SONIA GONÇALVES ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO 974 /**LIMIAR DE TODOS OS VERBOS**/ - PROJECTO #VERSO-UNO LITERÁRIO#



Boa tarde Manu... Vamos ver se consigo terminar de tecer meu comentário... Hoje está mais corrido ainda. Bem, primeiro lugar parabéns pelo dia do escritor Manu. Obrigada por partilhar essa joia rara conosco. Acho que estás se renovando, se tornando mesmo um novo homem, mais aprimorado em cada detalhe que menciona no texto. Penso que conseguistes projetar o verbo no perpétuo da alma, de onde tira muitas energias puras, luz de inspiração inclusive. Parabéns pra ti e para Graça. Paz e Bem!


Sonia Gonçalves


Boa noite, Soninha Son... Desejo-lhe muitas conquistas e realizações em sua jornada de escritora. Parabéns! Se me não fosse possível algum dia projectar o Verbo no Perpétuo da Alma, isto de ser escritor seria perfeito despautério - o interessante é que fi-lo justamente no dia dedicado ao Escritor. Agora posso cantilenar o Escritor que sou, recolher e acolher muitas energias para a vida e para as escrituras.
Beijos nossos, querida.


Manoel Ferreira Neto


#AFORISMO 974/


LIMIAR DE TODOS OS VERBOS# - PROJECTO #VERSO-UNO LITERÁRIO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/DESENHO: Manoel Ferreira
Manoel Ferreira Neto e Graça Fontis: Aforismo


Epigrafes:


"A alma rompe militrófica e obliquamente com imparciais visualizações do ser quanto ao outro, quando criatividades verbais." (Graça Fontis)


"A origem das palavras é o ser que as elabora, delineia, compõe através de todas as suas experiências." (Manoel Ferreira Neto)


Aquando a libertação fertiliza a imaginação diáfana com absolutez na temporalidade quimérica e suas variações revela-se o Ser(Graça Fontis)


SE SER ESPECIAL É...


Escrever a alma plena de esperanças do verbo, de sonhos, de fé no vir-há de ser, doando as mãos feitas concha, no peito a alegria da entrega, então as palavras trans-cendem a realidade em que foram criadas, re-criadas, o amor preenche os vazios da carência, solidão, faltas, as nonadas da tristeza, angústia, desolação; no inter-dito das linhas retas de góticas letras, a imagem nítida nula de quem escreve não ser dono de si, sim ser objeto dos desejos do outro.


De-clinar com toda a sonoridade das palavras o mundo não vale o mundo, plantar um pé-de-devaneios, brotarem roseiras, cactus, cortei-me neles todos e se me tingiram de um vago sangue jorrado às modéstias dos espinhos, não fora mea culpa, de ninguém. O mundo valer, mister a proficiência, não vale, e a vida declina-se, tal como uma sombra do leque da fonte luminosa da pracinha pública às três horas da tarde. E se houver, se há algum som deste declive, há de se sentir "sons do declive", pensar "do declive, sons" do grito de pastor, altissonante mas eivado do espírito de condutor de rebanhos, a dose limite da hipocrisia e falsidade, é condutor pelo salário que recebe para levar as ovelhas ao curral no entardecer. Silvo de serpentes esquecidas de picar como abstratas à luz do luar.


Trazer dentro de si, na ribalta do espírito, a luz diáfana da compaixão, sentimento de ternura, amizade, carinho, que, não há duvidar, incidem os raios luminosos nos recônditos do íntimo, projetando na vida as sementes da felicidade, os sêmens da liberdade, então a divin-idade do ser se faz presente fecundando a alma do verbo com outras visões do eterno e absoluto.


