**JOGOS DA MENTE** - Manoel Ferreira


In-fin-itivo de ilusões
Serpenteando ideais efêmeros
Sarapalhando volos perpétuos
Salpicando náuseas voláteis, voluptuosas
Sentimentos perpassando uni-versos
Desejos de sonhos solsticiando o além
Raios de sol numinam campos de algodão
Nos interstícios da alma per-vagam
Emoções solitárias, carências de verdades
No peito, idílios pretéritos pro-jetando
Vãs esperanças, fugazes vontades do Ser
Pensamentos, idéias dando voltas
No tempo de nuvens brancas deslizando
No espaço, quiçá lágrimas ardentes
Desçam no rosto do há-de ser
Sinto distantes as linguísticas e semânticas
Da imperfeição, instantes-limites
Per-fazendo vernáculos regenciais
De verbos oníricos preenchendo
Forclusions, lacunas, manque-d´êtres,
Ilusões de óptica, lapsos de memória
Mov-entes luzes iluminam o subconsciente
De éritos de sonhos impossíveis, irrealizáveis,
De passadas visões-do-eterno,
De primevas imaginações da beleza do belo...



Jogos da mente
Encontros des-encontrados re-versando
O tempo que gira o catavento,
O vento que paira no espaço
Redemoinhando continuamente
Infelizes infelicidades in-versando
De ipseidades e facticidades
A roda-vida do ser e não-ser
Dialéctica da ec-sistência que ec-siste
No ec-sistir de decisões e consequências
Contra-dicção que consuma
O silêncio da solidão, veneziana que se abre
Aos confins e arribas,
Solidão do silêncio, ad-versidade
Ad-versa, ad-versando razões e subjetividades
Tirem-me deste inferno da metafísica
Salvem-me desta psicanálise do inferno
Socorram-me desta náusea
Que me invade a alma
Jogos da mente
Imperfeições,
Vazios,
Nadas,
Absurdos
Êxtases de outros átimos de momentos
À espreita de mudanças, trans-formações.



Manoel Ferreira Neto
(06 de outubro de 2016)


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