Graça Fontis PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA APRECIA A CRÍTICA DE Ana Júlia Machado SOBRE O POEMA Cancioneiro da Cendência de Trans e Tingência de Con @@@@



Fabulosa e magnífica essa crítica de Ana Júlia Machado
, sem dúvidas de um caráter satisfatório a por fim a qualquer desentendedor quanto este belíssimo texto, onde podemos ver o Escritor Manoel Ferreira Neto
, quase in loco... um nadador nas angulaçães novidadeiras entre "Trans e Con", suas verdades estendidas e confidenciadas num ponto incerto de uma noite insone, aguando suas ideias brotadas no cerne de questões inimagináveis, são mais profundas e são expelidas de forma sólida, sem mediocridade, mas fascinantes e provocativas ao nosso entendimento do todo que nos circunda... a #Poetisa viu e elucidou com grande propriedade o perfil distinto desse escrito, Parabéns
meus queridos!♥️💯👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏....
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Ana Júlia Machado
ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA O POEMA Cancioneiro da Cendência de Trans e Tingência de Con SOB O PRISMA DA FILOSOFIA SOCIAL
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Neste sublime poema de Manoel Ferreira Neto, CANCIONEIRO DA CENDÊNCIA DE TRANS E TINGÊNCIA DE CON# de extrema complexidade e que já fiz e refiz imensos rascunhos, por achar que pode ser muita coisa. Depende sempre de quem analisa e sua perspetiva que pode não ser a do autor. Diria que foca-se na razão utilitária e quiçá ontologia- Parte da filosofia que se dirige à análise das características mais latas do ser, separando-as das categorizações que encobrem sua natureza plena. Demanda evidenciar que a apreciação da razão utilitária, conferida pelo arquétipo da oferenda coopera para uma meditação essencial das eleições metodológicas no campo de acção das ciências sociais. Ao tentar questionar o enlace social, o arquétipo da oferenda move um intercessor grau de estudo da ação social: o grau das redes e das afinidades. No sector ontológico, isso faculta que as teorias sociológicas excedam, conjuntamente, as dúvidas do holismo ou seja, a disposição racional que demanda tudo abarcar e do egoísmo metodológico, desfechando novas vias de enumeração, elucidação, exegese e apreciação da acção dos preceitos sociais
Em que medida o desígnio das ciências sociais encontra-se aliado ao do começo de razão?" Com esta tese aparentemente fácil e que assenta em proscénio um certo tipo de reversão sociológica que serve para demarcar drasticamente os reptos ideólogos e metodológicos arrostados pelas ciências sociais nestes tempos de volatilidade que muda constantemente ou evapora-se da reflexão e censura. Aportados nas chaves expositivas do que se pactuou apelidar, na França, de "o terceiro paradigma", edificado a partir das prestações fundantes de Marcel Mauss, o protótipo da permuta de dádivas vem tentando uma redescrição intrincada e multidimensional da ação social.
A análise dos irradiadores do "protótipo do dom" contrai um tom forte em relação às tradições de pesquisa estabelecidas: a Sociologia residiria desbaratando, conjuntamente, autenticidade científica e encanto clássico por não alcançar se livrar dos "compromissos epistemológicos com a racionalidade documental que é a base do entendimento hodierno de númen cartesiana-sistemática
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Povoada pelo abstracionismo das grandes classes, a Sociologia se enxergaria condenada pela inexatidão na abordagem dos prodígios sociais palpáveis, e mais especificamente na elucidação dos fundamentos pragmáticos dos sujeitos sociais.
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Essa situação residiria sendo originada pela vulgarização, no íntimo das ciências sociáveis e humanas, em genérico, e na Sociologia, em específico, de um certo ilusório utilitarista. Entendendo-se por utilitarismo a convergência de dois solicitados interconectados: um axioma teórico que assevera que as ações sociais são causadas pelos cômputos racionais dos sujeitos empenhados; e, um axioma regular no qual a maximização da dita institui o preceito de equidade das actuações, regras ou preceitos
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Nesse sentido, o protótipo da dádiva pesquisa pelejar as contradições da razão utilitária hodierna, questionando-a nos âmbitos teórico, exequível e normal. Com isso, o paradigma solta um formato de problematização sui generis dos tipos de normatividade social e das formas de civilidade imperantes nos sistemas sociais atuais.
