ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA O AFORISMO 979 /**DO SOL DO CREPÚSCULO AO VERSO-UNO DOS DESTINOS INAUDITOS**/ - PROJECTO #OS 22 QUE ANTECEDEM O MILÉSIMO#



Mais uma vez encontrei imensa dificuldade em analisar este aforismo e penso que com certeza fui em linhas travessas.


Penso que se pode falar de tanta coisa e de tantos filósofos e crenças…crenças que sempre aprisionou maior parte do ser humano. Sem dúvida, que é uma crítica à sociedade em que vivemos…em que se vive de fantasias e aparências.


O ser humano em princípio emana independente, mas por todo o local encontra-se encarcerado, disse Rousseau, sem duvidar da interpretação mais intensa de suas locuções. O ser humano encontra-se acorrentado em um cárcere que tão-pouco pode emprenhar, pois conquista a servidão pelo planeta a seu arrabalde. O penitenciário dessaber o intento de seu cativeiro, e a essência de quem o retém em tal circunstância, pois é como o peixe que tão-pouco identifica a essência da água em que habita.


O padecimento humano para lá da regularidade do que nosso siso trivial encara minimamente tolerável sempre andou presente em toda nossa história inscrita e ainda reside por toda parte à mossa cercania. Mas esse padecimento não é um princípio, e sim uma contingência nova (na história de nosso progresso, dez mil anos é um instante). Por muitos séculos, o ser humano está emaranhado em um aparato de ablepsia inconsciente, no qual não pode aspirar a nada superior do que existir alguns anos de “infortúnio corrente”, virgulados por ócios esporádicos em satisfações efémeras, até que o fenecimento, sempre implacável, nomeie seu chamadouro, não sem antes licenciar sucessores para repisar a mesma etapa.


Sustentada a ablepsia instintiva, a preferível escolha permanece sendo a regularização da constrição.


Um universo em que tudo o que vive encontra-se em incessante gravidade defronte de novas faculdades de encanastrado com tudo a seu arrabalde, concebendo novas aparências de humanidade a cada ápice. A opulência de viabilidades materializadas desde o princípio deste mundo é inacreditável pelo intelecto humano.
Apraz-me verbalizar que não existe como voltar ao anteriormente. Nessa cilada em que nos emaranhamos à substância, só podemos ir para vanguarda.
Concluindo meu raciocínio e apoiando-me na última frase que o escritor Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis proferem
Há-de se oscilar a existência!...
Há-de se abanar a existência!...
Mas a existência incumbe ser sentida...
Se a existência encontrar-se muito trava, faculta uma saracoteada. Às vezes a doçura reside no fundo.


Ana Júlia Machado


As dificuldades trazem no seu bojo a perfeição do imperfeito. Minha inestimada e querida amiga, Ana Júlia Machado, a perfeição de minha obras reside no fundo de suas dificuldades, tornam-se elas perfeitas, sem perder a imperfeição, a partir de suas análises críticas.
Beijos nossos!


Manoel Ferreira Neto


AFORISMO 979/


DO SOL DO CREPÚSCULO AO VERSO-UNO DOS DESTINOS INAUDITOS - PROJECTO #OS 22 QUE ANTECEDEM O MILÉSIMO#
GRAÇA FONTIS: FOTOS
Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: AFORISMO


Saracuteando os
Pro-emblemas do nada
Das volúpias e tristezas,
Devaneio das idéias,
Silvo de utopias e vontades,
Projectar a cor-agem de devanear
O agradecimento às ausências e vazios
Que concebo à postura de
Permanecer presente, à mercê da lâmina
De navalha que corta a barba dos tempos,
Dos ventos,
Às re-versas de vazios de silêncio,
O silêncio aportado na Ilha dos Pródigos
Pensantes visionando barcos marolantes
À cata dos destinos inauditos a serem
Sementes plantados no canteiro dos sonhos
No limiar de todas as marolas
Do mar infinitivo e infinito
Dentre todas as efemeridades
Que o ser abraça
Por intermédio e dentre as contingências
Do ser na vida pré-pró expectativada
Num enredo folk-lórico do
"Deixar-se acontecer..."
Em que o tempo,
Só o tempo,
É sabedor dos mistérios do xeque-mate,
Não há como prevê-los.


Glória
Glória e bem-aventurança para quê?
Palavras que o olhar des-cobre outros gestos,
Pré e pró-blemas do nada seduzido pelas trevas
E brumas
Da passagem da madrugada de criações e imagens
Da almática luz que inebria a solidão
Do beco que leva às fronteiras e fronteiriças
Do além genitivo da exuberância das cores
Que leem os traços do croqui,
Espelhos lúdicos do desenho e sonho
O uni-verso,
Onde balançar no trapézio do nada e vazio
Ritmados e melodiados
Nas perquirições e in-vestigações dos ínterins
De tique-e-taques outros do pêndulo
Do relógio de três ponteiros,
Os dois que marcam os átimos de segundos e minutos
Até à hora entre a luz e a contra-luz,
O terceiro que desliza no espaço
Entre as sombras e os silêncios,
E é o pêndulo do belo em que o cão
Espera os restos de por baixo da mesa,
A mãe alimenta seu filho,
A deslumbrada abraça sua cadela estilosa,
É que a beleza está no simples,
No complicado é fruto da não-observância,
Do olho mágico
Que a tudo com sabedoria e percuciência,
Sensibilidade tira, extrai do mundo o melhor,
O lapidado ativo das quimeras e cores do crepúsculo,
Vir-a-ser do lapidado,
É a humanidade demonstrando a sua existência
No caos circunstancial, vigente, regente
Das trevas-luzes que preambulam sonos e sonhos
Do verbo de sentir os
Prazeres da Vida...


Há-de se balançar a vida!...
Há-de se sacudir a vida!...
Mas a vida deve
Ser vivida...


(#RIODEJANEIRO#, 27 DE JULHO DE 2018)


Comentários