#AFORISMO 976/ VERBO LONGÍNQUO RE-FLECTIDO DO/NO VIR-HÁ DE SER A POÉTICA DA VISÃO# - PROJECTO #VERSO-UNO LITERÁRIO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/DESENHO: Manoel Ferreira//Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: AFORISMO



"Desde a concepção do broto às pétalas des-abrochando, e o ser eidético da estesia da natureza se presentifica, a vida prossegue de dialéticas em dialéticas os caminhos de luz nas trevas. (Manoel Ferreira Neto)


Epígrafe:


"Mesmo nas nebulosidades primevas, as deduções são justificadas quando os questionamentos insolúveis e infinitos, inerentes ao ser, são sincronicamente em harmonia à genesis existencial."(Graça Fontis/Manoel Ferreira)


"Desde a concepção do broto às pétalas des-abrochando, e o ser eidético da estesia da natureza se presentifica, a vida prossegue de dialéticas em dialéticas os caminhos de luz nas trevas. (Manoel Ferreira Neto)


Des-velar-se para a luz e o resultado de uma in-vestigação, pesquisa diuturna para anular as trevas e soerguer de dentro das náuseas, ipseidades e facticidades.


Idiossincráticas visões erb-éticas das declinações dos tempos, verbéticas visões dos genitivos das náuseas e vazios, águas fluindo na viagem aos pretéritos da vontade de liberdade e verdade, sinistros silvos, irreparáveis sibilos, lamentosos alaridos, sentimentos de uma coisa selvagem, serpentes passando a língua na orelha do porvir, sussurrando-lhe utopias do conhecimento e sabedoria, por onde con-templar o que movimenta e absorve a vida... as cores são a leitura do desenho, do croqui... fímbria azul do mar, na jornada à busca de saciar a sede do que se insinua por entre as rochas lisas, instante de deslize entre as antíteses, sem quaisquer embaraços, sem quaisquer tramóias ou subterfúgios para envelarem a fome do que seduz, se seduz na cauda da Sereia Cassandra. O que há de insolência, o que há de inocência, o que há de fúria, o que há de silêncio, o que há de melancolia e nostalgias nos séculos e milênios, o que há de água no fundo de cada um dos indivíduos? Apesar da náusea, da inquietação entre o real e o irreal da culpa subjetiva de ator com mãos sujas, do palhaço diante da surpresa com a beleza de ser poetizar o riso, a gargalhada numa realidade paralela, vertendo lágrimas, e a platéia divaga num mundo utópico de verdade, corações nostálgicos, sentindo-se ser real, de alma límpida.


Nesta vida de crateras,
Abismos, precipícios,
Já usei tantos artifícios
Até a telepatia
Se tornou o meu ofício


Jardins dos pensamentos - flores exalando perfumes divinos, pétalas de pura beleza des-abrochando, uni-versos e horizontes eivados dos verbos sensíveis da magia, o in-finito esplendendo de paz, serenidade, a roda-viva do mundo em pleno movimento, à luz do alvorecer borboletas em vôos livres, à merce da travessia da noite a coruja em silêncio perscrutando no tempo as esperanças do conhecimento, o ser dos sonhos, o desejo da espiritualidade.


Porém na mente se torna
Mais e mais insistente
Um pesadelo mórbido
Um sofrer sem entender
Por quê?
Iludir-me
Ao fazer de todos os rostos
O rosto deste amante
A cada dia mais distante


A vida vive, vivendo. Vivendo, vive a vida, vive a vida, vivendo. Pensamentos, idéias, utopias. Face a face in-verdades, mentiras, quimeras, à imagem do verbo longínquo re-fletida, esplendendo raios numinosos na poética do espaço, ausências e manque-d´êtres de dimensões eidéticas do vir-a-ser da plen-itude, falhas e faltas de con-tingências do que trans-cende angústias e náuseas, carências da solidão e silêncio, os ventos sibilando dispersos sarapalhados por todos os cantos, recantos, sítios da terra.


Semânticas concepções ad-versus efêmeras das des-ilusões e de-cepções que, por vezes, re-surgem, pó de giz no chão, sopa de letrinhas sobre a mesa, côdeas de pão no prato de vidro, a última refeição do dia, sol-etrando questionamentos profundos, há verdades olvidadas, há angústias in-esquecíveis no instante-limite da despedida, outras estradas a serem trilhadas, a vida na sua plen-itude. Nada mais importa. Nas estradas sinuosas, fiz-me. Nas sinuosidades das dores, traumas, conflitos, aprendera a duras penas a tornar-lhes conscientes. Efemerizam-se, mas re-tornar-se-ão, com certeza, com outras indagações e questionamentos. Ad aeternum...


Intransitivos questionamentos, taos do ser à busca do orvalho da noite que, sublime, toca as folhas das flores, eivando desde a concepção do broto às pétalas des-abrochando, e o ser eidético da estesia da natureza se presentifica, a vida prossegue de dialéticas em dialéticas os caminhos de luz nas trevas.


O in-vero de neblinas gélidas, as neblinas gélidas do in-verno cobrem as visões do longínquo, distante, no olhar no vazio do além, nos recônditos da alma o medo, insegurança, solidão que se vai perpetuando, ao longo das estações, travessias vivaldianas e urbanas do verbo e tempo, efígies do Monte Castelo, esfinges no Pico Everest, nonadas wagnerianas dos tempos e Isoldas dos sons e melodias, cujos sonhos e fé são o amor e a cáritas da esperança, falando todas as línguas, declinando o Latim a "última flor do Lácio, inculta e bela", recitando todos os versos e estrofes gregos, a língua em estado de êxtase por tão bem pronunciada, normas e regras da erudição clássica nos "trinques", declamando na ribalta das magias a perfeição da verdade, o soluto-ab do divino, pedras angulares dos sons de poemas que evangelizam os cânticos da primavera a res-plandecerem de beleza e estesia os rosáceos verbos da harmonia, sin-cronia, sin-tonia com o amor, a genesis primeva dos pretéritos, cosmos eivando o caos das dimensões da continuidade aberta ao tempo das consumações, caos alimentando o cosmos com os grãos do nada e efêmero, sêmen, húmus, sementes do sonho que ante-cedem a esperança, esperança que precede a fé que fecunda, a fé que febunda, a fé que é besta, a fé que basta para elevar o tabernáculo do evangelho das flores que embelezam, estesiam ao paráclito do vernáculo da felicidade, do divino que habita a alma, em todas as contingências das cinzas pretéritas às cinzas da morte, das cinzas da morte, morte da carne aos raios numinosos de outro alvorecer, em cujas palavras vivem, concebem o outro, dão a luz à Oriente Estrela da Ribalta no vero-ab do verb-ético de viver, passo a passo, as metáforas dos jardins do inverno, pers-pectivando o verbo longínquo re-fletido do/no há-de-ser...


Errante, meu vagabundo,
Por onde andas?
Do meu coração
Eclodiu vários S.O.S,
E você não os viu.


(#RIODEJANEIRO#, 27 DE JULHO DE 2018)


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