**VERNÁCULOS DO SER ERUDITO** - Manoel Ferreira


Defectivas ad-jacências de sujeitos im-perfeitos de id-ent-idade, per-vagando e vagueando no não-ser que elucubra as sombras apocalípicas como o éden do absoluto vazio onde pers e stícios do eterno verbalizam divas esperanças das sorrelfas perenes de plen-itudes e sublim-itudes. Horizontes e uni-versos mergulhados nas trevas mais-que-perfeitas do nunca que é um tempo longínquo demais, se se realiza, é que o subjuntivo do vir-a-ser enovelou-se com o particípio do passado entre a náusea da contingência e as ipseidades do livre-arbítrio. O livre-arbítrio é origem da má-fé e a má fé é origem da covardia de não suprassumir o medo do desconhecido.
Defectivos ideais do perpétuo nada que precede o caos nos ad-juntos silêncio e solidão ad-nominais que projetam o vento leve e suave para girar o catavento re-verso de quimeras, macunaímas preguiças de abraçar rituais e mitos da eternidade, e jornadeando des-ventilado pelo espaço à mercê dos alvoreceres e crepúsculos; que protela o cosmos nos complementos nonada e travessia nominais que lançam ao léu do efêmero o orvalho da madrugada para respingar-lhe com ternura e carinho de moléculas indicativas do jamais perfeito, mesmo na consumação dos verbos, no alto da montanha o catavento inerte, nas arribas e confins do in-finito a roda-viva das etern-itudes à espera do incognoscível e inaudito para esplender o absurdo.
O mundo está plen-ificado de seivas do inverso reversando os instantes limítrofes da verdade e in-verdade. O homem está eternizado de origens e gênesis do ad-verso pers-versando as linhas fronteiriças das ausências e carências do nada vazio de pectivas, da nonada náusea.
Pretéritos passados. Perfeitas imperfeições. A carne se tornou verbo dos ócios se morrer a morte morrendo a dialética do fim que é início do diálogo entre a liberdade e o poder. O verbo dos ócios se tornou osso impotente de ser cinza ao longo das regências que figuram as imagens estilísticas. A alma mendiga a dor e sofrimento, côdeas de pão que alimentam as pré-fundidades de seus abismos abissais à busca, incólume desejo, do re-flexo de raio de sol que iluminará, luminará os seus stícios da diva concepção que nada mais deu a luz senão a cegueira do além.



Algures.
Alhures.
Long-itudes.



As ondas do mar, no trajeto de vencer as docas, banham a praia onde gaivotas, ciscando, se alimentam. As tempestades de areia no deserto, no itinerário aberto e sem destino do espaço, envelam a visão dos arrebores do in-finito.



Perdido o ser.
Perdido o não-ser.
Perdido o verbo.



Os ócios dos ossos atravessam o nada encarapitados no lombo do camelo. Os ossos dos ócios suprassumem o mar no colo das sereias.



Ironia.
Cinismo.
Sarcasmo.



Em verdade, a travessia assimilou a nonada para sobreviver de subjuntivas imperfeições, a nonada comeu com farinha e pimenta a travessia, para viver de particípios perfeitos, re-versos in-versos partícipios subjuntivos, a-temporalizando o eterno, in-temporalizando o efêmero.



Volúpias.
Êxtases.
Climaces.



Por que a vida ardencia de chamas a lareira das querências do ser verbial dos sujeitos, temas e temáticas? Por que a ec-sistência flameja de lenas crepitando a luz da solidão sob a presença dos inauditos do ser, as desejâncias do abismo que abrem as portas e janelas para a ampl-itude dos in-transitivos trans-itivos diretos e in-diretos da língua que pronunciamos fonemas e vernáculos do ser erudito, única luz que a-nuncia a vida do Eterno, que alentece o Eterno de nascer sem razão.



Manoel Ferreira Neto.
(Rio de Janeiro de 2016)


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