#AFORISMO 963/ O NADA-VAZIO E A AUSÊNCIA# - PROJECTO #ARTE DESENHO E PINTURA# GRAÇA FONTIS: PINTURA//Manoel Ferreira: DESENHO Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



Sombras
Sarapalhadas a espaços ermos
Nostalgias, perpassando interstícios do nada,
Concebem desejos de con-templar instantes-limites,
Nuvens à deriva passam diante do sol.


Sombras
Não convém re-lembrá-las agora,
As finas-e-meigas palavras que expressas naquele tempo
Teriam mudado a vida,
Decerto não pressagiavam como o vazio podia ser
Mais diverso que o tudo enchendo o nada,
Mais ad-verso que as trevas alumiando o genesis,
Mais re-verso que os ventos pairando no cume da colina,
Ausência gélida no olhar, no gesto
E na consciência profunda verdes solidões,
A palavra Silêncio re-colheu-se ao livro,
O tempo não pára,
Entre metáforas e metafísicas,
O copo de gim, a avenida deserta, o blue,
Havia um cheiro no vento,
Havia um som no mormaço da noite de verão,
Àquela hora vazia como procurar a carne da existência?


Sombras
De nada extraía formas de vida
No campo desfolhado, outras quimeras,
No fundamento do ser, a hora fulgurava
O destino sem brilho,
O desejo da liberdade, de ainda não desejar,
Não sabia desejo de ser livre,
Mais um gim para esperar os instantes passarem,
Em mim, em cada pensamento, sono e o resto
O mistério, o desconhecido, o sinistro,
O sonho perdido, a esperança mais mínima
Entre as ilusões e fantasias,
Como se um dom tardio decifrasse o ser deserto...


Sombras
A taça de gim inspirava a solidão a re-velar os
Interditos da ausência,
O blue performava a erudição das con-tingências,
Incógnitas das contradicções, dialécticas,
Nonadas e travessias para os idílios da verdade sublime...
Fomes desvairadas, tresloucadas e secretas
No fundo de mim,
A língua buscando outras línguas,
Medindo o tempo perdido,
Soletrando o mundo, sabendo que o perdiam,
Incoerência,
A orquídea e a náusea,
Seager´s e o vazio do nada,
A taça vazia,
Os devaneios consolam a ec-sistência
E não a re-novam.


(#RIODEJANEIRO#, 20 DE JULHO DE 2018


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