NO BOSQUE DE BEM-AVENTURANÇAS GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA @@@@


Bosque de...

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Pregadores da morte, que, com suas correntes e dádivas, acabam prendendo mais solidamente a falácia do reino paradisíaco à verborréia do fogo do inferno;

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Imperturbável profundeza que cintila de flutuantes enigmas e risadas dos valores e palavras do bem e do mal, fazendo romper o ovo e a casca do ovo;

Povos e rebanhos que rastejam por cima de uma fé indevassável e esperança inominável servindo à vida de cem espadas e cobiça;

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Vozes altissonantes em uníssono dizendo que também Deus tem o seu inferno; e é o seu amor profundíssimo pelos homens;

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Ventos que sopram a sabedoria do som tinindo de moedas o silêncio haurido de ar puro do peito profundo, rijo demais para o próprio tempo e seus dentes;

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Ar rarefeito e puro, ao redor sombras e estradas de solo seco e esburacado devido às chuvas, constituindo perigo para os motoristas que vão à praia, coisas que combinam bem uma com a outra;

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Artifícios do nada a intensificarem com acuidade a visão do que em seu interior resplandece de mistérios e enigmas;

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Ornamentos do vazio a preencherem os espaços ziguezagueantes e labirínticos entre árvores e vegetações rasteiras;

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Arrebiques do silêncio silenciado que aguçam auscultar sons inaudíveis no in-visível visível de sonhos e quimeras que no advir das dialécticas iluministas e contradições racionalistas resplendem outros sóis dos tempos;

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Enfeites da solidão que recolhem nos entornos e recônditos de si a seiva de maresias e artificiam com destreza outros caminhos a perseguir, mesmo que aos desvarios do léu de circunstâncias esvaecentes;

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Pormenores e detalhes dos sinistros breus da madrugada, quando a coruja inspirada nas águas que banham a soleira da montanha canta seu cântico de louvor à passagem do incógnito à clarividência dos ideais sublimes e espúrios;

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Sorrelfas e quimeras a aliciarem questionamentos e perquirições que magicamente contingenciam novos ideais, inéditas inspirações do perpétuo;

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Medos e temores, tremores e inseguranças a despertarem os interstícios almáticos para a luz das águas marítimas a assediarem sentimentos e emoções;

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Angústias e tristezas – quando o problema do desejo de eternidades transforma a existência num picadeiro de competições de virtudes da moral e valores das perspicácias gatunas;

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Pretéritos e genitivos do verbo e suas regências a abrirem as abóbodas poéticas do ser e espaço para os raios solares neblinados que prefiram a perfeição da natureza;

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Gerúndios e particípios das declinações das glórias que gerenciam prazeres e ex-tases, ministram vontades e aspirações;

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Bosque que conquista e apraz o mais almático do pensamento e idéias e eleva o intelectgo aos auspícios do aqui-e-agora, perscrevendo o real enlaçado de verdades e in-verdades;

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E deste “bosque” é o advir das mágicas palavras frente aos mistérios do próprio universo que o circunda, pertinentes à cumplicidade com as idéias e pensamentos mais heróicos em exaltação quanto às realidades banais do dia a dia co-habitadas pelos preciosos germes a impactarem seus lados obscuros ao alcance do vazio a ser preenchido pela explicitação independente e redundante dos sentidos palpáveis na unicidade e harmoniosamente no “agora-de” estar no mundo catapultado como répteis neste habitat afrodisíaco em que as sementes dispersam nos espaços abertos sem limites da imaginação como porcos selváticos, mas nunca se extinguem.

RIO DE JANEIRO(RJ), 19 DE MARÇO DE 2021, 11:52 a.m.

 

 


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