#AFORISMO 985I IPSEIDADES DO PASTOREIO DE OVELHAS# - PROJECTO #OS 22 QUE ANTECEDEM O MILÉSIMO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



Epígrafe:


"A verbalização do intelecto inconsequente reflete-se na alma prepotente" (Graça Fontis)


"Côdeas do pão eterno que alimentam as carências e manque-d´êtres da felicidade." (Manoel Ferreira Neto)


Juízo. Ode aos princípios de nada que ao longo das quimeras, sorrelfas do tempo e circunstâncias, sob os raios de sol que numinam o espírito, desperta, acorda, extasia a sensibilidade para re-fazer o que fora escrito nas tábuas de mármore do absoluto, nada sendo senão fantasias e ilusões, nada realizando senão náuseas e angústias, a alma desesperada, descabelada, pervagando em círculos, queimando-se, ardendo-se nas chamas das a-gonias.


O dia translúcido, cristalino
Os coriscos de sol possantes
Amanhecer de invernia
Avessos de vocábulos
Em cujas missivas descansam
Sensibilidades distintas, alvoroços
A autonomia gravada na campa
De indiferente, a paridade degradada
Sinagogas, oratórios
De concepções,
De definições,
De pontos de vista, visões
Opostas fantasias de anteriormente
Opostos motivos de existência e regalias
Regulados em itens, alínea e artigos
Permeiam melancolias, clareiras, cerúleas
(transparentes no futuro as aparências)
Escol de poesia e estâncias na consciência a comunicação de diferentes existências
Em cujas literaturas as prímulas alteiam o entendimento
Declaração de fantasmas e imaginações
(escol de ociosidades e ocupações
Pétalas de labutação e ânsia)


Desérticas efígies de pretéritas perspectivas das levezas do ser fluindo das profundidades inauditas do que trans-cende o espírito aos auspícios desejos, vontades do verbo perpetuado de con-tingências das cor-respond-ências, sincronia, sin-tonia, harmonia, da tese e antítese do vazio que re-colhe e a-colhe o múltiplo, a síntese do absurdo e mágico, que origina as deidades das nonadas e travessias, que trans-eleva as ipseidades do pastoreio de ovelhas nos campos neoclássicos da sublime verdade da natureza, tornando-se eidos das esperanças virgens de expectativas, livres das intenções de purificar os pecados dos gerúndios e particípios da carne extasiando os instintos da peren-itude, subjuntivo e indicativo dos ossos que clamam e rogam do genesis não se tornarem cinzas ao longo do tempo que extermina plenamente o nada em que se tornaram as concepções, definições da verdade à luz da vida, serem tão simplesmente, como Maria Simplesmente, côdeas do pão eterno que alimenta as carências e manque-d´êtres da felicidade.


Prato com restos de comida. Quarta-feira, hora do jantar. Além da janela, alguns pássaros dormem, alimentam-se dos mistérios da noite, afinam os trinos no ritmo e melodia com que o orvalho cai, no silêncio e solidão oníricos da natureza, para amanhã na aurora trinar a perfeição do poema do divino. Suspensa na parede moldura com pintura de um retrato de tempos longínquos em que a primazia eram as letras góticas figurando os idílios do sonho-verbo de ser, puras quimeras, que a artista-plástica no pretérito da imagem atrás das perspectivas do espelho, fez a travessia dos idílios sonhos da busca da verdade. Ao lince da sensibilidade que visualiza no longínquo a luz, do espírito que sensibiliza os a-núncios do amar-verbo do sonho, os raios da luz que sintetizam o revérbero do pretérito e o vir-a-ser do verbo-ético do divino, assim o que eram idílios são metáforas versáteis das esperanças vivenciais da fenomenologia do espírito, sem absolutizar as silvestres sendas do percurso da vida à morte.


Pretérito ser incógnito das cintilâncias da lua e das estrelas re-fazendo de cores vivas e fosforescentes do arco-íris, o resplendor, esplendor, das estesias vivenciárias e vivenciais dos rituais, folk-lores, magias daquilo que antecede o vir-a-ser, precede o há-de ser, e que fecunda, febunda o carisma da cáritas à luz e cavalitas da sempre-etern-itude das líricas da oração da eter-itude rogando aos limites instantes da plena verdade absoluta, inda que con-templada no entardecer do crepúsculo da noite por vir da madrugada por custar a passar.


Letras ipsis. Palavras litteris. Estive a pensar, andando por alamedas e ruas, que o ipsis fecunda o litteris, que as ipseidades febundam as carnes do verbo-osso do ócio-tempo das magnitudes da Nad-eter-itude que endossa a vida nas linhas pro-féticas do ser-existência. Estive no quintal de minha residência, observando a natureza, o tomateiro com três tomatezinhos, a pitangueira carregada de flores, e pensando que há mortes que sopram os pretéritos, tornaram-se cinzas, não tem mais significado algum - isto é a liberdade, re-conhecer que há luzes a serem acesas, há sons a serem audíveis. Orgulhei-me destes pensamentos.


Profecias. Magias. Debulhar nas contas do terço de rogos ao além as nonaditudes metafísicas do puro que embeleza os dogmas incólumes da redenção e ressurreição, a vida trans-corre cristalina de ócios nas alamedas forclusivas dos ideais da morte, alfim o corpo é o obstáculo supremo para se viver as dimensões lúdicas do prazer e felicidade, sonhos e esperanças de viver, vivenciar os conhecimentos todos das ciências, alcançando a sabedoria do ser-no-mundo.


A comunicação com as coisas é impossível porque não têm subjetividade e a comunicação com as querências da contingência, prazer e alegre, porque o efêmero que habita os liames do inconsciente e consciência performa de nostalgias a perfeição, ornamenta de melancolias o absoluto sublime, perspectiva de saudades os pretéritos do além com os subjuntivos do nada que precede o ser e posterga os infinitivos aos confins eidéticos da vacuidade.


Singulares ovelhas não carecem de pastores. Ec-sistem livres à luz dos campos e vales.


(#RIODEJANEIRO#, 30 DE JULHO DE 2018)


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