**VIRADA LINGUÍSTICA, SEMÂNTICA - FILOSOFIA DE EX-TASES** - Manoel Ferreira


Linguísticas, semânticas, verbos salpicam de luzes o in-audito
O tempo temporaliza de sabedorias o que era in-consciência
O efêmero efemeriza de retrógrados saberes do amor, felicidade
As bençãos sagradas, as dádivas evangelizadas, espiritualizadas
O nada nadifica de primevos conhecimentos as dúvidas do além
O aroma das dimensões trans-cendentes e sensíveis, evolando,
Vai aos poucochitos impregnando os sentimentos e emoções íntimos,
No céu, as nuvens passando,
Vagarosamente, passando
Desço o olhar sobre as orquídeas brancas
E fico a olhar infinitamente as flores
O soneto de fluxos de palavras no espaço inconsciente de Melancolias epitafia na lápide de mármore cinza a in-congruência
Dos ideais, utopias que se estendem e esplendem no horizonte
Místicos passeios
Para ver o outro lado, a terceira margem da estrada,
Nesta ânsia de ver e des-vendar sempre as inclinações suaves
Das montanhas de tamanhos comedidos
O perpétuo instiga risos altissonantes, revelando de suas entranhas
Abissais a-nunciações fenecidas do porvir, tragi-comédia do sim e não, tragédia de contra-dicções e dia-lécticas
Onde as circunscrições?
Onde os limites?
Onde as fronteiras?
A náusea das verdades in-fin-itas, supremas, absolutas
Ins-creve na soleira do nada as nonadas da liberdade
Que ficam eternizadas sob a luz do sol, estrelas,
Chuvas, garoas, orvalhos, tempestades até a consumação dos tempos, até as sombras medievais das proscrições e heresias
Ovelhas de velos muito brancos
Comboios de navios de plumas
Mistérios
Silêncios
Histórias
Montanhas mágicas,
Areias do deserto mítico
Refletindo o céu sem nuvens
No azul do miosótis



Virada linguística
Re-fazendo o ritmo das sensações,
Re-criando a melodia póstuma dos sons,
Re-fazendo a canção romântica da memória
Re-construindo o espírito da filosofia
Re-pensando a alma dos ex-tases do ser...



Virada semântica
Cricrila o grilo ao som das palavras etéreas
Rumina o gado novo ao ritmo dos vernáculos do berrante
Recita o poeta os fonemas boêmios das fidúcias...



Manoel Ferreira Neto
(*Rio de Janeiro*, 13 de outubro de 2016)


Comentários

  1. Oi,amigo Manoel,as nuvens passam e dexam o dia aberto
    eu sinto que a vida só terá graça,se sinto a presença
    sua que és um companheiro certo!...

    ResponderExcluir

Postar um comentário