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Ao rejeitar simultaneamente a influência das metodologias individualistas e holistas, desenvolvidas nas ciências sociais e humanas, o protótipo da troca de dádivas redireciona o observar da indagação para a essência mesma do vínculo social, aludindo um caminho estimulante para se sobrepujar, a um só tempo, tanto as aporias provenientes dos racionalismos abstratos, quanto dos kantismo pluralistas em vigor. Ou seja, embrenha-se um outro (terceiro) nível de análise nas ciências sociais e humanas (as relações e as redes
Esse tipo de análise da relação social prevê uma espécie de arquegenealogia da sociabilidade nas sociedades hodiernas, cuja aspiração abona-se em situar o "ser social" sem se deixar aliciar por qualquer tipo específico de "matéria" (personificadora da vida associativa), mas que também não ambiciona se deixar emaranhar nas malhas de um "plano da vida" formado por sujeitos atomizados e naturalizados.
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Penso que o autor pretende com o seu escrito especialmente a forma de compreender o "ser social" que impõe um aprofundamento dos competentes protótipos de investigação sobre os quais se corroboram os alcunhados métodos de pesquisa social, uma vez que se encara que "o princípio de razão é inabilitado de dar conta da natureza da dádiva, dado que esta é precisamente a busca de um para -lá do princípio da razão suficiente.
As determinações ontológicas do "Ser Social": a ideia de uma meta metodologia
O termo ontologia, na modernidade, contraiu o antigo objeto da transcendência: a questão do ser ou, mais especificamente, as decisões do ser Na tradição moderna, a percepção do ser passou a ser depreendida rigidamente de um conceito e não mais separado da experiência. Essa distinção que está no centro mesmo do entendimento moderno ronda em torno da seguinte questão: como é exequível adquirir um saber dos tipos de coisas que vivem que seja merecedor de credibilidade? A réplica a esta questão desemboca inevitavelmente na demarcação dos princípios metodológicos a serem seguidos na indagação científica. Condição que faz da ontologia um campo de ponderação de indispensável utilidade para as ciências sociais.
Os objectos sociais não são realidades, em sentido rigoroso, mas relações que podem estar sendo mediatizadas pelas coisas, mas igualmente pelas cenas e por toda sorte de fantasmagorias. Para conceder à indispensabilidade da labuta a forma da lei (universal e necessária), o antiespiritualismo verídico careceu reportá-la a escassez primitiva que agride as sociedades dos homens e ao seu jeito inerente de retorquir a esta falta essencial. Contestação que, é casual já que para sua firmeza não basta "apegar-se ao esboço das energias férteis e estremar aquelas notas gerais que em sua generalidade classificam o trabalho e são robustas para todas as sociedades históricas exequíveis, mas (seria) preciso adicionar os princípios de sua variabilidade e as notas peculiares afetas a cada uma, elas próprias mutáveis.
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A ontologia marxista estacionou, logo, súbdita da normatividade da ontologia legada do modernismo. A ontologia legada, diz Castoriadis (1982), só alcançar vislumbrar a ontologia como decisão, onde o autêntico existe como algo estabelecido e esta determinação só pode ser compreendida mediante uma captura coerente do existente. A conspecção do verdadeiro como algo estabelecido, leva inevitavelmente a conclusão de que o autêntico se decifra no racional, e o racional se revelaria como real. Contudo, é praticável contestar essa forma de abordar à grandeza da ontologia.
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Nesse contexto, o ser humano antes de cogitar coerentemente as coisas, as arquitecta. A criatura e o social-histórico, de forma provocada, escolhem determinadas representações e as instauram de um sentido especial. Este é exactamente o sentido ontológico. Essa é a textura de fundo que possibilita entender que uma contingência proporciona uma dada forma, mas essa contingência é sempre facciosa. As determinações (descrições nascidas a partir da sociedade que se institui sobre o estrato natural) patenteiam sempre uma deliberação ontológica sobre aquilo que é e igualmente sobre como é. Desse jeito, a sociedade se autoinstitui mediante uma crítica e uma opção. Crítica e opção que sucede, do ponto de vista político, ou seja, de um projeto de democracia radical, como uma tese essencial
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Por conseguinte, a crítica da legitimidade dos condicionantes do fato social impõe, dentre outras coisas, arrogar a incondicionalidade ontológica da história vista como uma universalidade situada fora do centro ou, se preferir, de compostos centros. Ou seja, impõem cogitar o social como um agregado de relações, tanto corpóreas como intelectivas, com a essência, com os objetos e com as outras pessoas.
Neste sentido e como finalização de uma análise com certeza errónea diferente do que o autor esperava nem o holismo nem o egoísmo conseguem dar conta da intrincada autorreferencialidade contextual entelhada na vida associativa. No auge, o que se consegue é entrevir a figuração da atividade pelos artistas e não o ato em seu alicerce. Isso só pode ser adquirido mediante um procedimento apropriado da natureza do enlace social, mediante a inserção de um outro grau de análise nas ciências sociais (para além do indivíduo e da sociedade). Um nível meta metodológico ou, se optar, transmetodológico: o grau das redes e das conexões que representam a civilidade.
