GRAÇA FONTIS POETISA, ESCRITORA, PINTORA, ESCULTURA, CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA FENOMENOLOGICAMENTE O POEMA /**POEMA DO NADA-NADA**/ - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#




Neste "Poema Do Nada-Nada", o autor, ao assimilar a consciência causal indefinida/definida e contínua, transformou em plenitude seu juízo negativo de várias faces, deixando todo esse texto com suas negações posicionado a nível reflexivel, a prospectivo dentre diferentes intenções perceptivas, em pleno estado de vacuidade em que o propósito do Nada aqui é uma consciência de negação em transcendência, independente dos objetos designados estarem ausentes ou inexistentes sem que haja nesse fluxo contínuo um desenvolvimento temporal sem intercalação ou enfraquecimento da força do querer a motivar imediatez consciente no contexto da mundanidade apresentado, em que todo obstáculo a ser transportado, sempre há algo positivo que é preciso e deve ser transposto; e é com esse olhar fenomenológico que o Escritor abarca o mundo dentro e fora dele nas entre-linhas deste fenomenal escrito, onde traz com propriedade e maestria a opacidade proposta ao seu horizonte crepuscular no bojo de sua absurda lucidez quanto ao cotidiano já há tempo vivenciado, deixando-o enauseado das tantas negligências às várzeas do vazio, mais as mediocridades, mesquinharias e hipocrisias do homem imbuído de incapacidade à perfeição, contentando-se com o imperfeito/incompleto, quiçá considerando-se destituído de forças para ir além, o que requer dedicação absoluta ao querer fazer conte certo. É essa a inquietude, a meu ver, do Escritor nessa verbalização espontânea, mas bem distante do simples, despertando em mim o desejo de encontrar respostas para suas íntimas e inquietas solicitações, revestido de sinceridade e valores intrínsecos, uma luta solitária contra mentiras e inverdades no meio em que vivemos, onde a falsidade possui tremenda capacidade de renovação e irresponsabilidade; alfim, aqui também posso ver que a lógica dos fatos nadificados pode não ser mais do que o encadeamento do nosso raciocínio, levando-me a concluir que o fundamental permanece no subterrâneo do ignorado, tendo eu, dito tudo ou nada, diante desta visão ampla e abrangente do Ser humano e sua temporaneidade, em parte, graças as experiências adquiridas e questionadas ao longo dos anos por você M.F.N. meu escritor favorito! PARABÉNS, pelo texto e o amanhã! Beijos...


Graça Fontis


#POEMA DO NADA-NADA#
Manoel Ferreira Neto: POEMA/PINTURA
GRAÇA FONTIS: ARTE ILUSTRATIVA


Epígrafe:


"Que o nada poetize a vida, mesmo que seu vislumbre final seja simples ocaso e "Nada"(Graça Fontis)


Nada
De nada aos obrigados por solidariedade, compaixão
Nada aos vencidos e vencedores, por realizações, fracassos
Nada aos amantes e amados, por verdades e lealdades
Nada de nada, ser com os nadas quotidianos
Ser de nadas conspurcando os nadas de ser
Nada-de-nada, horizontes ensombrecendo crepúsculos pálidos
Nadas pálidos,
Nadas quotidianos,
Nadas sendo de nada
Nada-com-nada seduzindo náuseas a negligenciarem verdades
Nada-nada de nada
Nada-de-nada nada


Deus lhe pague
Por nada ser, mas não se arrastar nas sarjetas da vida
Deus lhe pague
Por ser o nada, sobreviver de migalhas do dia a dia
Deus lhe pague
Nada a nada de nadas nadiversando baldios do não-ser,
Inscrevendo nas tábuas do tempo os vácuos
Do abismo-nada re-versados de escusos princípios da alma
Nada de vazio no terreno baldio da alma-nada
Terreno baldio de nadas-vazios de pectivas-res do infortúnio
Desconsagrando os limites do perpétuo
Nas limítrofes linhas do efêmero re-vestido de perenes cintilâncias
De luzes a nadificarem os pilares da eternidade
Des-crucificando os sibilos de ventos
Que altissonam o destino de tragédias solenes
Des-cortinam os sons, harmonias do fugaz
Que sussurram e murmuram sagas de angústias perenes.


Nadas nadas de nadas
De nadas baldios nadas revestidos de vazios
De vazios-nadas revestidos de terrenos
Das nostalgias ad-vindas das genesis, ad-vindas do primevo
Ontem-ontem de nadas
Hoje-hoje de vazios à busca de outros nadas
Amanhã-amanhã de ilusões desfaceladas
Amanhã, outro dia, serão outros sonhos
Nadificados de baldias des-esperanças da esperança
Terrena fé das incondicionais posturas, condutas
Do nada habitado de eternos, do nada sendo eternidade.


Lá na venda
Lá na vendinha
Lá mesmo é que tem nadas mesquinhos
E a mesquinharia do nada
Plenifica a vida medíocre
De nada o nada-nada.


Por que o vazio do nada e não o nada puro?
Nada de genesis
Nada do apocalipse
Por que o nada vazio de nada?
Subterrâneos do espírito, cavernas do ser
Nada,
Nada,
Nada do nada nada.
Pássaros voam no nada.
Manoel Ferreira.
(06 DE SETEMBRO DE 2014)


(#RIODEJANEIRO#, 16 DE JULHO DE 2018)


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