GRAÇA FONTIS, ARTISTA-PLÁSTICA(PINTORA) E POETISA, COMENTA O POEMA /**À SOMBRA DA PALMEIRA - PARTE II**/


A palmeira vela-te e eu a velar o sono mais tranquilo...sabendo que ao acordar o seu coração estará pulsando novas ilusões, fantasias, sentimentos e percepções inauditas...eclodindo magnificamente de formas diversificadas para nosso bel prazer... seu prazer!!!... Bons sonhos, meu Escritor!



Graça Fontis



**À SOMBRA DA PALMEIRA - PARTE II**



Vislumbro as gaivotas sobrevoando o mar
Ondas de idílios e quimeras habitando-me
Os interstícios da alma, tocando as sensações.



Con-templo o entardecer, sentimentos outros
Sendo pulsados pelo coração de fantasias e ilusões
Do sono que embalará os recônditos do inconsciente
A-nunciando e re-velando sonhos sonhando o sublime
Do vir-a-ser do amanhecer mítico e místico de plen-itudes
Além das inspirações, intuições, percepções,
Visões visíveis e in-visíveis do in-audito.



Debulho o terço de desejos, esperanças,
Con-templ-orando o amor de carícias e toques,
Toques de sentimentos de entrega,
Carícias de emoções de pleno doar do espírito e alma.



Ritualizo de silêncios os vernáculos deixados
À larga da colina povoada de neblina
Que, ao invés de envelar a paisagem do vale,
Des-vela o panorama do In-finito à soleira das constelações,
Que, aos revezes do vento e maresia do oceano,
Des-venda os mistérios profundos e enigmáticos das águas,
Àguas do silêncio,
Àguas de poesia do ec-sistir à luz das dialéticas
Das volições e das buscas inestimáveis do Ser Puro
De dimensões in-fin-itivas do tempo e da continuidade
Das nonadas às travessias da perfeição,
Àguas de filosofias estéticas eivadas de êxtases e clímax
Do encontro e comunhão do presente e do aqui-e-agora.



Elenco à mercê da fertilidade da imaginação
As imagens desenhadas livres nas nuvens,
O que me perpassa o coração de espontâneos idílios,
O que me habita o tao-ser das sublim-itudes do além.



Levanto-me da sombra da palmeira
Embriagado, perfeito boêmio de trans-cendentes ilusões,
Subo os degraus da varanda,
Deito-me na rede,
Tomo gole de vinho suave
E observo a rua silenciosa e solitária,
Vento suave balança as folhas da palmeira.
Sono sereno toma-me por inteiro
A palmeira vela-me...



Manoel Ferreira Neto
(*RIO DE JANEIRO*, 25 de outubro de 2016)


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