MARIA ISABEL CUNHA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O TEXTO //**MOLDURAS EM IMAGENS LÚDICAS**//




PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL# - CERIMÔNIA DO INTÉ ANO QUE VEM


Este riquíssimo texto em que o autor utiliza uma linguagem erudita e ideias esotéricas torna-o um pouco difícil para uma simples análise ou pequeno comentário. Vou muito sucintamente falar sobre a ideia fulcral do mesmo: A vida e o tempo. Os sonhos que nos acompanham ao longo da vida, as imagens telúricas ajudam-nos na travessia da nossa caminhada, mas não são vividos, não fazem parte do nosso presente, apenas são vivenciados no espírito. Então eles fazem parte da nossa vida espiritual. A vida é um continuar de presentes, uma sucessão de momentos. O autor interroga-se sobre a vida além da vida , deste presente que sentimos na matéria, a esperança do ser para além do presente, será uma continuação no tempo, no espírito, uma linha infinitiva do Ser? Talvez, meu amigo escritor, mas também me questiono sobre a mesma questão e somente a fé e a esperança nos poderão dar respostas mais ou menos capazes. A vida além vida...a ambição máxima do Ser que não se permite terminar, mas ambiciona o Infinito! Um abraço, amigo e escritor Manoel Ferreira Neto.


Maria Fernandes
(16 DE JULHO DE 2016)


**MOLDURAS EM IMAGENS LÚDICAS**


Send-éresis de perfeições
Per-fazendo o longínquo do horizonte
De átimos do tempo a pré-figurar imagens inauditas,
A ers-pectivar abismos,
Re-festelando no alpendre
Entre a rede e a amurada a luz da lua,
Enquanto vaga-lumes piscam-piscam
Os milésimos de segundos no relógio da parede,
Enquanto grilos cricrilam
Os átimos de inspirações no tempo perpassando os ventos.


Sentidos, toadas de primevos tempos compassam abalos, re-miniscências. O ânimo vaga-bundeia pelas tortuosas voltas da existência, per-vagando de devaneios quereres, centelhas de sol, recaindo nas águas, a res-valarem vagarosas no rio sem ribas, percorrendo veredas, perpassando horizontes de simulacros, a-nunci-ações na fenda da alma. Blandícia de amor ampla de aspirações, eloquências de derretimento contaminados de arrebatamentos,
Concupiscência de deleites e pancadas de deleitação, fulgurando bem-estar à luminosidade de ápices a aprumarem nuances de transitórios delírios a favor de quimeras jovens, concepções às cavalitas de esvaziados inomináveis,
accepções às sorrelfas de abismáticos silêncios, abissais solidões.


Vered-iríadas pers-crutando no abismo
Dos desejos estéticos
Do pretérito de efêmeras quimeras
As sorrelfas de sonhos idílicos e lúdicos
A projetarem no vazio de entre montanhas
Raios numinosos de sol,
Enquanto as ovelhas pastam serenas no campo silvestre.


Alma re-fletida no re-verso espelho do ser pro-jetado ao longínquo infinito
Sulcos no travesseiro, sombra no muro, sinal no rosto, olhos míopes, disfarces tontos da esfinge desolada no seu ermo, almas que se elegeram numa seara lisonjeada,
Por onde nonadas eid-ificam travessias, por onde vazios eid-eter-izam imaginárias perspectivas ab-solutas de molduras em imagens lúdicas do jamais que presentifica a lucidez do há-de vir de nada a gnose do inaudito.


De vazio a impura razão do mistério, de não-ser o puro intelecto - desejo do saber o vento sussurra no horizonte de além, o alvorecer de sonhos, anunciação do Ser re-vezando de antemãos de versos a estrofe eid-ética da estesia, a chave de ouro estética da beleza des-paradisíaca, eldorado do jamais absoluto de utopias, águias do espírito sobrevoam o além con-tingente da esperança, condores alçam vôos profundos ao aquém espiritual da fé, pássaros trinam cânticos em louvor à etern-itude melódica do Ser, Amor, Esperança, Fé, Desejo, Vontade, Ser gnose de Nietzsche ao re-verso da cruz.


Se se pode acreditar seja a plena realização da liberdade de criar uni-versos da plen-itude, vivenciando a inspiração, em cujo eidos habita o espírito da alma, em cuja essência reside a alma do espírito, que versificam os volos da peren-itude averbalizada do ser eivado de sublimes êxtases da perpétua querência de ab aeternum entrelaçado de glórias e júbilos rumo ao neoclássico simbolismo do vir-a-ser, romântico expressionismo do não-ser?


Se se acreditar é crer esta seja a verdade originada e concebida nos "stícios" da liberdade , lá nos "inters" longinquo do verbo vestem o real da perfeição e dignidade, o melhor é rasgar o tempo de suas dimensões, acender o fogo na lareira dos idílios, tornar cinzas as utopias da morte que liberta as contingências da carne.


Jamais, e será sempre nunca, arrebitei a cauda à luz dos confins, o que digo seja o lince cristalino da trans-cendência, espírito do além, além do espírito, sim simples divagações de um seresteiro peregrino, serenateiro - quê termo ridículo de mesquinho! - solitário no deserto oas-iético das vacuidades e cavernas do nem nunca jamais, deste sem aquele, refletidas, ad-jacidas na concepção de luz que numinará os its-ícios do inter impressionimso da esperança, em cujas docas do mar do prazer estão incrustadas até o corpo do finito as ondas inauditas do verbo infinitivo do ser. Não as mono-éticas do presente e da consumação dos tempos, dia-lética da gruta das estalactites dos pingos de água.


Vida... Vida além da vida. Esperança do ser verbo que des-ossa o pecado original da palavra bíblica, além dos ócios pretéritos da mais-que-perfeição à luz dos simples ipsis marítimos do jornadear ao infinito das fi#uras linguísticas da divina heresia.
Manoel Ferreira Neto
(16 de julho de 2016)


(#RIODEJANEIRO#, 16 DE JULHO DE 2018)


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