COMENTÁRIO CRÍTICA DE GRAÇA FONTIS, POETISA E ARTISTA-PLÁSTICA(PINTORA), AO POEMA /**IDÍLIOS DA VERDADE**/


Belíssimo texto!...Onde o silêncio se faz voz numa reflexão passiva; assumindo o lugar do nada aquém do advir, transforma-se literalmente numa dialética suave à mercê do tempo que se arrasta preguiçosamente sobre mar, campos e melodias, devaneando, feito em asas sobrevoando o todo à procura de algo ainda que...um mistério dentro desse universo. ..corpo...alma...Ser?...Prbns.sempre Poeta! ...



Graça Fontis



Em verdade, em verdade, levaram-me sete horas para a composição, confecção deste poema, pois que o silêncio assumir o lugar do nada aquém do ad-vir e transformar-se em dialética à mercê do tempo fora inédita experiência poética. Não esperava mesmo que no inter-dito revelasse o mistério da dialética no corpo, na alma e no Ser.



Manoel Ferreira Neto.



**IDÍLIOS DA VERDADE**



Melancolias, nostalgias
Pers de pectivas poiéticas cintilando o ad-vir de verbos
Que pres-crevem na essência subjuntivos, gerúndios, particípios
Do tempo que adentra in totum no Ser efêmero das con-ting-ências
A neblina da manhã dissolvendo-se na presença do perfume
In-ebriante da profunda rosa branca
As ondas leves e suaves do mar espalhando-se na praia...



Nonadas, Vedas
Res de pectivas poéticas sonetizando o silvestre do campo
Que ins-crevem no eidos metafísico os idílios da verdade
Ritmos, melodias, acordes germânicos, alemãos
Que executam a música da espiritualidade que flue nas asas
Do condor que segue o silêncio do universo, horizonte
"Die Kraft der liebe"
Silêncio do silêncio, silêncio atrás do silêncio,
Silêncio habitando o silêncio, silêncio na voz do silêncio
Voz que sin-estesia a linguística dos sentimentos
No âmago das emoções que sensibilizam o Amor
Voz que metaforiza a semântica das sensações da plen-itude
No interstício dos desejos que evangelizam a Esperança
Voz que po-ematiza a eidética lúdica dos volos da ab-sol-itude
Sol que numina os raios de vontades que fluem livres
Sol que ilumina de brilhos fosforescentes o in-audito do eterno...



Travessias, Ser-Tao
Linces de desejos in-auditos
Que pres-["ent"]-ificam o con-templar a invisível beleza do belo
Que essencializam o vislumbrar a sensível metafísica do Infinito
Que plen-ificam o perceber a trans-cendência In-fin-itiva
Das divin-itudes sarapalhadas de orvalhos do eterno
Que espiritualizam o olhar o além com as imagens campesinas
Refletidas performando a visão das constelações
Mistérios místicos da solidão
Enigmas ritualísticos da ausência do Ser, presença do Não-Ser
Crocheteiam esperanças e sonhos com élans do desconhecido
"Tranen in mijn hart"
O espírito eiva-se da música do eterno melodiando o Amor
Das dimensões da plen-itude salpicada de buscas do divino...



Espírito da Vida, Cáritas da Alma
Vernáculos do ser erudito
Linguísticas, semânticas poiéticas
Poetizando a alma que per-vaga no uni-verso dos idílios
Sonetizando as pers do in-trans-itivo amar os sonhos
Estesias po-ematizando estéticas da verdade
Ex-tases ornamentando os êxtases do Ser e do Nada
Po-esia, águas vivas,
Koinonia: ondas marítimas, deuses subterrâneos
À tarde chuviscara enquanto no sono o sol brilhava imenso
Raios de luzes cintilavam na superfície do mar longínquo...



Manoel Ferreira Neto
(20 de julho de 2016)


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