**RETRATO DE UM LITERATO, FILÓSOFO - DIALÉTICA ESTÉTICA DA SENSIBILIDADE** - Manoel Ferreira


Pers de ilusões olvidadas,
Nonadas recusadas, refutadas
Retros de idílios postergados
Aos instantes-limites, absurdos
Liberdade, sentimentos soltos
À larga das volições pretéritas,
Subjetivas in-fin-itivando de nonadas
Os terrenos baldios da alma
O tempo que à medida das travessias
Desliza suave e leve, sem lenço,
Sem documento, sem destino
Subjetivando de vazios as querenças
De sonhar as plen-itudes
Do além por inter-médio das inspirações
Que re-colhem, a-colhem a sensibilidade,
O espírito,
Éritos, erisis,
Iríadas, iríasis
Nuvens brancas, nuvens azuis
Raios de sol incandescentes
Dialéticas da iluminação, utopias do sublime
A sabedoria das esperanças
Habita a entrega, doação
Ao pensar que pensa o pensamento
Do sentir que sente o sentimento
Do refletir que reflete a reflexão
Con-templando dos interstícios da alma
Carente, do íntimo solitário,
Do inaudito ao silêncio,
Luzes e contra-luzes que reluzem
A cintilância
No reluzir das paisagens imagens
Na tela do alvorecer da terra
À soleira do mundo,
Imagens lúdicas do uni-verso seduzido
Pelas constelações idílicas, simbolismo do vir-a-ser
E o nada passeia na lua cheia, signo do eterno
Forclusions, manque-d´êtres solsticiados de neblinas
Ensimesmando, ofuscando a visão do infinito
Mas o vento cândido passando levemente
Sarapalha os flocos de neblina,
Inda que embaciado
Para as sensações primevas,
Primárias do eterno
Eterno que ama ocultar-se e re-velar-se
Infinito que in-fin-itiva o tempo e o ser
Só sei de mim, só sei de mim, só sei de mim
Quero o perfume da flor que me embriague,
Que me inebrie,
Flor que nasce, despetala à noite,
Quero o sonho que anuncia a estética da consciência,
Quero o amanhecer com outras ilusões, inspirações
"Quero o amor da flor de cactus".



Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 26 de outubro de 2016)


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