitos

De virar os olhos, esguelhar-lhes,

Revelar os sublimes sentimentos da verdade

E do soluto-ab,

Vis-à-vis, nada,

E neste ínterim de trocas tão sensíveis,

Sedução abissal,

As cadentes estrelas deslizavam-se no

Celeste espaço

À mercê do instante de mergulharem

Profundo no infinito de todo o universo,

O brilho transversal da lua iluminando

Tantas emoções e sentimentos trocados

Entre Cendência de “Trans” e Tingência de “Con”,

Se as câmaras fotográficas pudessem

Filmar este instante,

Seria um esplendor assistir ao

Preâmbulo da entrega e doação,

Místico, mítico,

Qualquer preâmbulo cinematográfico

Seria incapaz de imitar,

Os grandes ídolos do cinema,

Maureen O´hara e Rock Hudson, Maria Schneider e Marlon Brando

Se sentiriam ao léu dentro do bolso

De malandro dos autênticos

Desde as vestes até ao caráter e personalidade,

Até existindo lenda

Sobre o encontro de Tingência de “Con”

E Cendência de “Trans”,

Ambos se refutaram plenamente,

À primeira vista,

Se se unissem, seria ao contrário,

Cendência passar a ser Tingência,

Vice-versa, sem perderem mínimo do gênio,

E não mais se viram,

Continuam se vendo,

Viveriam um amor inesquecível,

Igualzinho, igualzinho ao de

Elizabeth Taylor e Richard Burton,

Preferiram não considerar a sedução,

Agora seria bem diferente,

Só a eternidade revelaria se aconteceu ao contrário,

Apaixonaram-se, unindo-se,

Refutaram-se e não mais se veriam,

E neste ínterim da lenda

O nada flanava entre as estrelas

- dizendo as más línguas

Que ele fora passar a mão no

Toco de Brejaúba do além,

Sendo seguido pelas angústias,

Tristezas, melancolias, nostalgias,

Por “increça que parível?” náuseas e saudades

Tocando seus respectivos instrumentos,

Angústias tocando violino,

Tristezas tocando flauta,

Melancolias tocando cítara,

Nostalgias tocando guitarra solo,

E como não poderia deixar de ser

Saudades tocando harpa,

Náuseas tocando cavaquinho,

Sinfonia do nada,

Flanando, flanando entre as estrelas

O seu bailar sendo o mais estranho, esquisito,

Parece mais os bobos da corte

Na ópera do vazio,

Performance de malandro de prostíbulo

Talvez satirizando os idílios e sorrelfas

Das saudades,

Cendência de “Trans” e Tingência de “Con”

De mãos entrelaçadas, deambulando no universo,

Curtindo o encontro,

Ali nascia a união,

Encontro que continua sendo de

Entregas e doações,

Seivando-se mutuamente,

Alguns problemas de gênio,

Meiguices insolentes e tímidas irreverências

São causadores de animosidades sem fronteiras,

Enquanto Tingência de “Con” é ativo,

Perspicaz e destro, independente,

Cendência de “Trans” é dispersa,

Preguiçosa,

Fica só assistindo às óperas do vazio,

Sinfonias do nada,

Por vezes, western americano,

O de sua preferência “Pistoleiros do Oeste I e II”

- isto mesmo!... não me interrompa!... –

Não se liga com as tingências de “Con”,

Acha-as volúveis,

Parece às tingências de “Con”

Que esta rejeição,

Por ser ela dispersa,

Parece haver algum medo

Que revelar não poderia,

Este mistério seria eterno entre os dois,

O que gera algumas briguinhas,

Escândalos homéricos de estupidificar o mundo,

Discussões sem quaisquer sentidos,

Insatisfações inúteis,

Sabendo ambos que o medo do medo

É que faz o medo,

O que lhes faz rirem a bel prazer e solstícios,

A morte fazer parte da vida

Isto é ridículo, despautério,

Mas o que fazer se é a verdade incólume e insofismável,

Mas logo, logo estão de bem,

E seguem juntos Cendência de “Trans”

E Tingência de “Con” a jornada,

O que era apenas sedução

Tornou-se relação de entrega e doação mútuas,

Velando-se e des-velando-se,

E neste ínterim de vivências,

Sentados à beira da Lagoa das Aves Negras,

Lembrando-se do encontro,

Das seduções,

Procissão longa de pessoas com velas na mão,

Debulhando os terços,

Atrás da imagem de Fermansine,

Profeta da estética entre os

“Circuns” e as “Pers”,

Estética que começa no inverso

Para atingir a verdade,

Para alguns heresia,

Começar do mal para chegar ao bem,

Isto deixa muitas lembranças e recordações

Ad-versas, contraditórias e dialécticas,

Sendo que se partir do bem

Para re-verter-se ou con-verter-se ao mal,

Seria atestado de plena ignorância,

Gere muita gargalhada e risos de esguelha

De doutos e da plebe do conhecimento fútil,

A tristeza que as vozes recitando,

Declamando as orações adversativas

Revelam é profunda,

Os artistas do infinito são criativos,

Criam musicais esplendorosos,

E perguntando o que seria

Se Cendência de “Trans” e Tingência de “Con”

Se aderissem, comungassem, sintetizassem,

Sem qualquer possibilidade daquilo de

Depois da síntese vem a tese,

O que aconteceria,

O nada e a sua sinfonia

Somem na distância,

Dirige à Terra de São Nunca

Onde a ressurreição e a redenção

São para Inglês ver...

RIO DE JANEIRO(RJ), 23 DE MARÇO DE 2021, 12:57 p.m.  

 

 


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