Ouvir com sublime atenção, na calada da noite, no silêncio da madrugada, os gritos antigos da solidariedade, os gemidos de dor e sofrimento, os suspiros de medos, inseguranças, as ruminâncias de insegurança que os homens sentimos no quotidiano à busca do pão que nos alimenta, move-nos na realização que nos fora legada, a vida na sua plen-itude, a verdadeira vocação, então é-se capaz de criar, re-criar, re-fazer horizontes e uni-versos à luz do in-finito, do que eterno-há de vir, então as carências todas que originaram dos gritos antigos tornam-se seivas divinas para o encontro da verdade.


É projetar a liberdade no espelho do perpétuo, cuja imagem refletirá o amor sublime aos princípios da responsabilidade e compromisso com a justiça, com o respeito, com os ideais, utopias da plen-itude do ser, pedra de toque do espírito, eidos da trans-cendência, em cujos liames do finito e imortal reside a dialética do instante-limite, então a carne do sentido do real, da verdade tornar-se-á o telos do verbo e tempo, o corpo das etern-itudes, por onde as energias das esperanças do belo e estético se projetarão ao inaudito, desconhecido, mistério e enigma, de lá trazendo para o alvorecer os raios numinosos do perene.


Re-conhecer que o sonho de amar não existe sem o verbo do amor que se a-nuncia, revela-se, id-"ent"-fica-se em todos os momentos, em todas as experiências e vivências, sempre buscando a síntese do efêmero e eterno por inter-médio dos ínterins do amanhecer e anoitecer, no onírico as imagens trans-lúcidas, trans-lúdicas do pleno-há de vir, que são numinosos volos da fé, então amar é fecundar o outro do outro, outro do outro com o sêmen da verdade das contingências e trans-cendências, com o substrato da vontade da felicidade, prazer, êxtase, mesmo que permeados de nostalgias, melancolias, náuseas dos pretéritos e particípios, mas sendo-com a liberdade de colocar a entrega em questão.


Quiçá emitir possam com todas as regências verbais da dignidade, honra, sinceridade, fidelidade serem estas considerações especiais, pois nascidas e dadas a luz dos interstícios da vida, da existência, e como a origem das palavras é o ser que as elabora, delineia, compõe através de todas as suas experiências, juíza-se ser especial, só há a dizer que, apesar dos tapetes silvestres ao longo dos caminhos trilhados, há o amanhecer do sol a ser conquistado, presentificado, encontra-se no limiar de todos os verbos.


Novo homem. O tempo, o ser inda não re-velaram a liberdade eidética, cuja vida e morte não sejam princípios e dogmas bíblicos de todas as peren-itudes, contudo, mas e porém, no seio dela o leite que alimenta e substancia as sendas silvestres no per-curso e de-curso no caminho-da-roça, vale a pena que escreve a sorrelfa e quimera das querências dos limites e desejâncias do uni-verso horizonte, confins aquéns, arribas além da soluta-ab das mentiras milenares e eternas.


Sistências da per da vocação não a sabedoria litteris das ipsis vivenciárias, vivenciais, mas a consciência do perpétuo aquém das dúvidas e incertezas na precedência dos medos e hesitâncias, alfim o nada e o efêmero são pedras de toque da vocação, não à esperança do sonho, verbo do in-transitivo subjuntivo dos transitivos temas e temáticas das evocações ao pleno, mas a gnose do limítrofe tempo, exíguos segundos e minutos, entre o alhures e o algures do começo e fim, bem e mal, efêmero e eterno, verdade e in-verdade do soluto-ab das travessias de uma margem à outra no rio de águas sarapalhadas de dialécticas do pretérito e vir-a-ser, cujas pontes foram partidas ao longo das ipseidades do vazio das trevas da jornada à mercê da noite rumo ao alvorecer transcendental ocidental, pois que o oriental é de outra miríade.


Quê liberdade! Quê Novo Homem! Vou-me afogar nos precipícios do mar, oceano, e no pretérito dos verbos conjugados com imperfeições nada terei a-nunciado de quem sou, apenas paixão e fantasia...


(#RIODEJANEIRO#, 25 DE JULHO DE 2018)


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