DE LUZ DIADEMAS NA RUA INFINITA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@


Constelações, horizontes...

Sem in-versa razão

A modular os princípios, origens da alma

Que geme de pecado os sofrimentos, náuseas,

Rumina de remorsos as atitudes gratuitas,

Grunhe de arrependimentos as condutas fúteis,

Coaxa de responsabilidades as posturas imoralistas,

Grita de dores as culpas de imperfeitos sonhos,

Sofre de medos de dúvidas, enganos, equívocos

A modelarem os inícios do espírito

Que forjam deliberadamente a esperança

De novos crepúsculos... o espírito cria a-núncios de outras paragens da caravana

A desbravar os campos, montanhas,  onde ampliar a visão de possibilidades de eternos ideais,

Tripudiam a fantasia

De alvoreceres de neblina

A cobrirem a distância,

A mente solitária de visões ao léu da língua

De  porvires

Artificia epígrafes de garoas

A pingarem mistérios, magias na vidraça

Intemporal, atemporal.

@@@  

Raios de ínfimas partículas ardentes

Espalham a luz viva,

Anuncia a vida,

O sagrado espectro visível

Que incide no céu de relâmpagos fortes,

Permanece da sabedoria

A claridade intensa do silêncio de verdades,

Do saber

O fluxo ininterrupto de ideais suspende

No limiar das coisas finitas

O pensamento do nada,

A idéia oca do abismo, da caverna,

O ser adora brincar de profundidades,

A caverna ama devanear idéias profusas,

Infinito de luzes incandescentes

Ilustra esperanças com vontade

De real-izar, ocean-izar a longa espera

De perspectivas e ilusões

Que trazem as ondas marítimas do existir

À praia das labutas por Ser,

O espelho de cristal

Que reflete diademas de luz

Na rua infinita de solidões do ser,

A pedra angular que trans-eleva

O ritmo dos cânticos românticos

Às harpas,

Líricas que musicalizam o conúbio

Do vazio e do ser,

Que conceberá o vazio-ser de solidões,

A pedra de toque que reverbera

A melodia de óperas e sinfonias

Amasiadas às utopias do espírito e liberdade.

@@@

A vida corre passos além do tempo,

Abre sobre o Nada o olhar sonâmbulo,

Abertura-se sobre o Vazio os linces oníricos,

A flor branca de cactus,

Silenciosa, de mil e uma pétalas

Concêntricas pelos céus,

Perdida,

Reflete a erma planície nua,

O funéreo manto do luar

Se recorta na paisagem sensível

Que espairece o silêncio do silvo

De inquietos ventos.

@@@

À sombra do sono

Que advirá de imagens outras

Refletidas nos desertos de ilusões

Múltiplas, multíplices

Nos abismos de reflexões e meditações

Do pleno verbo

Que fecunda a vida de liberdade,

Renascendo da fé, o esplendor de magias.

@@@

Sem lírica,

Que a língua prescreva as efusões da palavra,

Ascenda a pena que retira

Do arco-íris as cores da tinta fresca

Que embelezará as linhas sinuosas da escrita,

Que arrancará das intempéries a subjetividade

Da metafísica e metáforas do há-de perpetuar,

Adulterará as inversas razões

Em sentimentos de verbos

Cujas regências transitivas encantem

As núpcias da última noite e a primeva aurora.

RIO DE JANEIRO(RJ), 14 DE MARÇO DE 2021, 09:51 a.m.  

 


Comentários