ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O POEMA //*ETERNO ETERIZADO DE ABSOLUTOS*// - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#



Serenidades
Emudecendo emudecidos ocos;
Emudecidos
Serenidades, emudecendo o não-ser;
Emudecendo
Configuração nominativa e imutável das eloquências, Tranquilidades silenciadas do veloz
do tempo
Sucedendo a cruzada dos transatos ao hodierno,
Caminhos conducentes à glória do ser
Existindo o passadiço do atual ao acontecer
Surgir do perpétuo anestesiado de supremos;
Infinito das ventosidades do além
Cruzando as elocuções e quimeras,
Concluindo as origens e quimeras
Consertando as expectativas e apetites
De poemas opostos inveses
De estâncias hostis, oblíquas
Os lances do jogo do inacreditável
Os Espíritos santos do indecifrável
Os ilogismos da razão
Razão transcendente
Do não-ser existindo o ser
Do ser existindo o não-ser
Inacreditáveis serenidades do espírito.


Emudecendo emudecidos serenidades
Números infindáveis de reminiscências divulgadas no escudete
De futuros distantes, óticas de sensibilidades
Cá, além, em qualquer local
Representações passadas eternizando momentos de dissabores,
Fotos d´ontem tornando imortais instantes de prazer,
Deleites transatos além- alteando apetites instintivos
De épocas idas nas ansas desprendidas e libertas
Do vir a ser, do chegar--a-ser, do futuro
Expectativas, quimeras, sinopses do ido e hodierno
Na extensa via do tempo, o ser divulgará
As extensões do perpétuo, as causas do fugaz
No tempo incessante das sendas, o não-ser
Expor-se-á incontínuo às luzências cristalinas
Aos coriscos sagrados da aurora, às penumbras
Do lusco-fusco que sobrepujam o escurecer
Sem cintilas, sem lua,
Isolamento do sossego, sossego do isolamento
Do sossego, o isolamento; do isolamento, o sossego.


Emudecidas serenidades emudecendo
Elocuções de recordações à contumácia do instintivo
Enigmático de origens aquém da babel
A babel é a início do universo
O universo é a início do babel,
Cá, além, em qualquer local
No fugaz tempo dos começos, o vácuo antepunha
As óticas de ninharias do perene,
Começo do não-ser, semente do não-ser,
No perpétuo tempo de origens, o não-ser antepunha
Os ponto de vista de passagens abaladas de cosmos,
Termo do supremo, baliza das origens,
Últimos perenes da crença no além.


Serenidades emudecidas, emudecendo
No despovoado de meditações as constrições e inquietações,
Alumiando ao litoral de cogitações
Apetites e ficções do nentes- oco
Ventre do concebimento, obra do aquém-além,
Do além-aquém de o ser não-ser, do não-ser ser
Eleições e quiméricas do vácuo- nentes,
Físico da existência, lance do jogo de pesquisas, lugares amados
Do além- perpétuo, perpétuo -além
Físico de bailado,
Bailado do físico,
Debate da alumiação,
Iluminação da dialética.


Ana Júlia Machado
(12 DE NOVEMBRO DE 2014)


