METAFÍSICA DE SILÊNCIOS DE VAZIOS!... GRAÇA FONTIS: FOTO(ARQUIVO) Manoel Ferreira Neto: POEMA ####



Dedicatória
Almoçando no Shopping, minha amada e inestimável Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, olhou-me de viés. Olhar que tocou-me profundamente, deixei o viés em mim, inspirou-me estes versos. Então, dedico-o ao meu Amor tão lindo e maravilhoso com muito carinho e ternura.(Manoel Ferreira Neto)
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Metafísica...
E o mar, as ondas, as marés espraiando-se...
Metafísica?... Silêncio.
Acredito, então, nos relâmpagos e raios
Que acontecem na alma, sentindo as águas,
Àguas? Que metafísicas?
Saciam a sede, devastam florestas, matagais,
Cidades, megalópolis, levam vidas
Acredito, então, a chuva leve e serena
Inspira sonhos, bosques verdes no sono,
Verbos e utopias,
Ao poente, à beira mar, gaivotas ciscando
O que de último as ondas trouxeram
É um fenômeno intelectual,
Perturba-me, incomoda-me, surpreende-me
A perfeita atenção às sensações,
Tão longe de chegar, mas próximo de outras descobertas,
A brisa, de tão matineira,
Tem todo o tempo do mundo,
Não tem quaisquer fissuras.
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Metafísica
No fundo de minhalma, onde quimero utopias,
Nos abismos últimos das sensações e sentimentos,
Instintos e emoções
Sombras que passam através de vazios e nada,
Brumas que se conservam nos recantos de seus exílios,
E resplende uma luz perecida visível invisível,
E mergulha na noite como um passo de pessoa
Na margem esquerda do caminho do bosque,
Conduzindo à beira-mar,
Nas ondas que deixam de se ouvirem...
E o passado é apenas, tão simplesmente,
A maresia natural do riso, do sorriso, da gargalhada,
Sentimento de auto-estima, a criatividade diante
De instantes de náusea,
Vejo só bocados de mim,
Do silêncio,
Que palmeiras de literatura me darão
Ao menos um verso inverso na reversidão
Dos últimos restos
Do silêncio sensível, puro?
Que orquídeas de poesia me concederão
A inspiração, intuição percepção,
Senão a honra de uma troca de dedos de prosa
Sobre a versificação
Nos liames inauditos da adversidade
Das derradeiras visões-de-mundo?
Palmeiras à beira-mar...
Todos os Eu que nele habitam,
Que nele revelam e ausentam as algazarras,
Contas-entes conciliadas por fio-[de]-memória,
Desejos de mim,
De alguém que me olha de viés...
Os olhos descobrindo sentimentos e emoções,
Gestos, atitudes, entregas, doações...
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Metafísica
De viés de idéias, pensamentos,
Refletidos atrás da imagem do espelho,
Cujos patamares de considerações,
Visões atravessadas de ambigüidades,
Sarrabisca de si mesma
Avaliações profusas de razões e conceitos,
De um recanto íntimo das intuições,
O que apeende da arte
De fazer a lama ferver,
Origens abissais da sabedoria universal:
Ficar acordado para dormir bem,
Procurando um bom sono e virtudes,
Como as virtudes do cactus;
Inda de vies, a metafísica das intenções,
Primorosas de escárnio às ervas daninhas.
Sono sem sonhos,
Melhor sentido da vida não há!
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Metafísica
Viver mais de metafísica
Do que de movimento do físico,
Essencial para ativar as energias todas,
Corpóreas, espirituais,
Assim, recurso outro não haver
Senão dar pena às asas
Para surrupiar o sedentarismo,
Fazê-las voar por todos os horizontes,
Longa desconfiança,
Cruel negação,
Fastio,
Cortar na carne viva
São sementes para brotar a verdade,
Não fora ao lado dá má consciência
Que cresceu e floresceu a ciência?
Metafísicas mastigando as melancolias,
Elencando estrelas através de seus nomes
De importâncias no tronco da Oliveira,
Brilho e teor.
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Metafísica
Quando quis inversar a liberdade em questão,
Reversar a consciência das vontades residia-me,
Tempo não era,
Quiçá inda não havia descoberto
Mistérios do íntimo, da intimidade,
Tão límpidos como o sono
De vazios da superfície
Tenciono nas palavras
Sarrabiscar pensamentos e idéias,
Saborear no cigarro a compreensão
Das decisões, de seus frutos posteriores,
A consciência de que
A metafísica é o nada que se re-faz no tempo,
Sempre uma coisa após outra,
Gozo um instante inédito
Continuo a metafísica do nada,
De outro jeito não simularia a criação,
Dissimularia a criatividade,
À busca do Nada,
Enquanto o destino criado e inventado,
Nada de sina, saga, destino pré-determinado,
Conceder-mo,
Continuarei vivendo de por baixo das coisas e das palavras,
Como a própria alma.
RIO DE JANEIRO(RJ), 06 DE MARÇO DE 2021, 07:51 a.m.

 

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