/**ORQUÍDEAS DO VALE**// - Manoel Ferreira


Nuvens brancas
Sol de verão,
Passos comedidos
Ondas do mar...



Amor é verbo de ser que ilumina os sonhos
Resplendendo de felicidade os interstícios da alma
Amor é esperança que numina os recônditos
Dos desejos solenes do absoluto, re-presentado
Pelas alegrias do ser-para o eterno,
Metáfora da compl-etude,
Amor é sonho que a-lumbra os volos
Do prazer e clímax das contingências da dor
Amor é tempo do espírito que concebe
Sentimentos de entrega à alma dos sofrimentos.



Nuvens azuis
Raios numinosos no alvorecer...
Brisa...
Vento...



Amor é querência de harmonia entre
O nada e o eterno das sublim-itudes
Amor são con-tingências do efêmero
À busca da luz trans-cendente
Que trans-eleva as angústias do tempo
Amor são con-templações da vida
Na continuidade das dialéticas do ser e não-ser
Amor são ilusões, fantasias do verbo
Que se torna carne no encontro dos corpos
A entre-laçarem vontades do pleno e do divino.



Universo de azul celeste
Horizonte de espaço infinito...



Amor é angústia do tempo
No ser das nonadas dos instantes-limites
Na alma das travessias do vazio ao pleno
Das sin-cronias, sin-tonias do sublime
Amor é nostalgia do caos à luz do genesis
Às cintilâncias da morte
Amor é melancolia do cosmos
Às chamas da lareira à soleira do abismo
Que trans-concebe os raios da eternidade
Amor é saudade do crepúsculo de ocasos
Que trans-sublima a náusea da eternidade.



Estrelas cintilantes
Lua brilhante
Noite serena...



Amor é olhar o outro com o lince
Do respeito, da entrega à balada
Da vida vivenciada de desejâncias
Amor é con-templ-orar o ser do verbo
Outro do outro, consumando a carne
Da alma, o espírito da carne
Amor é vivenciar no vivenciário,
Vivencial do tempo e do ser,
As dores do nada e do efêmero...



Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 22 de outubro de 2016)


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