/**O TEMPO E O VENTO - III PARTE**/ - Manoel Ferreira


E se nos "éritos", dimensões sensíveis do efêmero, do tempo, onde as miudezas do in-fin-itivo se foram perdendo na arte de bailar no espaço habitado de luzes, arco-íris, raios numinosos do sol, brilhos da lua, cintilâncias das estrelas, re-velando a poiésis da cáritas com que o nada se nutria, alimentava-se para gerundiar a liberdade de perspectivas do sonho e esperança das divin-itudes, para subjuntivar os desejos e vontades da estesia, para participiar as sorrelfas e fissuras da sabedoria, aliás pres-ent-ificadas nas bordas e frontispícios do vento, que anunciava a vida do espírito do amor entre-laçada na alma vazia de éresis e iríadas do in-finito, nela unicamente as melancolias do genesis, que a inspirava a con-templar o romantismo da lua seduzindo o espaço com os eclipses, as estrelas enamoradas pelas ondas do mar tocando a areia da praia.



Brilhos da lua,
Cintilâncias das estrelas.
Gerundiar a liberdade
De perspectivas do sonho e esperança
Das divin-itudes...
Raios numinosos do sol a refletirem-se
No espelho invisível das amuradas
Subjjuntivar
Desejos e vontades da estesia
Do Ser: Tempo e Vento.



Se nos "éritos" do tempo residem inda vestígios da ilusão do eterno, quimera dos idílios do absoluto, que, por enigma e mistério das travessias do vazio ao pleno da alma, que saltitava de felicidade com a chuva que rega o solo para a florificação, o orvalho que umedece as folhas viçosas das árvores, floração da primavera, o efêmero nas dimensões das dia-lécticas da verdade, in-verdade, da vacuidade e ab-soluto, do silêncio e algazarra da solidão do "eu", compl-etude do "eu" e "tu", o "nós" do encontro entre o verbo in-trans-itivo das ventanias do finito, então confins e arribas recebem os sibilos do vento como semente e húmus para o nada re-nascer de suas ipseidades e solipsismos do perpétuo, água cristalina que sacia a sede para a jornada à busca das pectivas da leveza do ser, embora a presença do não-ser, partícipe dos absurdos que res-ifica a náusea das con-ting-ências, elevando-as ao cume dos limites das regências verbais da alma, des-cende aos precipícios das semânticas do insensível frente à superfície da sabedoria que rega a vida de espiritualidade, jogo lúdico metafórico para não esvaecer no efêmero a presença do "it" da fé, esperança, sonho, aleluia o nada esplende risos e sorrisos, um instante de plena alegria, por, na sua jornada à busca das eret-idades do além, entre-laçar seus idílios da esperança com os cataventos nos auspícios das montanhas, seguindo as alamedas dos volos da verdade, inda que ar-zinho gostoso tempório, mas aquela intuição de que o lácio último da linguística do espírito e da alma, comungados, aderidos, é a poética do nada que, de versejos e versificações, vai tecendo com as linhas das páginas, antes de quaisquer outras, os ipsis da poesia, o litteris das estrofes efemerizadas no tempo, plen-ificadas no tempo.
Se nos "éritos do verbo passado de modos e estilos, linguagem e nonadas e nonsenses que verbalizam o passo adiante do nada para o sublime das con-ting-ências que se fazem nas angústias e prazeres, tristezas e êxtases, medos e cor-agens, mas sempre os braços abertos para os in-fin-itivos verbais do ser.



Manoel Ferreira Neto
(Rio de Janeiro, 07 de outubro de 2016)


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