**CIÊNCIAS OCULTAS, LETRAS APAGADAS** - Manoel Ferreira


Imagens multi-faceladas dis-persas
Persianas do tempo abertas ao in-finito
Venezianas do nada livres ao uni-verso
Circuns-pecção, intros-pecção
Volos da percepção, desejos do verbo
Sensações flanando perdidas
Sentimentos, emoções mergulhados
Nos interstícios da alma carente de fantasias
Cinzas estéticas sarapalhadas à larga
Pós éticos espalhados ao léu
Dos sentidos, significados
Nonadas crepitando nas chamas
Ardentes dos éritos e érisis do in-audito
Centelhas etéreas,
Às cavalitas o vento
Antes de quaisquer esias versais
Re-versas e in-versas
Que no crepúsculo sombrio das utopias
Sentidas nos precipícios da alma,
Pre-enchem as lacunas stanciais
Do ser, onde o inter-dito catártico
Poiesia desejos, vontades, esperanças
Verbalizar vernáculos ad-versa
Linguagem, estilo,
Subvertendo dogmas e preceitos da uni-versal-idade,
Compondo outros semblantes, fisionomias
Trans-literalizando signos, simbolos,
Metáforas do vazio, sin-estesias do absurdo
Aqui e agora do inédito
Instante-limite da criatividade
Metalinguística semântica do vir-a-ser,
Semântica metalinguística do silêncio
Que precede a inspiração do verbo
A trans-elevar con-tingências do não-ser
Subjetivas re-flexões a re-fletirem
Os re-flexos de caminhos de luz nas trevas
Ser tao de utopias, ser tao de ideais
In-finito in-fin-itivado
Uni-verso uni-versal-izado
De avessos confins e arribas
Da beleza do belo a verticalidade,
Horizontalidade do indizível
Poema da hipocrisia
Poema da farsa
Poema da falsidade
Poema das aparências...



Eis a Modernidade!
Eis os Modernistas!
Ciências ocultas, letras apagadas...



Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 28 de outubro de 2016)


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