#QUE HÁ HÁ! CLÁUSULA II# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA @@@


Há Coronavírus dizimando o mundo, a Mídia deitando e rolando, enchendo os “bolsons” de muita bufunfa, vender terror é a sua Especialidade Egrégia, os grandes investidores e empresários preocupados com a Economia que está indo à falência. Conduzindo o  mundo ao abismo do caos, nasceu na China, passou pelos Estados Unidos, no Brasil se tornou político dos mais famosos e gloriosos, os políticos alegres e felizes, não tem quaisquer responsabilidades com coisa alguma, podem se candidatar outra vez e serão eleitos.

@@@

Há Artistas, Intelectuais, Cientistas, Clérigos, Doutores aliando-se, capachando-se, lambendo a sola da bota de partido político corrupto.

@@@

Há coruja na haste da palmeira entoando cânticos des-conexos, destoantes com os interstícios da alma que ruminam os tremores e temores do porvir.

@@@

Há condor pousado nas grimpas da oliveira, observando ovelhas pastoreando no crepúsculo, enquanto um cabeça-de-fogo trina seu canto.

@@@

Há serpente se arrastando no bosque, perspicácia e engenhosidade, a sua meta é um veado que se encontra olhando as coisas, perdido no nublado dos raios de sol.

@@@

Há águia dormindo numa árvore, sono profundo e leve, a noite de lua crescente está silenciosa.

@@@

Há galos em galinheiros sem galinhas, cantando a bicos e crinas suas horas extras e férias de estar importunando as franguinhas com suas “cantadas” divinas.

@@@

Há peregrinos percorrendo o destino de seus ideais, mochilas nas costas, in totum silêncio, pensando o pensamento de pensar a verdade.

@@@

Há bohêmios sentados nas calçadas de ruas e avenidas, perscrutando os sons da solidão nas metrópoles do mundo, buscando inspiração para compor uma balada.

@@@

Há solitários em suas alcovas tripudiando as cartas e naipes no jogo das idéias e sonhos, reversando e inversando a liberdade de profetizar o Ser e o Nada.

@@@

Há vento de leste sibilando entre as montanhas e vales, rumo ao infinito das coisas do mundo, a verdade das contingências.

@@@

Há sons das esperanças re-vestidos de falsos ritmos, melodias, acordes.

@@@

Há quimera que "acossa-me pelo preto da escuridão, o sonido de tudo'", "intímos secretos das fantasias de minha alma"

@@@

Há poéticas no recanto da alcova, na varanda da casa-do-ser, as palmeiras baloiçam-se à mercê dos ventos molhados de maresias.

@@@

Há inspirações de cinzas de sonhos e utopias renascendo outros segredos e mistérios que conceberão outros uni-versos e duo-versos do sentimento de serem a verdade da existência.

@@@

Há pratos vazios de comida sobre a mesa de casebres no entardecer de outro dia de tristezas e desolações.

@@@

Há vozes altissonantes gritando novas utopias do crepúsculo povoado de pingos de chuva, tempestade sem estardalhaço, trovões e raios.

@@@

Há cavernas de estalactites e lagoa, grandes inspiradoras de platônicas idéias da Arte e da Vida.

@@@

Há eu que me sento no rabo e rasgo as picuinhas verbáticas, as mazelas verborreicas das criaturas de Deus, as falácias dos sistemas políticos. Não fossem esses “haveres” todos, o que seria de minha existência sem ter o que desprezar?

RIO DE JANEIRO(RJ), 15 DE MARÇO DE 2021, 12:27 p.m.

 

 


Comentários