*NENECAS E NADICAS DE NADA** GRAÇA FONTIS: PINTURA Quinzinho de Parafusos a Menos: PROSA SATÍRICA @@@


""Não adiantam as justificativas, fugas, nenecas e nadicas existem, depende em que ângulos e perspectivas são analisadas e interpretadas se apresentam risíveis a todo preço."(Manoel Ferreira Neto)

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Elixir de neneca de pitibiriba seiva as esperanças do pleno amor, entrega absoluta ao outro da felicidade e alegria, inspirando os êxtases do sublime, estesias do prazer, a volúpia da perfeição da comunhão, o nós realizado.

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Nadicas de nada em compota de bananas nanicas com cobertura de flocos de chocolate desembocam as melancolias do vazio, nostalgias do passageiro, preguiças do fugaz, moleza do  efêmero, ociosidade dos eternos e o gozo da laia viperina, estirpe caguincha trans-elevam as saudades das imbecil-itudes, a vida escracha de bestialidades e o corpo tremelica de futilidades.

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Catuaba de neneca de pitibiriba concede as utopias das volúpias do eterno, eterno de virtudes, eterno de honra, eterno de dignidade, eterno de lealdade e fidelidade, eterno da compaixão e misericórdia, Deus até convida para se sentar do seu lado esquerdo na Academia Celeste do Absoluto, "aí eu bebo todas as garrafas do botequim, e mais algumas...".

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Vinho de nadica de nada, conservado na solidão de cem anos, acorda as intempéries, na manhã de gaivotas na praia, de cisnes nos lagos, águias no céu, pássaros trinando nas cercas de arame farpado que divide terras, e se divide é por haver animosidades entre os proprietários, nas árvores, revelando o amor brega, o amor cego, piquenique à beira de córrego entupigaitado de mosquitinhos, pulgas e carrapatos, o peteleco do tesão leva ao pileque boêmias.

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Manguaça de neneca de pitibiriba, servida em taça de cristal, seguindo a etiqueta da dose dos miseráveis, paupérrimos, acelera os dons e talentos para as provas sertanejas arrebicadas de ornamentos do folk-lore dos lácios do bem e do mal, sapo cai na lagoa, ser no caminho do sertão.

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Champagne de nadica de nada, após a rolha explodir no vazio do ar, aplausos eufóricos, alimenta e dessedenta a sede de nanicas nenecas do silêncio, impreterível e irrevogável, até a cobra fuma um paieiro, arregala a todos confins e arribas volos ...

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Conhaque de neneca de pitibiriba, com gelo e rodelas de limão na borda do copo, queima o coração de paixão, separa os instintos da subjetividade, o fogo na carne é re-velação das esperanças da libido comungada às á-gonias do pretérito imperfeito dos subjuntivos das quimeras e ilusões, isto para não incluir as considerações acerca do imperativo e infinitivo dos defeitos psíquicos, nalgumas instâncias irreversíveis das utopias e vaidades a inclusão do gerúndio para o sarro ser tirado com todo rigor, por que iria efetivamente ser convidado a viver fora do mundo, noutras plagas onde o escracho não fosse tão evidente. De todas as bebidas, a escolhida por mim, mas só bebo algumas doses para não variar as ad-versidades e avariar as controvérsias.   

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Fanti-leite de neneca de pitibiriba, a Fanta, e nadica de nada de Gim, Vodka, Cachaça, Licor de Amendoim, três rodelas de limão galego, do capeta se preferir, a imagem de despojamento: vai-se deslizando, sem noções, tal qual sentia-a pós goles, anda-se sempre ao colo da alma, vazio é só uma palavra, cada coisa a seu tempo tem seu tempo,  cada um no seu próprio quadrado tem a sua própria moléstia, leva não apenas às profundezas do abismo, acima dos segredos e mistérios sinistros...

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Absinto de neneca de pitibiriba, acompanhado de porção de vergalho de boi bem apimentado, cebola e salsinha, inspira todas as perspicácias da linguagem e estilo para escrever bocageanos sonetos eróticos às estrelas nos instantes de pura solidão, seduzindo-as com a promessa do êxtase dos deuses.

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Vodka de neneca de pitibiriba com chimarrão, lendo as missivas, guardadas no cofre a sete chaves, do grande amor deixado para trás, por alguma circunstância da vida, verte sentimentos e emoções nunca d´antes vividos, nascendo o desejo de no alvorecer sair à rua distribuindo bouquets de rosas a todas as moçoilas com um lindo poema elegíaco, dançarinos Hare-Krishna dançando a música San Francisco.

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Campari de neneca de pitibiriba, fumando um charuto cubano, lendo Apuleio, revela o divino desejo de escrever um belíssimo soneto dedicado àqueles que renunciaram a inteligência e a sensibilidade, vivendo os instintos da corrupção, desejos os mais profundos do poder, ulá-lá-lá soneto que garante a glória por todos os séculos dos séculos amém.

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Galiotto de nadica de neneca à lá licor de articum, que é de exímia contribuição, pois que esta fruta ajuda no equilíbrio do sistema nervoso, ajuda a modular o estresse e a fadiga, os pitis e o cansaço de nada fazer, inda mais se na mistura houver umas gotículas de chá de boldo que faz exarar dos abismos da psique o próprio nome no tronco. Nada melhor para a cura dos ossos do ofício, poder e glória por todos os séculos dos séculos, amém, e dos ócios do ofício, vaidades e orgulhos às avessas das moléstias da psique.

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Gim de nadica de nada com porção de costelinha de rato à bananas, madrugada de chuva torrencial, daquelas lá da terra dos Chimarrões, revela a mais profunda solidão acompanhada de saudades, nostalgias, melancolias da morte e do além, sendo o resultado mais inteligente dormir de por baixo da cama, com a luz acesa.

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Underberg de nenecas de pitibiriba ao sabor de salmão, na quiosque 7 Atrás de Você,  amanhecer de tempo nublado, não se vê as montanhas de por trás, ouvindo músicas, de preferência deitado na rede, observando a palmeira desde o chão até às grimpas, as raízes são o que, hein? Imaginação ou Delírio? Não o saberia dizer, e a fala das fronteiras e limites, espectáculo de incapazes e inúteis, o delírio, merecendo atenções médicas psiquiátricas...

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Sintetizo as nenecas de pitibiriba e as nadicas de nada e vou para a gandaia, meu coração já apaixonado quer sentir o destino da solidão da distância, e no próximo encontro vamos nos amar, vamos morar juntos e vamos comemorar o nosso amor à luz das nenecas de pitibiribas. Deus me livre e guarde das nadicas de NADA. Até lá, Deus acompanhe a decisão de tornar-se adepto de uma ou algumas dessas bebidas para a cura das imperfeições.

RIO DE JANEIRO(RJ), 06 DE MARÇO DE 2021, 06:23 a.m.

 

 


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