Manoel Ferreira Neto ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO ANALISA E INTERPRETA O POEMA Nada na Vida é Simples DE ANA JÚLIA MACHADO SOB A LUZ DA PSICOLOGIA DA ESPIRITUALIDADE


Lição lídima de Psicologia da Espiritualidade. Uma Leitura percuciente da Psicologia Junguiana, especialmente sob o ângulo da Tradição Espiritual do Budismo dá-nos neste Poema "Nada na vida é simples" da escritora, poetisa e crítica literária Ana Júlia Machado vias de como ir transformando as dificuldades e contingenciais existenciais, tornando-a livre, "soltar as asas para o renovado/ e usufruir da melodia...", o que entende-se que cuidar do espírito é estar sempre atento e ouvir as mensagens que vêm de todos os lados. Os problemas, as dificuldades não são apenas problemas e dificuldades. Representam valores que fascinam. São focos irradiadores de sentidos. O espírito, a espiritualidade a que a escritora e poetisa se refere é o amor à existência, amor que em tudo penetra e resplende. Move o céu e todas as estrelas, como dizia Dante Alighieri. Limpar a alma de todas as coisas que a satura é benéfico para artificiar os caminhos da Espiritualidade. Aliás, sine qua non ressaltar, sublinhar que a obra reunida de Ana Júlia Machado reflete isto: o homem trabalhando-se, labutando-se no sentido de escolher a vida e promovê-la, "facultar o esplendor" apoderar-se, e o esplendor é o Sonho do Ser, captar interiormente o desejo de todas as dimensões sensíveis reunidas, "integrar o saber sensível ao saber racional para suprassumir a razão presente, elevando-a a uma razão não só da cabeça, mas do Ser por inteiro". Nesta obra em específico, "NADA NA VIDA É SIMPLES", a escritora trabalha com esmero e percuciência como suprassumir a razão presente e alcançar o ser por inteiro, cada verso é uma dimensão desta caminhada, uma leitura proba da estrada da Alma em direção à espiritualidade, devendo entender como

"energia" em direção à luz.

Aqui, nesta leitura, apresento apenas alguns prismas de leitura, mas exige uma leitura ampla dos símbolos, signos, metáforas interditos, inclusive da Poiésis da linguística presente na obra para fundamentar a Sensibilidade em todas as suas dimensões, uma tese da ALMA QUE ANUNCIA A ESPIRITUALIDADE, na dimensão psicológica de Jung, a busca da SIMPLICIDADE.

Beijos nossos, querida, a você, à nossa amada netinha Aninha Ricardo, à nossa família.

PARABÉNS

POR MAIS ESTA OBRA ESPLENDOROSA.

Manoel Ferreira Neto

 

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Nada na vida é simples...

E quem verbalizou que seria incomplexo

ignorar a plangência e sustentar

tão-somente exultações?

Não expresso que seja inexequível,

roga labuta, é indispensável tessitura

e uma purgação espinhosa, espantar

todas reminiscências amargas, arrojar

a azáfama da intranquilidade, enxotar

a chaga, suprimir o pavor, desmoronar-se

de tudo que provoca o revés, busca idade,

isso é muito mais do que encanecer o espírito,

é empanturrar a alma com um manancial

fresco e extravasar de susceptibilidades bem-nascidas,

reativar as impetuosidades da honra,

licenciar irromper afeto inerente para que rompa-se

todos os estorvos do não favorece-me em nada,

adequar a abnegação é preceito indispensável,

substituir todo ferro-velho por recentes

e imponentes sensações, facultar o esplendor apoderar-se, liquefazer a insensibilidade da displicência,

esquentar as sensações, soltar asas para o renovado

e usufruir da melodia.

Albergar a afeição, conservar o espírito

expurgado na mais irrepreensível simultaneidade

com o espírito, habitar a real exultação,

são consequências da promessa

de uma benéfica limpeza .

Ana Júlia Machado

 

RIO DE JANEIRO(RJ), 10 DE MARÇO DE 2021, 14:40 p.m.

 

 


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