DEDOS DE PROSA ENTRE OS COMPANHEIROS DAS ARTES GRAÇA FONTIS E Manoel Ferreira Neto SOBRE A PROSA #HOSPÍCIO ESQUISITO"




Graça Fontis - Uauuu... é inegavelmente #Fantástico!!!👏👏👏👏👏👏......


Manoel Ferreira Neto Gracias muchas, meu Amor querido! Como você mesma o diz: "Faço o que posso". Beijos no coração!
Graça Fontis - Manoel Ferreira Neto até parece... dedilhastes sobre as letras feito o mais exímio dos pianistas... quisera conseguisse um décimo dessa habilidade/proeza, em tempo hábil como você, meu amor!💋💋💋💋💋


Manoel Ferreira Neto - Há outro pormenor a ser considerado: fiz daqueles cursos antigos de datilografia com a idade de doze anos, ganhando a minha primeira maquina de escrever, Remington Rand, depois a máquina portátil de escrever. Desde então, não mais me afastei das teclas e dos digitos. Não sou quem em primeiro instância pensa sobre o que vai escrever, elabora no pensamento as diretrizes, mas quando vai escrever se debate com vários problemas da criação. Penso para escrever e escrevo pensando e com a habilidade de digitar o processo de produção é mais rápido. Aquilo sobre que Heidegger, filósofo alemão, convida: a deixar a criação à vontade, e na fala e linguagem mais em nível deixar a criação criar a obra, ser apenas o objeto, e ainda noutra linguagem, deixar-me nas mãos da criação. Quando digo "Faço o que posso...", é que poderia inda mais aprofundar-me noutras dimensões, mas é justamente isto que me levou a esta que me inspirou esta obra, o tema sendo a loucura, e a loucura é deixar a loucura se recriar e criar. Virão muitos escritos nesta linguagem e estilo que ora estou apresentando, estou trabalhando nisto. Posso ir além, farei o que puder. Já lhe dei algumas dicas a respeito de um itinerário a ser perseguido, deixar a criação criar o que intenciona na escrita, na escritura, deixar-se nas mãos do tempo, estando sempre com a mão na cumbuca, sempre escrevendo.


Graça Fontis - Manoel Ferreira Neto amei as dicas... tentarei segui-las meu mestre amado!💋💋💋💋💋


#RIODEJANEIRO# - 18 DE MAIO DE 2019#


**HOSPÍCIO ESQUISITO**
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: PROSA
A noite, inércia ruidosa, cerra as pálpebras com um olhar morto. A interminável madrugada instaura-se - reconheço a sedução do pecado. Por dentro, o cancro da indiferença a comer-me. Sentar-me à beira da vida é o suicídio mais covarde por manter a aparência de desejar existir, ser sensível.


Vírgulas esfacelam anéis entre o vento pulando cavalos e o hospício esquisito. Flanco do cinismo. Declarado elmo. Cornos arrastam ligeiras pratas embutidas. Unicórnios pastam juntos às ovelhas mansas. Batem loucos os medos mortais ao sido. O relógio, extirpado de soerguer vertigens, cerra murmúrios, encerra silêncios. Agulhas rodopiam escárnios de repulsa. Furtiva lisura do impulso. Fareja o voo nos quatro cantos da loucura... nos recônditos da inconsciência trespassada de sinas e sagas.


Devoro a transparência. Cega carnação de corrente inércia. Repuxa-me a intensa rapidez do miserável destino. A perna surda beira os limites do mistério. Braços inertes cruzam no peito inépcias. Deserto assaz exaltado. A vontade des-locada. A admiração recomeça rios abandonados.


Aléias do peito interrompem cordas encarceradas. Concordâncias de sentidos. Ouvidos perpassam sombras. Assombros engendram ecos. Deuses indignados percorrem aparências. Abandonado ao repouso da foice, adormeço serpentes. Trago do abismo correntes atulhadas de mortos.


#RIODEJANEIRO#, 17 DE MAIO DE 2019#

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