E, como refere o autor, Posteriormente à síntese acorre a tese, O que sucederia, a ninharia e a sua harmonia desaparecem na extensão, conduz à Terra de ninguém. Onde a reaparição e a salvação são para Inglês ver...sendo no fundo tudo uma “palhaçada “O ser é um bicho animal muito complicado e fútil.. como a sociedade que vivemos que é o espelho real da modernidade que traz tanto retrocesso.
Ana Júlia Machado
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RESPOSTA À CRÍTICA SUPRA
Há muito tempo que estava desejando escrever algo na dimensão social, coisa que não faço. Tinha de fazê-lo, custasse o que custasse. Então, recorri-me à Crítica da Razão Prática de Kant para me inspirar neste desejo tão presente de tocar no âmbito social. Veio-me a inspiração, como dissera a Benzinha: "Uma animosidade entre a Contingência e a Transcendência, uma briguinha de foice no escuro." Daí nasceu o Poema, que não foi fácil; estive por desistir de fazê-lo, não me sentia apto a realizar isto. A Filosofia Social não é brincadeira, requer conhecimentos profundos, e eu sou mais adepto da Filosofia Existencial. Mas é aquela história: custe o que custar, eu faço, mesmo que sejam asnices de fio a pavio. Realizei o pretendido. Benzinha não entendeu coisa alguma do Poema. Então, disse-lhe: "Espere Aninha Júlia criticar que irá entender"
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E você, querida Amiga e Crítica Literária, fez uma crítica no "PONTO". É o que penso da Filosofia Social em nossos tempos hodiernos. Sinceramente, penso assim, mas a sua crítica esclarece com perfeição muitas coisas latentes de meu pensamento, agora sim estão manifestas. Digo, então: "Putz! O que penso da Filosofia Social hodierna não é brincadeira, é coisa profunda mesmo." Um dia eu tinha de escrever algo neste nível. Pois está aí.
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Parabéns, querida, por mais esta de excelência crítica. Gratidão eterna. Agora sim me sinto mais tranquilo com relação ao meu pensamento: entendo um pouco de Filosofia Social. Aliás, vou me dedicar ao estudo dela com mais acuidade.
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Beijos nossos a você, à nossa amada netinha Aninha Ricardo, à nossa família. Tudo de bom para você em Coimbra.
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CANCIONEIRO DA CENDÊNCIA DE TRANS E TINGÊNCIA DE CON#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: METAFÍSICA DO NONSENSE
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Cendência de “Trans”
Enamorada, apaixonada por
Vazios abismos de confins,
Seduz Tingência de “Con”
Através de parnasianas imagens
Do campesino e do simples,
Um dos desejos dela, desejo mais que efusivo,
É re-colhê-las, a-colhê-las dentro em si,
Sentir o sabor de preencher-se,
Com muito amor, ternura, carinho,
Seivar-se
“Con”, vice-versa, versa-vice,
Etéreas lingüísticas simbólicas
Da felicidade e do prazer
Comungados, concebendo a espiritualidade
Vazia de nada,
Aquela pitadinha sutil de eternas semânticas
Do Verbo e do Ser,
Não sabendo a Cendência de “Trans”
Que este objeto de sedução
Da Tingência de “Con”
Será o seu ponto frágil,
Pedra de toque,
Aproveitando a sexualidade,
O seu PONTO “G”,
Lugar onde é só tocar e a mulher
Sobe às nuvens com todos os direitos
De virar os olhos, esguelhar-lhes,
Revelar os sublimes sentimentos da verdade
E do soluto-ab,
Vis-à-vis, nada,
E neste ínterim de trocas tão sensíveis,
Sedução abissal,
As cadentes estrelas deslizavam-se no
Celeste espaço
À mercê do instante de mergulharem
Profundo no infinito de todo o universo,
O brilho transversal da lua iluminando
Tantas emoções e sentimentos trocados
Entre Cendência de “Trans” e Tingência de “Con”,
Se as câmaras fotográficas pudessem
Filmar este instante,
Seria um esplendor assistir ao
Preâmbulo da entrega e doação,
Místico, mítico,
Qualquer preâmbulo cinematográfico
Seria incapaz de imitar,
Os grandes ídolos do cinema,
Maureen O´hara e Rock Hudson, Maria Schneider e Marlon Brando
Se sentiriam ao léu dentro do bolso
