#AFORISMO 973/ ALVORECER DO VIR HÁ-DE-SER# - PROJECTO "VERSO-UNO LITERÁRIO" GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: AFORISMO



Epígrafe:


"Voos na figuração linguística, vocativa, sensibilidades artísticas, temarizando a verbalização cognoscente das estruturas do pensamento."(Graça Fontis)


"...nada de nada em tudo, em mim mais do que em tudo, quem repousa na colina, na calma do sonho, os caminhos-da-roça de cinzas estão maduros, orvalhados."(Manoel Ferreira Neto)


"Se eu não sei, o silêncio me acompanha na observância.Graça Fontis


"O verbo desejar o conhecimento dos sonhos habitavam-me hoje são querências do sentimento-verbo do que trans-cende os mistérios, enigmas da origem da alma, rituais, mitos da genesis do pretérito eivado de in-verdades." (Manoel Ferreira Neto)


Voláteis inteligências eivadas de pretéritas e inauditas pers do desejo incólume de criar, re-criar o outro dos questionamentos do sublime, perpassando conhecimentos retrógrados, sabedorias demodês, olhar cínico e sarcástico, sorriso amareliçado, como pudera con-sentir com tantas vulgaridades e nonsenses ao longo das suas in-vestigações da verdade, quiça explique não era inda o tempo de traçar as suas linhas, fundamentá-la com as experiências e vivências, quisesse apenas amenizar as angústias e tensões da alma, preencher os vazios fosse com o que fosse. Tudo resultou em nada.


O que me fora vazio hoje é um abismo sem margens em todos os sítios da alma; o que me foram ausências do verbo desejar o conhecimento dos sonhos habitavam-me hoje são querências do sentimento-verbo do que trans-cende os mistérios, enigmas da origem da alma, rituais, mitos da genesis do pretérito eivado de in-verdades; o que me foram os manques-d´êtres do sonho de amar, amor às esperanças que projeta o não-ser aos auspícios do in-finito, na síntese do divino e absoluto re-vestem-se do cântico dos cânticos da fé, não há sonho sem esperanças, não há esperanças sem fé, não há o outro do verbo realizar o ser sem os inauditos do estar-no-mundo, não há o amar verbo intransitivo do silêncio sem o in-finitivo do amor que se esplende aos templos de efígies místicas, re-templando as luzes ad-vindas da imensidão do espaço poético, incidindo no paráclito que flui raios pelos cantos e recantos, despertando na longevidade do ser as miríades numinosas do surdo-ab do nada e efêmero, acendendo as chamas nas lenhas da lareira, projetando as carências e medos do desconhecido ao olimpo dos valores e virtudes do espírito fenomenológico do soluto-re indício "starting over" das primevas quimeras e fantasias da alma, eidos da arte e do belo, da linguística e da semântica das águas vivas que escrevem com moléculas de hidrogênio e oxigênio o líquido puro e sublime das nonadas-travessias, passagens-nadas ao juntivo-sub do há-de ser.


Perspectiva do fluir inexorável do tempo e do Eu, desencantado e recolhido em si mesmo: o sujeito decadente e em crise diante do Tempo. O Tudo está no Nada do vazio transcendental. Despido das falsas verdades , falsos valores morais, éticos, religiosos, etc, elaborados à escravização do homem pelo homem... Forjar, para cada obra, língua nova, língua atrás de outras línguas, elevá-la para que ela possa dar à nova interioridade um som novo.


As voláteis inteligências são dotadas de talentos e dons para re-criarem palavras dicionarizadas com sentidos vulgares, servindo apenas para tirar o osso da carne do diálogo, comunicação, entendimento, deixar-lhe tornar-lhe cinzas livres, eviando-lhes, seivando-lhes de pás lavrando as mânticas-se, isticas-lingue do perpétuo efermerizando o soluto-gito dos cócitos do ser tao nonada da vida do viver que é sempre, desde a eternidade à eternidade, muito perigoso. Nas utopias do ser tao mineiro não habitam a iluminidade do ser, o iluminismo do ser-verbo, mas os raios de sonho da verdade que se plen-ifica de volos de etern-itudes. O iluminismo não dialetiza o surdo-ab do soluto-ab, apenas desliza e escorrega nos êtres-manque-d´as solícitas verdades do efêmero e nada.


Estou todo, in totum como era antes de ser, e ninguém dirá que fiquei faltando. Qual nada . De tão presente, de tão puro, em meio a vagos vazios de cristais, o cristal de cavernas onde, de estalactites, os pingos de água alimentam a todo instante, reverbera a sombra. Exercito uma força que não sabe chamar-se, apenas, humanidade do ser, com palavras novas o diálogo subterrâneo que, num sussurro o mais humano dos seres em suas trevas, interroga uma lembrança, perquire a liberdade ser posta em questão, nada de nada em tudo, em mim mais do que em tudo, quem repousa na colina, na calma do sonho, os caminhos-da-roça de cinza estão maduros, orvalhados.


O cinza entristece a alma,
Viajante destas penumbras,
Sinto os arrepios,
Meus calafrios noturnos,
Companheiros da madrugada;
E na mente gélidas palavras
Invadindo e violando meus sonhos,
Como algo sem forma;
Uma porta para o infinito
A eternidade
O nada
Um grito...


Um sopro de vida
Desintegrou-se num mergulho
Dentro deste labirinto...


As voláteis inteligências con-sentem sítios outros da sensibilidade, subjetividade ao espírito da verdade que se projeta livre no tempo das memórias da humanidade desejando o verbo da plen-itude conjugado com os temas e temáticas da luz do crepúsculo da morte raiando e numinando o alvorecer do vir há-de-ser.


(#RIODEJANEIRO#, 25 DE JULHO DE 2018)


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