MARIA ISABEL CUNHA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA RESPONDE AO AFORISMO 953 /**FILOSOFIA NA LAREIRA DA PURA CONTINGÊNCIA**/ - PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#



Fabuloso texto! Obrigada por mergulhar na água pura e transmitir-nos o que consegue ver para além do percetível. Sou mais leitora do que crítica, mas obrigada por me mencionar. A foto está espetacular. Guardem-na para a posteridade pois estão magníficos os dois. Beijinhos.


Maria Isabel Cunha


Bem... O que intenciono patentear neste Aforismo, Maria, é o que re-colhi, a-colhi e a-colhi por intermédio das críticas de todas vocês as críticas literárias, como hoje avalio as minhas idéias, pensamentos, como hoje sentimos e refletimos as nossas vidas de casal e artistas juntos, Graça Fontis e eu. Guardaremo-la sim para a posteridade.
Agradecemos-lhe cordial e sensivelmente a sua contribuição, reconhecimento, amizade, carinho.
Beijos nossos!


GRAÇA FONTIS/Manoel Ferreira Neto


#AFORISMO 953/


FILOSOFIA NA LAREIRA DA PURA CONTINGÊNCIA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


PROJECTO #INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL# CERIMÔNIA DO ATÉ ANO QUE VEM! - 21 DE MAIO/17 DE JULHO DE 2018


Os nossos sensíveis, cordiais, espirituais agradecimentos às críticas literárias, Graça Fontis, Ana Júlia Machado, Sonia Gonçalves, Maria Isabel Cunha, por toda a jornada de cinco anos de intercâmbio cultural e intelectual nas asas das Artes, Literatura, POESIA, INTERCÂMBIO CRÍTICO, Escultura, Poesia, Pintura, e da crítica sempre fiel e leal, pelos últimos dois anos ao lado de minha Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, por tudo que nos proporcionou, carinho, amizade, reconhecimento, consideração.


Um agradecimento especial a todos os amigos que participaram com as suas curtições e pequenos comentários, reconhecimento, amizade, consideração


INTÉ ANO QUE VEM!


Um grande abraço e Muchas Gracias a todos
Graça Fontis/Manoel Ferreira Neto


Epígrafe:


"Assim baila o consciente para os pensamentos mais profundos" (Graça Fontis)


Tarde de inverno, tempo nublado, tranquilo, agradável, sublime, sábio e andarilho se encontram numa rua esburacada, troncos de árvores nas margens, e o sábio pergunta ao andarilho: "Andarilho que você é?", perguntou-lhe gentil e afetuosamente. O andarilho levantou sua cabeça, sua cadela ao lado, retirando o chapéu, e respondeu-lhe:


Sou a serpente e o mico compartilhando a mesma castanheira, e em paz, havendo instantes em que o mico performance suas macaquices sobre as costas da amiga, e esta se deleita.


Sou coruja e canto em noites solitárias, madrugadas silenciosas, desérticas, clima tropical;


Sou lobo e uivo no pico da colina de costas para a lua minguante, frente ao vazio do vale;


Sou a baleia e o peixe nadando tranquilos, e os últimos raios do sol no crepúsculo, ondas longas desfilando nas águas em alta velocidade, o mar bravo, seguindo profundezas mar, o mar voltará a se acalmar, outras andanças por outras profundezas...


Sou águia rasgando os céus, ora pairando no ar, asas abertas, inertes, ora movendo as asas, rumo ao longínquo distante, contra o vento, no seu canto ouço "Ainda voo contra o vento";


Sou o além, em cuja imensidão condores sobrevoam a liberdade de asas leves;


Sou o horizonte de travessias, por intermédio das nonadas
transcendo os verbos do tempo, mergulho no ser, in-fin-itudes re-fazendo desejos de versos metafóricos do sublime, parágrafos metafísicos do belo, da pureza do puro;


Sou a abertura no topo da mangueira, por onde reflito e penso, medito isto de haver feito da inteligência a minha defesa, de que alfim a tentativa de fugir, o que constituía ameaça, de morte ou de alguma perda, algo de valor inestimável, sinto a presença sobremodo forte do que isto significa, fazendo o que faço, por inter-médio de atitudes e gestos, a consciência se alcança na consumação de elas haverem construído um destino, continuamente.


Sou a poeira de estradas íngremes por onde trilho passos
con-templando a long-itude e distância entre o efêmero e eterno, entre o bem e o mal, volúpia de esperanças de cânticos anti-bíblicos do caos em cujas cordas de liras, harpas, violinos a melodia for-ever de perenes ritmos revela o amor absoluto;


Sou o olhar brilhante, perscrutando as estrelas longínquas por cujas cintilâncias o ser perpassa versos de verbos da alma carente, pervagando a lua de boêmios brilhos, em cujo útero da poiésis a concepção do belo se projeta;


Sou apelo a algo que não é parte da natureza, isto é, aos valores, incluindo valores éticos, necessários para racionalizar seu objeto;


Sou o pensar que pensa o pensamento das angústias, tristezas, náuseas da alma no itinerário da busca do Ser que se re-faz na continuidade in-interrupta do tempo, habitando-lhe o núcleo a liberdade de re-fazer as orlas marítimas das re-flexões e ideais, projectos e utopias;


Sou a sede de águas lúdicas-transparentes, cujas gotículas, uma a uma, são manifestações de outras sedes, de outros desejos da verb-itude da essência-amar, essência-entregar-me, essência-ser-outro-do-outro, cujas moléculas, química a química, são perspectivas de primevas ilusões à luz de pretéritos piscando o presente de "Forever Young" na guitarra espiritual de "Blowin´ in the Wind", "The Boxer", nas cordas do violão violino de "Gracias a la Vida", violetando a "parra" do eterno à busca da contingência-nada, nonada-ipseidade, por cujos interstícios a verdade se emoldura no espelho simples dos versos de Guerra Junqueira, no fingimento pessoano do re-presentar amor o que é a verdade do amor;


Sou este momento de inspiração, através de cujas imagens, perspectivas e ângulos con-templo, a-lumbro, vis-lumbro, luz-lumbro o amor-sol-de-viver a plen-itude, frio de carência a sentir as lenhas do sensível e do espiritual a queimarem-se, crepitarem-se na lareira da pura contingência-consciência, liberdade e amor...


Terminada a sua resposta, o andarilho continuou o seu itinerário, o sábio sentou-se no tronco de uma árvore, olhou em direção ao mar em seu crepúsculo, pondo-se a refletir...


(#RIODEJANEIRO#, 13 DE JULHO DE 2018)


Comentários