De malandro dos autênticos
Desde as vestes até ao caráter e personalidade,
Até existindo lenda
Sobre o encontro de Tingência de “Con”
E Cendência de “Trans”,
Ambos se refutaram plenamente,
À primeira vista,
Se se unissem, seria ao contrário,
Cendência passar a ser Tingência,
Vice-versa, sem perderem mínimo do gênio,
E não mais se viram,
Continuam se vendo,
Viveriam um amor inesquecível,
Igualzinho, igualzinho ao de
Elizabeth Taylor e Richard Burton,
Preferiram não considerar a sedução,
Agora seria bem diferente,
Só a eternidade revelaria se aconteceu ao contrário,
Apaixonaram-se, unindo-se,
Refutaram-se e não mais se veriam,
E neste ínterim da lenda
O nada flanava entre as estrelas
- dizendo as más línguas
Que ele fora passar a mão no
Toco de Brejaúba do além,
Sendo seguido pelas angústias,
Tristezas, melancolias, nostalgias,
Por “increça que parível?” náuseas e saudades
Tocando seus respectivos instrumentos,
Angústias tocando violino,
Tristezas tocando flauta,
Melancolias tocando cítara,
Nostalgias tocando guitarra solo,
E como não poderia deixar de ser
Saudades tocando harpa,
Náuseas tocando cavaquinho,
Sinfonia do nada,
Flanando, flanando entre as estrelas
O seu bailar sendo o mais estranho, esquisito,
Parece mais os bobos da corte
Na ópera do vazio,
Performance de malandro de prostíbulo
Talvez satirizando os idílios e sorrelfas
Das saudades,
Cendência de “Trans” e Tingência de “Con”
De mãos entrelaçadas, deambulando no universo,
Curtindo o encontro,
Ali nascia a união,
Encontro que continua sendo de
Entregas e doações,
Seivando-se mutuamente,
Alguns problemas de gênio,
Meiguices insolentes e tímidas irreverências
São causadores de animosidades sem fronteiras,
Enquanto Tingência de “Con” é ativo,
Perspicaz e destro, independente,
Cendência de “Trans” é dispersa,
Preguiçosa,
Fica só assistindo às óperas do vazio,
Sinfonias do nada,
Por vezes, western americano,
O de sua preferência “Pistoleiros do Oeste I e II”
- isto mesmo!... não me interrompa!... –
Não se liga com as tingências de “Con”,
Acha-as volúveis,
Parece às tingências de “Con”
Que esta rejeição,
Por ser ela dispersa,
Parece haver algum medo
Que revelar não poderia,
Este mistério seria eterno entre os dois,
O que gera algumas briguinhas,
Escândalos homéricos de estupidificar o mundo,
Discussões sem quaisquer sentidos,
Insatisfações inúteis,
Sabendo ambos que o medo do medo
É que faz o medo,
O que lhes faz rirem a bel prazer e solstícios,
A morte fazer parte da vida
Isto é ridículo, despautério,
Mas o que fazer se é a verdade incólume e insofismável,
Mas logo, logo estão de bem,
E seguem juntos Cendência de “Trans”
E Tingência de “Con” a jornada,
O que era apenas sedução
Tornou-se relação de entrega e doação mútuas,
Velando-se e des-velando-se,
E neste ínterim de vivências,
Sentados à beira da Lagoa das Aves Negras,
Lembrando-se do encontro,
Das seduções,
Procissão longa de pessoas com velas na mão,
Debulhando os terços,
Atrás da imagem de Fermansine,
Profeta da estética entre os
“Circuns” e as “Pers”,
Estética que começa no inverso
Para atingir a verdade,
Para alguns heresia,
Começar do mal para chegar ao bem,
Isto deixa muitas lembranças e recordações
Ad-versas, contraditórias e dialécticas,
Sendo que se partir do bem
Para re-verter-se ou con-verter-se ao mal,
Seria atestado de plena ignorância,
Gere muita gargalhada e risos de esguelha
De doutos e da plebe do conhecimento fútil,
A tristeza que as vozes recitando,
Declamando as orações adversativas
Revelam é profunda,
Os artistas do infinito são criativos,
Criam musicais esplendorosos,
E perguntando o que seria
Se Cendência de “Trans” e Tingência de “Con”
Se aderissem, comungassem, sintetizassem,
Sem qualquer possibilidade daquilo de
Depois da síntese vem a tese,
O que aconteceria,
O nada e a sua sinfonia
Somem na distância,
Dirige à Terra de São Nunca
Onde a ressurreição e a redenção
São para Inglês ver...
RIO DE JANEIRO(RJ), 23 DE MARÇO DE 2021, 12:57 p.m.

 

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