Há quem condene radicalmente poesias eminentemente filosóficas, ou seja, pegar um conceito filosófico e poetizá-lo. Em certos pontos também eu condeno, como crítico literário que sou, a linguagem e o estilo ficam insustentáveis de leitura para o leitor comum. Sei onde em mim é ensaio, sei quando sou poeta e escritor, ensaísta, poeta, escritor. Estabeleço sim esta consciência, mas não vou sacrificar o meu lado filosófico em nome da clareza de ideias, sentimentos, emoções, poesia pura. Não mesmo. Pego a ideia e poetizo com a intuição das palavras, linguagem e estilo. Como me dissera hoje uma amiga, teve de se concentrar para entender o que dizia eu. E estava falando da efemeridade, dos efêmeros. Agora ornamento a linguagem e estilo, a estética, a linguística poética com a idéia de Heráclito sobre a "dialética", as águas de um rio não são as mesmas a todo instante de nossas vidas. Não é tarefa fácil, levo umas duas horas para escrever um poema neste nível. Mas algo me auxilia bastante para poetizar a idéia que é a brincadeira com as palavras, brinco com elas a todo instante, além da linguística e estética. Aninha Júlia com a sua linguagem e estilo ensina-me a poiésis com a estética da idéia, a grande contribuição dela no meu pensamento, na minha visão-de-mundo das letras, prosa e poesia, além de tornar mais profundo os meus poemas. Amo escrever, então não vou escrever só assim, escrevo o que me inspira no momento, no dia, nos momentos da vida. O poema de agora não é o mesmo de ontem. A efemeridade das palavras, linguagem e estilo poéticos. Isso é o que torna a busca da linguística da estértica interessante e enriquecedora na busca da vida e a obra se comungarem.


Manoel Ferreira Neto
(12 NOVEMBRO DE 2014)


*ETERNO ETERIZADO DE ABSOLUTOS*


Silêncios
Silenciando silenciados vazios;
Silenciados
Silêncios, silenciando o nada;
Silenciando
Silêncios silenciados do efêmero
Gerúndios do tempo
Sendo a travessia dos pretéritos ao presente,
Particípios do ser
Sendo a passagem do presente ao há-de
Vir do eterno eterizado de absolutos;
Infinitivo dos ventos do além
Pervagando os verbos e sonhos,
Perfazendo as essências e utopias
Refazendo as esperanças e desejos
De versos reversos inversos
De estrofes ad-versas, trans-versas
Os volos do inaudito
Os paráclitos do ininteligível
Os paradoxos do logus,
Ratio sublime
Do não-ser sendo o ser
Do ser sendo o não-ser
Inauditos silêncios da alma.
Silenciando silenciados silêncios
Miríades de memórias reveladas no espelho
De horizontes longínquos, perspectivas de sentimentos
Aqui, lá, em qualquer lugar
Imagens pretéritos perpetuando instantes de melancolias,
Retratos d´outrora perenizando momentos de prazer,
Prazeres pretéritos trans-elevando desejos inconscientes
De tempos passados nas asas livres e soltas
Do há-de vir, do vir-a-ser, do porvir
Esperanças, sonhos, sínteses do passado e presente
Na longa estrada do tempo, o ser revelará
As dimensões do eterno, as circunstâncias do efêmero
No tempo contínuo das veredas, o não-ser
Apresentar-se-á descontínuo às luzes diáfanas
Aos raios numinosos da manhã, às sombras
Do crepúsculo que trans-cendem o anoitecer
Sem estrelas, sem lua,
Solidão do silêncio, silêncio da solidão
Do silêncio, a solidão; da solidão, o silêncio.
Silenciados silêncios silenciando
Verbos de lembranças à revelia do inconsciente
Apocalíptico de genesis aquém do caos
O caos é a origem do cosmos
O cosmos é a origem do caos,
Aqui, lá, em qualquer lugar
No efêmero tempo das origens, o vazio precedia
As perspectivas de nonadas do etrerno,
Princípio do nada, sêmen do não-ser,
No eterno tempo do genesis, o nada precedia
Os ângulos de travessias partidas de universos,
Fim do absoluto, término das essências,
Derradeiros eternos da fé no além.
Silêncios silenciados, silenciando
No deserto de reflexões as angústias e tristezas,
Iluminando à beira-mar de meditações
Desejos e utopias do nada-vazio
Útero da concepção, criação do aquém-além,
Do além-aquém do ser não-ser, do não-ser ser
Vontades e ideais do vazio-nada,
Corpo da vida, volo de buscas, querências
Do além-eterno, eterno-além
Corpo de baile,
Baile do corpo,
Dialética da iluminação,
Iluminação da dialética
(Manoel Ferreira Neto
12 DE NOVEMBRO DE 2014)


(#RIODEJANEIRO#, 12 DE JULHO DE 2018)


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