Lucia Helena Lima Medeiros COMENTA O POEMA /**ETERNO DO EFÊMERO**


Santo Deus que dialética! !
Juntou meus subreptícios "eus" e lançou-os para além de aqui e ali alhures..
Kkkkkk . Brinquei. Mas os subrepticios "eus" volitaram por um dos meus escritos...
É muito bom ler o que vc escreve ... adoro isso cultura do exagero... será que posso falar assim ?
Vichi será que posso ?
Se não me desculpe... terá
sido mero exagero meu...
Abraço Poeta do Impossivel !!!



Lucia Helena Lima Medeiros



A Dialéctica neste poema pres-ent-ificada não é re-presentação da "cultura do exagero". Para que você compreenda esta Dialéctica procure ler, de Gaston Bachelard, A Poética do Espaço.
Gracias pelo carinho. Abraços!!!



*ETERNO DO EFÊMERO*



Epígrafe:
Acho que gosto de Leonardo Boff. Acho que gosto da espiritualidade.



Quero o ritmo do efêmero e sublime
Pervagando as ad-jacências do inconsciente perene
De mistérios, de jogos lúdicos dos medos e fugas,
Tripúdios e tramóias do verbo e da carne,
Jingle-jangle do silêncio e dos gemidos de dor,
Gosto de São Francisco,
Percorrendo os interstícios do inaudito profundo
De sombras líquidas, trevas densas, brumas serenas,
O infinito re-colhe e a-colhe luzes longínquas,
Reveladas na síntese de pretéritos genéticos e advires pós-milenares,
Na verdade habita os raios numinosos do nada,
Vazio esplendidos e trans-elevados aos cumes
De confins ornamentados de arrebiques a-temporais
Da estesia do não ser
No absoluto a presença incólume da fantasia
Do espírito à espreita do trans-cendente
Às avessas com a alma entupigaitada de sorrelfas,
Enchafurdada de mauvaises-foi,
No apocalipse do sem-ad-jacências de dogmas
De verbos pretéritos consubstanciando o divino
Contingente das efemeridades das dúvidas dentro da alma
Alucinada de desesperos...
Quero o efêmero e sublime do ritmo
Que circunvagam o poema-arte do ser
Antes do caos, antes do cosmos, antes da criação
Criar o ser é antes conceber nos interstícios
Do evangelho sensível e inter-subjetivo
Dos preceitos morais, éticos e estéticos,
A luz Vésper no deserto do silêncio
De re-versas vozes que recitam
As palavras versais e estróficas
No silêncio da montanha a revelar-se
Nítida, trans-lúcida e trans-parente
No desfazer da neblina
Contemplando no tempo aberto
E plenamente incidido nos limiares do eterno
As inspirações, concepções, percepções,
Intuições, enfim o absoluto habitando o não-ser sonhando, idealizando
Na idealização iluminística da dialética
Do efêmero a liberdade em questão,
Da efemeridade da liberdade
A vida em contingências.



Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 23 de outubro de 2016)


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